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~Tori

Recupero meus sentidos e me afasto rapidamente de Jade. Encaro-a com os olhos arregalados, sem conseguir organizar os pensamentos o suficiente para pedir desculpas ou fazer qualquer coisa do tipo. Abro a boca, tentando me explicar, mas nenhuma palavra sai.

— Eu preciso ir. — Jade diz e se levanta rapidamente, correndo para fora do quarto.

— O que eu fiz!? — Grito para mim mesma. Gemo em aborrecimento e coloco as mãos no rosto. Eu sabia que poderia ir atrás de Jade, mas isso provavelmente só geraria mais conflito, e eu não sou muito boa nisso.

Não consigo organizar meus pensamentos, não sozinha, então ligo para a pessoa que sempre me apoia e me ajuda em situações como essa: André.

— Eu tô com um problemão. — Digo.

— Que tipo de problemão? Meu Deus, a Jade te trancou pra fora do quarto!? — Ele pergunta.

— Pior. — Murmuro. — Eu beijei ela.

— VOCÊ O QUÊ? — Afasto o celular da orelha. — Vocês foram pro Havaí ou pra um universo paralelo!?

— Escuta, esses últimos dias foram muito confusos pra mim. Eu acho que eu posso estar meio que apaixonada por ela? — Não ouço nada. — André?

— Eu tô muito confuso. Eu pensei que você fosse hétero...? — Ele pergunta. Bufo, aborrecida.

— A gente pode não discutir sexualidade, por favor? Eu não sei o que fazer. Eu não quis beijar Beck, mas eu aceitei beijar Jade... ah, meu Deus, eu sou uma péssima amiga! Tanto pra ela quanto para Beck, eu não acredito nisso! André, ela saiu correndo do quarto, ela nunca mais vai falar comigo! Estávamos tão bem! Nos tornando amigas, próximas de verdade! E eu— Sou interrompida.

— Calma, mulher! Vai devagar! Você conhece Jade.

— Não, eu não conheço! Eu cheguei na escola ela e o Beck já namoravam a muito tempo!

— Tori, ela é assim. No começo, ela nos evitava como se fôssemos uma praga, ela precisa de um tempo pra ela. Faça o que fizer, não vá atrás dela.

— Essa parte eu sei, ela virá até mim, mas eu não consigo... eu não consigo pensar! Ela vai me odiar pra sempre, isso é fato. Por que eu fui fazer isso, meu Deus!? — Meus olhos marejam. Sinto que a perdi pra sempre, e a culpa é da minha impulsão.

— Chica, se acalma. E se ela sentir alguma coisa por você também?

— E eu sou a Paris Hilton! Lógico que não, André, coloca os pés no chão. Ela me odeia desde sempre, ela simplesmente começou a me suportar nessa viagem. Ou ela está fingindo me suportar... eu não faço ideia! — Uma lágrima escorre e eu a seco rapidamente, não querendo que essa única lágrima se multiplique.

— Espera ela voltar, ok? Vamos parar de falar do que ela está pensando e falar do que você está pensando, pode ser?

— O problema é que eu estou pensando no que ela está pensando! — Gemo em aborrecimento.

— Como você se sente sobre ela?

— Sério? — Ele não nega, então eu reviro os olhos e decido responder. — Eu não sei direito. Eu tenho sonhado com esse beijo a tanto tempo, mas não desse jeito... na realidade, eu sabia que esse beijo não poderia acontecer. Porque eu gosto de ter ela por perto, entende? Eu não queria que ela voltasse a ser uma desconhecida pra mim. Gosto de ver filmes, gosto de abraçá-la, gosto de segurar sua mão quando ela sente medo, gosto de cuidar dos machucados dela, abrir o zíper de seu vestido... — Escuto André engasgar e percebo o que havia dito. — Não! Não desse jeito! Eu digo, tipo ajudá-la, sabe? — Ele murmura um "uhum" e eu suspiro. — Eu não sei o que fazer!

— É, você é um caso perdido, Tori.

— André!

— É verdade. Você está caidinha por ela.

— Se você tivesse me dito isso dois dias atrás, eu iria negar, mas agora? Não passa da verdade.

— Chica, ela ia ficar sabendo de qualquer forma.

— Não ia não!

— Você é péssima mentindo. E escondendo coisas. — Suspiro, sabendo que ele está certo. Jogo a cabeça pra trás.

— O que eu faço agora? — Escuto a porta do quarto se abrir e encontro Jade passando por ela.

— Você desliga o telefone e conversa comigo. — Ela exige.

— Eu te ligo depois. Tchau. — Desligo rapidamente e me viro completamente para Jade. — Escuta, não foi o que pareceu, por favor não pare de ser minha amiga.

— Você quer ser só minha amiga? — Meu coração aperta por um minuto e minhas glândulas lacrimais são estimuladas. Mordo a parte interna da minha bochecha, tentando me concentrar em qualquer outra coisa.

— Sim! — Minto.

— Você é uma péssima mentirosa, Vega. Nossa senhora. — Uma lágrima escapa dos meus olhos e eu a limpo rapidamente.

— Jade...

— Talvez não seja uma ideia ruim.

— Sermos só amigas?

— Não, sua lesa. Sermos... hm... mais que isso. — Arregalo os olhos e meu queixo cai.

— Não estou achando a brincadeira engraçada. — Digo, séria. Jade revira os olhos.

— Eu estou falando sério. Você até que não beija tão mal. — Não consigo processar as informações. Isso é um sonho e eu vou acordar logo.

— Eu...? — É tudo que sai da minha boca. — Desculpa, eu tô confusa.

— Poxa, sério? Eu nem notei. — Diz, sarcástica.

— Você quer ser mais que minha amiga? — Pergunto. Ela revira os olhos e cruza os braços.

— Sim, inferno! Quer que eu desenhe? — Mordo meu lábio inferior. Ela suspira. — Você realmente quer que eu desenhe?

— Não! — Dou uma risada nervosa. — Eu só... não acredito que isso possa ser verdade.

— Vou repetir: quer que eu desenhe? — Olho pra ela irritada, erguendo as sobrancelhas. Ela se aproxima de mim.

— Eu não quero que você desenhe, só me deixe processar.

— Você precisa trabalhar sua insegurança.

— Eu não sou insegura!

— Não?

— Não.

— Então por que está hesitando tanto?

— Talvez eu queira que você desenhe. — Lógico que eu não queria isso, mas não admitiria que sou insegura e que não acredito que Jadelyn West queira ser mais que minha amiga.

— Eu tenho uma ideia melhor.

Estou prestes a perguntar qual era a ideia, mas eu descubro rapidamente, já que nossos lábios nos encontram. Jade toma controle do beijo (lógico que ela era controladora até nisso), sua língua adentra minha boca, e minhas mãos vão automaticamente para sua cintura. Não deixo que ela tome total controle, beijando de volta com uma intensidade maior, Jade então coloca duas mãos no meu queixo, me puxando para ela. Aperto sua cintura e levanto sua blusa levemente, arranhando de leve a área descoberta. Abro os olhos para ver sua reação e percebo que ela sabe que estamos ambas tentando obter controle. Seus olhos são famintos e malvados. Uma de suas mãos solta meu queixo e com apenas uma delas, ela vira meu rosto para o lado. Seus beijos escapam pela lateral de meus lábios, descem pelo meu maxilar e chegam até meu pescoço. Suspiro.

Então, ela se afasta.

— Você tem razão, não parece uma ideia ruim. — Digo.

— Eu te disse, eu sempre tenho razão sobre tudo.

~^~

vcs leriam se eu publicasse um livro de one-shots??

~Lina

Push Me Back Harder - Uma fanfic JoriOnde histórias criam vida. Descubra agora