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~Jade

— Valeu, pirralha! Agora eu perdi a companhia pro luau. — Culpo Amber. Se ela tivesse se mantido quieta, eu estaria caminhando ao lado de Vega e escutando ela falar horrores, e não ouvindo Amber falar horrores.

— A Tori é sua amiga tipo Cat ou tipo Vicky? — Só presto atenção no que ela pergunta devido a menção de Victoria. E com isso eu quero dizer Vicky, não Tori. Eu acho.

— Que diabos isso significa?

— Ah, você sabe. Ela é tipo um pet, que nem a Cat, palavras suas, ou ela significa mais pra você?

— Ela não é tipo um pet, mas— A lazarenta me interrompe.

— Então ela significa muito pra você?

— Não.

— Mas você disse que ela não é um pet!

— Não significa que eu sinto algo por ela.

— Quem disse alguma coisa sobre sentir coisas por ela? — Meu coração disparou e eu não entendi por que.

— Você.

— Sabia que eu me descobri bi também esses dias? — Nunca agradeci tanto a Deus por essa coisa ser distraída.

— Sabia que eu não me importo?

— O nome dela também era Victoria.

— Cala a boca e me guia até essa merda de luau ou eu arranco o que te resta de neurônios.

— Como?

— Acredite, você não vai querer saber.

~^~

Chegamos lá antes de Vega, o que não me impressiona, logicamente. Fico olhando para todos os lados, esperando Vega aparecer, caminhando da praia ou daquele mato. Me preocupo, com medo de que ela tenha se perdido. Ela não é exatamente forte ou amedrontadora, é praticamente indefesa.

Não sei se me sinto feliz ou irritada ao vê-la chegando, pois está acompanhada, mas sua companhia logo some.

Ela vem na minha direção, mas não sorri, como normalmente faria. Ela ainda está brava comigo.

— Quem era?

— Uau, Jade. Eu te dei um sermão, atravessei uma floresta sem a pessoa que deveria nos trazer aqui e a primeira coisa que você me diz é:"Quem era?". — Olho pro chão. Engulo meu orgulho e digo:

— Você tem razão. — Forço as palavras a saírem.

— Esse é o seu pedido de desculpas?

— Tá, meu Deus. — Respiro fundo. — Desculpa. Por ter te tratado como uma possessão minha. Agora e mais cedo. Me perdoa? — O sorriso de Vega me acalma, e ela finalmente me dá esse sorriso. Sinto a tensão dos meus ombros sumir e relaxo.

— Eu te perdoo. — Ela faz uma pausa. — E pra sua informação, quem me trouxe foi um guia do hotel. — Com isso, ela vai embora.

Assisto-a sair com um pequeno sorriso no rosto.

— E depois diz que ela não significa nada pra você. — Amber aparece, estragando minha alegria. Dou-lhe um tapa no pescoço.

— Não mete o teu nariz onde não te chamaram, tampinha.

~^~

O casamento do meu irmão me preocupava, principalmente porque era a minha família toda, reunida em um único espaço. Todos eles, confinados em um só lugar, querendo apunhalar uns aos outros pelas costas a cada segundo. E esse luau parecia o trailer desse filme de terror.

— Jade! — Shirley grita, indo até mim, reviro os olhos. — Onde está Tori?

— Vega! Vem cá por um segundo? — Grito, chamando a garota que tomava algum suco de frutas.

— Diga. — Vega diz, parando ao meu lado.

— Ela está aqui, Shirley. — Digo, dando um sorriso sarcástico.

— Ah, bom... eu não queria a presença dela durante essa conversa. — Puxo Vega pelo braço, aproximando-a de mim.

— Poxa, é uma pena. Ela já está aqui.

— E planejo sair.

— Ótima ideia! — Damos as costas para Shirley e vamos até o bar.

— Você não está curiosa com o que ela queria te dizer?

— Não. — Dou de ombros. — Eu realmente não ligo pra nada que saia da boca dela. O que acha do luau?

— Eu sempre imaginei eles emanando uma energia positiva. Mas a energia aqui é tudo, menos positiva.

— Relaxa, no casamento vai ficar pior.

— Deus me livre! — Dou risada. — Eu já volto.

— Obrigada por me deixar sozinha na energia negativa! — Grito, vendo ela se afastar.

A playlist do casamento do meu irmão começa a tocar nos alto-falantes. Vejo Vega suspirar, mas ela vem na minha direção sorrindo. I Want You Back começa a tocar.

— Você não fez isso. — Digo, vendo ela vir na minha direção dançando.

— Ah, eu fiz. Vamos, Jade! Em homenagem àquela viagem fracassada. — Nego com a cabeça. — Por favor!

— Você disse que nunca mais ia me pedir nada. — Ela revira os olhos. — Então eu vou fazer isso porque eu quero, não porque você pediu.

Estávamos no canto, então não havia praticamente ninguém ao nosso redor. Era como se fossemos só nós duas no Havaí, dançando músicas antigas e bobas que todos conheciam muito bem.

Diferente do resto dos convidados, que estavam mais ocupados em falar mal uns dos outros, Vega e eu estávamos realmente aproveitando o momento e nem vimos o tempo passar. Voltei ao mundo real quando meu irmão desligou a música.

— Ah, vai se f—

— Jade!

— A festa acabou, Jade. Se quiser colocar seus punks aí, coloca. Só não sejam sequestradas, ia ser difícil explicar pra família da sua amiga. — Meu irmão diz, arrastando Shirley pelo caminho de volta para o hotel.

Bufo, irritada e cruzo os braços, revirando os olhos.

— A festa ainda não acabou, sabe disso, não sabe? — Vega pergunta, sorrindo.

— Não tem mais ninguém aqui, Vega. Meu irmão desligou a música.

— Vamos ligar de novo, simples. — Ela vai até lá e conecta seu celular ao som. — Vou te ensinar como fazemos na minha família agora.

— Por favor, não. — Digo, sorrindo, mas fingindo estar aborrecida.

— Pode vir aqui, Jade West, vamos dançar a minha playlist agora!

Push Me Back Harder - Uma fanfic JoriOnde histórias criam vida. Descubra agora