A primeira vez

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2015

Nunca me senti tão humilhada assim, jamais pensei que Evan teria coragem de fazer tal coisa, eu o amo, achei que ele também me amava, mas agora caminhando aqui sozinha em direção ao parque, só consigo pensar que ele não me ama, porque se me amasse não me bateria, não acharia que sou uma qualquer, uma vagabunda.

Cecília não para de me ligar, mas eu não quero atendê-lá, não quero ter que expressar a vergonha que estou sentido, a dor que está queimando meu peito, a dor que faz com que a dor física se torne menor, sei que meu corpo dói, sei que estou com os lábios sangrando, mas é como se Evan tivesse acertado somente o meu coração.

Não consigo nem ir para casa, sinto tanta vergonha, o que será que eu fiz, será que realmente é minha culpa, talvez não devesse ter dado assunto ao Caio, mas que droga, eu só quero ir pra casa, só quero esquecer esse dia, mas esse sentimento, esse medo, essa vergonha, talvez eu espere um pouco mais, só até ter certeza que meus pais já foram dormir.

Continuo andando em direção aos bancos, e vejo Pedro vindo na minha direção, me sento e abaixo a cabeça, não posso deixar que ele me veja, não assim.

_Pedro.
_O que você faz na rua tão tarde, já são três da manhã Valentina!
_Eu... Estou só caminhando um pouco.
_O que houve com o seu rosto, você... Foi o Evan ?
_Não foi nada, esquece.
_Valentina, você precisa fazer algo, faz um boletim contra ele, vai na Polícia.
_Eu já disse que não foi nada.
_É sério que vai defender ele, meu Deus, você não pode aceitar essas coisas.
_Pedro porfavor, eu estou cansada, eu vou pra casa.
_Tudo bem, eu levo você, mas isso não vai ficar assim.

Vou caminhando ao lado dele sem dizer nada, eu não ousaria, sei que ele está certo, mas prefiro me calar.

Vamos caminhando ambos em silêncio, eu não sei o que dizer agora e também não sei se quero ouvir o que ele tem a dizer.Sei que ele é meu melhor amigo, mas como tirar a vergonha de dizer que apanhei de alguém que amo, que apanhei por estar conversando com outro cara, argrrr que idiota eu sou!

Chegamos na porta da minha casa e Pedro me abraça, não diz nada é me aperta cada vez mais, eu posso sentir que só quer me tranquilizar, é de certa forma, funciona.Seu abraço é quente e calmo como ele, ele me olha sorrindo fraco e beija a minha testa.

_Até amanhã ruivinha.

E vai, fico o observando até que some no meio da escuridão, eu amo o meu melhor amigo!

O que você roubou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora