Sozinha

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Chego na pequena casa olho ao redor, não tem muitas casas aqui, tem a minha e um pouco mais longe uma casa que minha mãe me avisou que era de um casal de idosos, as outras casas são um pouco mais afastadas, tem mato por todo lado, imagine o tanto de mosquitos, agora só penso em voltar para casa, nunca gostei de acampar sei que é diferente mais não parece, então é assim que é morar na fazenda calmo e silêncio, imagine eu aqui com uma bebê, pra quem pediria ajuda?

Entro e olho todo local, a redes de proteção nas janelas, está tudo arrumadinho, o sofá, o armário, tudo é a minha cara, minha mãe realmente preparou tudo. A cozinha está equipada, entro no meu quarto e é simplismente lindo, todos os itens da cama são azuis, saio e vejo a porta do quarto que era para Sophia, tem um porta maternidade pendurado na porta, entro e olho tudo com medo, o berço, os ursinhos em volta, meu Deus porque doi tanto, porque tem que ser tão difícil, abro a cômoda e la estão as roupinhas que a minha mãe vivia falando que comprou, as mantinhas que foram minhas, como a minha mãe estava feliz em arrumar tudo, eu não aguento mais passar por isso, tiro o enfeite da porta e guardo dentro do quarto, tranco a porta e saio, nunca mais quero entrar lá.

Guardo as minhas coisas e esvazio o carro, passo o resto do dia arrumando minhas coisas enquanto bebo um vinho que trouxe da casa dos meus pais. O dia se arrasta bem lentamente é agonizante, arrumo todas as minhas coisas e vou preparar algo para comer, faço um arroz e preparo um estrogonofe, eu amo estrogonofe.

Tomo um banho quente e me deito para assistir um filme na Netflix no meu celular, coloco o mesmo em modo avião e assisto o filme invasão, que filme bom cara.

Já são meia-noite, ligo para meus pais e aviso que está tudo bem, e que cheguei bem. Em seguida mando uma mensagem para Pedro.

"Já é tarde, eu sei, é só pra dizer que estou com saudades, porfavor, não responda de volta, apenas ignore. Com amor V."

Sei que talvez eu esteja afogando a nois dois nesse barco solitário da solidão e da saudade com essa mensagem de texto cafona, mais é a verdade, eu estou com saudade de Pedro, uma saudade que aprendi a sentir junto com o amor que veio, que me deixou confusa no começo, achei que fosse mais carência de gravidez, não tinha certeza sobre o que sentia, mas descobri que o amava, um pouco tarde, mas sim, eu o amo.

Resolvo por fim dormir, amanhã é outro dia.

Faz uma semana que estou aqui, Evan tem me ligado algumas vezes e eu simplesmente ignoro cada ligação, resolvo sair um pouco de casa e comprar umas coisas, vou de carro até as lojinhas que tem aqui por perto, não é tão perto sim, mas de carro levam só alguns minutos.
Compro umas coisas, e tento arrumar alguém que instale um wifi por aqui, não aguento mais assistir filmes pelo celular.

Depois de voltar para casa e vejo alguém sentado na soleira da porta.

_Ola, quer alguma coisa ?
_A, oi, meu nome e Elis, tudo bem?
_Sim Elis, sou Valentina, posso ajudar?
_Trouxe esses biscoitos, vim passar um tempo com meus avós, seus vizinhos, enfim, me disseram que uma menina morava aqui, então né, e horrivel ficar sozinha nesse lugar estou enlouquecendo.
_Ah sim, o casal de idosos, é de ficar doida mesmo, quer entrar?
_Sim, porque não.
_Então Valentina o que te trouxe pra esse lugar?
_Longa história.
_Entendo, eu vim obrigada, meus pais me acham "mulher de vinte o poucos anos sem objetivos".

Elis diz isso e acha graça, conversamos um pouco enquanto tomávamos um vinho, Elis é boa pessoa.

Depois que ela vai embora vou me deitar.

O que você roubou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora