Sem avisos

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Já faz dez dias que Pedro está aqui comigo, é ótimo tê-lo por perto, porém todos os dias recebo a mesma pergunta "Quando vamos voltar? Você disse uma semana!", não o julgo por querer voltar para casa, sei que ele tem que voltar para tudo, e na semana que vem tem retornar para a faculdade, mas eu não tenho nada para o que voltar, tenho os meu pais, mas eles nunca estão em casa, estão sempre no hospital, ele vai estar a semana toda na faculdade e eu ficarei sozinha, sozinha e perto de Evan, Evan mora a trinta minutos da casa dos meus pais, já aqui são oitos horas de distância, distância essa que ele nem sabe que existe, não sabe onde estou. Eu não quero voltar.

_Tudo bem pe, voltamos amanhã.

Digo por fim encerrando a discussão, ele tem razão, não da pra fugir pra sempre, ando batalhando muito pela mulher que sou hoje, me sinto livre pra ser o que eu não fui há tempos, tenho total liberdade sobre mim, só preciso me lembrar disso sempre.

Ligo para minha mãe e aviso que estou voltando amanhã, arrumo toda casa, deixo tudo organizado, arrumo minhas malas, entro no quarto da Sophia e dou adeus em silêncio, essa dor que ontem me matava hoje não me sufoca mais, sinto paz em saber que ela está em um lugar melhor, nunca esquecerei a minha filha, mas sei que Deus sempre sabe o que faz.

Resolvi seguir viagem a noite, assim chegaremos pela manhã, deito durante a tardezinha para dormir um pouco e eu Pedro vamos a noite.

Seguimos viagem em silêncio, era notável o meu desconforto, amo Pedro, mas voltar agora não estava nos meus planos, me sinto tão segura aqui, longe de todo caos.

Mas eu posso fazer isso por mim e por ele. Chegamos às seis da manhã, deixei ele em casa e fui direto para casa dos meus pais, quando cheguei eles já estavam acordados conversando em quanto tomavam café.

_Acha boa ideia ela voltar agora?
_Ainda acho recente, Evan ainda me para na rua pergunto por ela querido, é um inferno.
_Cuidaremos dela!
_Sei que sim pai!

Digo e vou em direção a minha mãe, abraço a mesma forte, que saudade eu estava da minha mãe.

_É tão bom ver vocês!
_Ah minha menina, a mãe estava morrendo de saudade.
_Eu também filha.
_Eu sei gente. Rum, então Evan ainda pertuba vocês ?
_Sim minha filha, ele fica perguntando onde escondemos você.
_Oh céus, será que um dia vou ter um descanso de Evan.
_Porque voltou Valentina?
_Pai eu e Pedro estamos juntos! Não podia fugir pra sempre.
_Entendo.
_Nós temos que ir trabalhar, temos plantão hoje filha, só voltaremos amanhã a noite, você vai ficar bem sozinha ?
_Vou sim mãe.
_Tudo bem, até.

Me despeço dos meus pais, subo para o meu quarto e vou dormir um pouco, acordo à uma da tarde com o meu celular tocando .

_Alo?
_Safada você voltou!
_Oi Alana, quem te contou?
_Pedro, vem me ver ?
_Claro, tá em casa?
_Sim eu estou, tenho uma surpresa.
_Tudo bem, vou tomar um banho e comer algo e já chego ai.
_Tá bom.

Que saudade estava da Alana, de todo mundo, tomo um banho e coloco um croped e um shortinho jeans curto, arrumo meu cabelo, pego minhas chaves e minha carteira e desço.

A rua como sempre está silenciosa, dirijo até minha lanchonete favorita e paro para fazer um lanche.

_É esse cheirinho tio Mou.
_Menina você sumiu, nunca mais veio lanchar aqui.
_Verdade, estava longe, mas voltei!
_Ah que bom, o que vai querer mocinha?
_Um cachorro-quente e um milkshak.
_Não mudou nada.
_Não, só engordei.(risos)
_A você está otima, já trago seu lanche.

Como enquanto penso na vida, eu sempre amei esse lugar, crescer aqui foi tão bom, é ótimo não ter mais que andar quilômetros para comer algo, la tudo era tão longe.

Termino de comer e pago minha conta, quando estou saindo da lanchonete dou de cara com Evan e Eduarda, esqueci que aqui também é um dos lugares que ele vem comer.

_Valentina! .Evan fala quase gritando.
_Oi Evan, que desprazer em.
_Onde você estava?
_Isso não li diz respeito. -Digo enquanto ele me olha de cima a baixo, depois para no meu short curto e revira os olhos.
_Você cortou o cabelo!
_Pois é né, da licença, já estou de saída.
_Que pena fofa, ficava melhor longo, estamos juntos agora. -Diz Eduarda.
_É mesmo que bom pra você, ah e Evan já que já tem alguém, vê se me supera, para de incomodar os meus pais perguntando sobre min, pare de me ligar, não me incomode mais, eu já segui em frente, faça o mesmo!
_Como é fofa? Eduarda diz ironicamente.
_Pergunte ao seu amorzinho querida!

Digo e vou embora, Evan me olha como quem não acredita no que ouviu, finalmente estou livre, LIVRE dele.

Chego na casa de Alana e quase tomo um susto ao vê-la.

_Oh Deus você está gravida!
_Surpresa! eu disse que tinha uma surpresa.
_A porque não falou nada, eu teria comprado um presentinho.
_Ah amiga deixa pro chá de bebê.
_Tudo bem, já sabe o que é?
_Sim, é um menino, Caleb, Caio está feito bocó!
_Imagino, fico feliz por vocês.
_Ah obrigado amor, e você em, está com um corpão, soube de você e Pedro, ele me contou tudo, a vocês se merecem tanto.
_Ele é incrível mesmo!
_Quero saber tudooo, estou com saudades da minha amiga.

Passamos a tarde fazendo fofoca e em seguida fui para casa, tranquei tudo por segurança e fui tomar um banho, depois liguei para o Pedro.

_Oi amor da minha vida. -Ele diz.
_Ah que meloso.
_Sem graça.
_Calma estou brincando, o que esta fazendo?
_Jantando e você?
_Estou deitada, huuuum com aquela camisola vermelha que você amou, mas poxa estou sozinha!
_Sozinha?
_Sim não tem ninguém aqui, e pior não tem um certo homem aqui, de olhos azuis, e que olhos azuis viu, e um corpinho dos deuses!
_Quem é esse homem Valentina?
_Ah para!
_Sera que é o seu incrível namorado?
_Como você sabe?
_Porque ele está indo ver você agora, não dorme, estou chegando.
_Devagar nessa moto amor.
_Tudo bem minha ruivinha.

O que você roubou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora