Sophia

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Às coisas tem sido ás mesma a dias, Evan e eu morando juntos pela obrigação, ou melhor por causa da suas ameaças, não tem mais amor, muito menos qualquer laço afetivo, os dias se arrastam, Pedro ficou uns dias no hospital, agora está bem, sempre conversamos, mas não nos vemos mais, é doloroso, mas sei que é o melhor a se fazer.
O único a sair dessa casa e Evan que vai trabalhar e depois volta e não sai mais, a não ser ao mercado e tals, eu mesma só saio durante as consultas de pré-natal e ultrassom, já estou com 5 meses, e já sei que é uma menina, tudo já esta planejado, e assim que ela nascer vou embora para bem longe com ela.

Minha mãe ira me ajudar sem que ninguém saiba, ela comprou uma casa pra mim, bem longe daqui, perto de uma fazenda, nem mesmo o meu pai sabe disso, está arrumando tudo lá, durante as consultas no hospital nós nos vemos e conversamos um pouco sobre tudo, ela está mais empolgada do que eu, sempre me conta sobre as roupinhas que comprou para bebê, semana passada me disse que já tinha comprado o berço e arrumado o quarto da neném pra mim, eu a amo demais e não vejo a hora de sair daqui, não vejo a hora de ter minha filha em meus braços, de estar longe de Evan, mas sentirei muita saudade de Pedro, ele não sabe de nada, não quero contar agora, só contarei dias antes da bebê nascer, ou talvez depois de já estar bem longe desse lugar onde só tive dor e sofrimento.

Ainda não escolhi o nome da bebê, estou em dúvida entre Laura e Sophia, como é possível amar tanto alguem sem ao menos ver, eu só tenho a agradecer por essa criança que cresce dentro de mim, nunca poderia imaginar que algo tão bom viria de Evan, mas aqui estou eu, com as mãos em minha barriga que agora já está a mostra, sentido minha pequena princesa mecher dentro de mim, e só consigo pensar no quanto a amo.

_Mamãe está aqui, logo logo você vai estar aqui nos braços da mamãe, então não demore muito a sair ta bom. -Digo alisando minha barriga.
_Você gosta de Sophia ou de Laura, se gostar de Laura da um mechidinha, não, nada e Sophia. -Sinto minha barriga vibrar. _Parece que temos um nome então, Sophia.
_É muito bonito, mas estava pensando que o pai também deveria ajudar nisso.
_Como Evan, essa filha é minha!
_É minha também! Não é do papai também Sophia. -Diz falando com a minha barriga.
_Hum. Só porque você deu seu esperma.
_O papai pode ser um vacilão, mas não vê a hora de ter aqui. Sabia que ele ama você, sim amo você filha, você ta deixando a mamãe gordinha.

Dou um tapa em sua cabeça, quem olha assim até pensa que Evan é boa pessoa, apesar de não brigarmos mais, e tentarmos viver em paz, ele ainda é o mesmo, só escondendo sua raiva por causa da gravidez, ele evita qualquer tipo de discussão comigo, diz que não quer ficar nervoso e me machucar, que está me protegendo e protegendo a filha dele de si mesmo, por um lado eu agradeço, seria difícil demais ficar apanhando e brigando grávida, isso faria mal a bebê.

_Estou brincando, você está linda.
_Hum, obrigada.
_Não precisa ficar sempre na defensiva.
_Eu preciso Evan, isso me lembra exatamente onde estou.
_Eu te amo Valentina, e sinto muito por tudo.
_Eu tenho uma ultrassom hoje, preciso ir.
_Eu vou com você.
_Não precisa Evan, é serio, eu sempre vou sozinha.
_Eu quero ver como a minha filha está.
_Tudo bem. Vou pegar a minha bolsa.

Vou para dentro do carro, e espero Evan finalmente dar a partida, mas não acontece, ele apenas fica encarando minha barriga e começa a chorar, não digo nada, apenas observo o mesmo, o que deu nele, a grávida aqui sou eu, eu é que deveria estar sentimental.
_Podemos ir Evan, vou me atrasar
_Me desculpa, eu sei que te fiz sofrer muito, mas eu me arrependo, e ver você grávida, nossa, me faz ver tudo o que vou perder, não vou ter a chance de fazer carinho na sua barriga, e dúvido que me diga quando a beber mecher, não terei a oportunidade de fazer suas vontades de grávida, aliás você ja tem desejo, eu nem sei, nunca me pediu nada, eu sei que você não gosta mais de mim, sei que te magoei quando fiquei com a sua amiga, mas depois da bebedeira eu nem sei mais quem sou, não estou justificando, só estou dizendo que aconteceu, e eu apenas não soube como fugir disso, mas mesmo com todos os meu erros sempre vou te amar Valentina, eu espero que um dia possa me perdoar.
_ Evan lamento por tudo que aconteceu entre nós, mas você fez suas escolhas, será que podemos ir. -Digo sem olhar em seus olhos, porque se eu olhar é o meu fim, não importa o que ele me fez, eu sempre me perco ali, naquele olhar e acabo cedendo.
_Você não me ama mais, nem um pouco, sabe eu não posso acreditar, você não consegue nem me olhar mais.
_Eu ainda amo você Evan, e talvez mesmo que os anos passem ainda amarei, mas isso é porque sou doente, e você também Evan, eu sei que não é bom pra mim, mais amo mesmo assim, e você é completamente louco Evan, não tem controle de sua raiva, e piora quando está drogado, esse "amor" que temos e doentio, ora ele é alimentado com carinho com amor e ora é alimentado por medo e agressões, é confuso demais, eu não sei se você realmente me ama, ou se ama a sensação de ter alguem que você pode ferir quando quer.
_Eu não sei explicar, eu amo você, mas não consigo me controlar.
_Você precisa se tratar Evan.
_Eu sei, é difícil, mas estou indo em um psicólogo, por isso ando mais calmo.
_Porquê não me disse nada?
_Não queria que pensasse que fiz isso pra prender você.
_Mais já me tem pressa, mesmo que me liberasse ficaria Evan.
_Ele tem me ajudado com os acessos de raiva, ando tomando remédios também, aqueles que você viu no armário e achou que fosse drogas.
_Entendi, que bom Evan.
_Quero que você vá na consulta comigo amanhã, eu sei que estou pedindo muito, mas tudo o que estou fazendo e pelo bem da nossa filha, não quero que ela tenha um pai de merda.
_Tudo bem, eu vou.
_Obrigada.
_Podemos ir agora, eu estou atrasada, e quero muito ver como a Sophia está.
_Podemos, então é Sophia mesmo ?
_Sim, Sophia, minha princesinha.


O que você roubou de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora