GEMEALIDADE - Jikook

TREINO

Capítulo 16 – Treino

Park Jimin On

Quando a noite chegou, eu estava mais do que pronto para voltar a treinar. Claro que dessa vez, Jin, Namjoon e todos os outros sabiam o que fazíamos quando eles não estavam e Jin nem se quer reclamou por eu treinar com o Jeon, o que foi realmente uma surpresa.

Eu caminhei até o porão, onde normalmente treinávamos e me assustei ao ver Jeon socando um saco de areia com força e raiva. O movimento dos seus músculos era claro e encantador de se ver e eu agradeci por ele não estar usando camisa naquele momento. Olhei ao redor e notei que o alvo, que normalmente ficava limpo, estava com várias facas fincadas nele.

Ele estava bravo e mesmo que eu não soubesse o motivo, queria acalma-lo. Ele não parecia ter notado minha presença, já que estava completamente compenetrado em socar o saco de boxe.

Em um movimento rápido, removi minha camisa, ficando igual a ele, apenas com a calça de moletom larga e confortável. Encarei minha barriga lisa com um leve desgosto por não ter nenhum gominho ali. Jeon tinha tantos músculos definidos, uns que eu nem sabia que existiam e eu era todo liso e macio.

Respirei fundo, um pouco frustrado e apenas terminei de entrar, deixando minha camisa para trás, largada no chão da entrada. Ele notou minha presença apenas quando cheguei perto o suficiente para a pouca luz me iluminar. Seu olhar desceu por mim como se me analisasse procurando pelo o que estava errado e quando encontrou meus olhos, ele riu fraco, deixando um último soco forte no saco, antes de se virar completamente pra mim.

– O que está fazendo aqui? – Questionou se aproximando, seu olhar era bravo, mas eu não deixei me intimidar.

– Pensei que tivéssemos treino hoje. – Respondi sem me abalar pela forma como ele tentava me intimidar.

– Acho que não é o melhor momento. – Ele disse sério, me olhando de cima. – Não to com cabeça pra isso hoje, garoto.

– Porque sempre que está nervoso ou próximo demais, você me chama assim? – Questionei ignorando o que ele havia dito.

– Não sei do que está falando. – Ele rebateu ainda irritado.

– E porque está bravo? É comigo? – Questionei ainda sem expressar nada. – Eu juro que não fiz nada demais dessa vez.

– O que te diz que eu estou com raiva?

– Não sei. Talvez as facas na parede, os socos ou o seu tom de voz. – Respondi com ironia. – Tem tantos sinais claros que é até idiotice você questionar.

– Park. – Ele sussurrou ainda no mesmo tom, fechando os olhos. – Hoje não. Volte pra cima, treinamos em um outro dia. – E então, ele ia virar de costas e me deixar ali, mas eu fui mais rápido, em agarra-lo pelo cabelo, lhe dando uma rasteira, o fazendo ficar de joelhos e puxando seu cabelo pra trás.

Olhei em seus olhos lhe desafiando a me mandar subir novamente e então, ele sorriu, como quem diz que eu me meti em uma briga que não poderia ganhar, mas o que ele não sabia era que eu não queria ganhar.

Antes que eu pudesse raciocinar de novo, eu já estava no chão, sendo imobilizado por ele. Suas pernas estavam prendendo as minhas e seus braços seguravam minhas mãos por cima da cabeça. Minha respiração estava irregular e meu peito subia e descia com força.

Seu olhar era intenso e quase tão denso que era palpável. Ele desceu o foco para minha boca e eu quase gemi só de imaginar a boca dele na minha.

– O aprendiz ainda não pode superar o mestre. – Ele disse com um falso humor, com o olhar ainda focado onde eu mais queria. – Porque nunca faz o que eu mando?