I like Girls

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Todrick Hall - I Like Girls

Autora "pov"

A porta ao lado das duas adolescentes se abriu em um estrondo, as garotas que estavam com o rosto tão próximo não tiveram tempo de se afastar, apenas desviaram o olhar para a porta, onde estava Thiago de olhos arregalados. Sua boca se abriu fazendo o cigarro bater contra o chão, suas bochechas se avermelharam enquanto se recompunha e começava a fechar a porta.

- Oh, meninada... - Começou de forma envergonhada. - Trabalho não é lugar pra isso, não!

[...]

Algumas horas antes do acontecido

Se alguém entrasse na Ordem agora, olharia para Agatha e Charlotte e poderiam dizer que eram amigas há anos, talvez, amigas de infância? Ou até mesmo algo a mais, mas apenas os agentes da ordem sabiam que fazia alguns meses que a Novata estava trabalhando com a ex-ocultista.

Novata, era o apelido que todos adotaram para a menina, não importando se ela mesma não era mais uma novata, continuavam a chamá-la assim por todo o canto do QG, todos sabiam quem era, mas a maioria sequer sabia seu nome.

Já estava no final da tarde quando Charlotte retornou a Ordem, havia saído apenas para comprar algo para si e Agatha comerem. Desde o meio dia  não saíram daquela sala pois estavam tentando traduzir uns dos livros de um ocultista que havia sido preso por Arthur e Joe mais cedo. Charlotte andava pela base tinha em seu pulso uma sacola com dois hambúrgueres e nas mãos uma pequena bandeja de papelão com dois milkshakes de morango.

Quando já tinha atravessado metade da base e já conseguia ver a porta entreaberta da sala de ocultismo, ouviu um grito do corredor atrás de si, fazendo com que se arrepiasse. Ao se virar conseguiu ver de longe Joui e Arthur andando em sua direção. Não tinha nada contra os dois agentes, mas nunca se considerou muito sociável e não se dava o trabalho de se enturmar com as pessoas da Ordem que não fossem o Senhor Veríssimo e Agatha, sem contar que no momento, dois grandes homens andavam em sua direção - ou talvez nem tão grandes já que ela não era tão alta assim - com armas nas costas e cicatrizes no rosto, ainda era um pouco assustador pensar que estava rodeada de pessoas assim, não esperava menos, é claro, mas também não se acostumaria tão cedo, preferia continuar no conforto da sala de Agatha com a mesma.

- Charlotte! - Arthur correu na direção da adolescente com um sorriso no rosto.- Como estão indo as coisas? Conseguiram descobrir o idioma daquele livro? - Mesmo não notando, Arthur tinha se aproximado ate demais da garota, tendo que abaixar o olhar para encontrar os olhos dela e a única coisa que o impedia de praticamente encostar nela era a bandeja de milk shake.

Charlotte não respondeu, agora de perto o Cervero parecia ainda mais assustador do que antes, mesmo sendo muito bonito em sua opinião o homem lhe dava medo, talvez por ter escutado várias histórias das batalhas do homem. Ao contrário de Arthur, Joe notou quando a novata segurou a bandeja com mais força e mudou sua respiração, pôde até jurar que os olhos dela se arregalaram com a aproximação, não era um bom observador e entendia que Arthur também não.

- Vai com calma, Arthur. - Pediu vendo o incômodo da mais baixa e segurou no ombro do amigo o trazendo para mais perto de si afastando-o.

- Era romano... - Falou um pouco baixo enquanto desviava o olhar ao chão, sentindo-se mais aliviada com, agora, espaço pessoal devidamente respeitado. - Agatha está com ele agora.

- Não era pra você traduzir isso? - Franzindo as sobrancelhas, Joe não se sentia confortável de saber que um livro ocultista estava com Agatha, não confiava nada nela com este artefato em mãos, achava veemente que Charlotte cuidaria daquele assunto sozinha.

- Sim. - Afirmou um pouco tensa e com medo de receber um sermão, então logo tentou se justificar. - Mas ela disse que me ajudaria porque o livro serve pra transcender também, então eu aceitei! - Explicou hesitante defendendo Agatha, não queria que a nova amiga se metesse em encrencas por sua causa.

Os dois agentes mais velhos se entreolharam um tanto desconfiados, mas antes que pudessem tirar suas dúvidas do porquê a menina defendia tanto a ex-ocultista, a porta do fim do corredor se abriu. Agatha saiu com o livro em mãos e um grande sorriso no rosto, no meio tempo que passou, leu o livro inteiro em pouco tempo e descobriu um novo ritual, mais forte e mais complicado, aquilo a excitou de forma exorbitante.

- Oh, novata! - Gritou mesmo não estando longe. - Achei um ritual novo aqui, me ajuda aí a transcender! - Conforme se aproximava seu sorriso aumentou ao ver Arthur e Joui ali com a garota, sabia que Charlotte era tímida o suficiente para falar com os outros, então não pôde deixar de ficar um pouco feliz pela amiga. - Arthur! Tá bonitão hoje!

- O-obrigado... - Mesmo sendo amigo de Agatha há um tempo, não se acostumou ainda com os elogios repentinos.

Vindo por trás Agatha passou os braços pelos ombros de Charlotte colocando sobre seu peito enquanto encostava o queixo sobre sua cabeça por ser mais alta, ela não podia ver, mas Joe tinha uma visão privilegiada do rosto da novata lentamente ficando totalmente vermelho.

O japonês fez careta ao ver Agatha tão grudada a outra e tentou notar se a menina estava desconfortável com o toque. Notou que não era o caso, e sim, as bochechas vermelhas eram de... vergonha? Talvez, não sabia dizer.

- Oh, japa! Valeu pelo livro ele é bem foda!

- Ahn... de nada... - Joe comentou a contragosto, não gostava da presença da outra e não se sentia confortável.

Com cuidado, Joe segurou no braço do homem ao seu lado, puxando-o, não deixando sequer ele falar, nem se despedir. As meninas observando este ato, ficaram confusas.

- Eles são um casal? - Charlotte não conseguiu segurar o ver de longe Arthur fazer Joe soltar seu braço e segurar sua mão.

- Sei lá, eu não cuido da vida dos outros. - A mais alta se afastou e lambeu os lábios observando a novata virando de frente para ela. - Mas eles são gays pra caralho.

O comentário fez a mais nova morder o lábio abafando um riso baixo, não conseguiu segurar a risada ao ouvir tais palavras vindo de forma tão descontraída de Agatha. Já a mais velha apenas seguiu com um sorriso no rosto, não pela piada, mas por achar Charlotte tão fofa rindo.

Ao notar os lanches, Agatha praticamente avançou na morena que arregalou os olhos, desviando da outra e correndo para dentro da sala mais próxima gargalhando sem aguentar. Já Agatha não estava muito diferente e continuou a correr atrás dela. A brincadeira durou pouco tempo e o riso de ambas pode ser ouvido por todo o corredor, o que atraiu a atenção de todos por perto.

Dentro da sala, Charlotte se via encurralada, já tivera que abandonar os milkshakes em cima da mesa e agora corria fugindo de Agatha enquanto protegendo os sanduíches da sacola.

Em meio a tanta correria, a novata sequer notou quando se aproximou de um dos símbolos ocultistas no chão, estava mais concentrada em desviar da mais velha que ao contrário dela notou o círculo vermelho no chão.

Foi muito rápido para as duas, Agatha agarrou o braço de Charlotte a puxando com força para si, a mais nova com o susto tropeçou nos próprios pés fazendo ambas rodopiar, até Charlotte bater com força as costas na parede. Agatha não teve muita reação além de colocar os antebraços o mais rápido que conseguiu na parede ao lado do rosto da outra garota, impedindo que os corpos se chocassem.

Charlotte poderia estar a centímetros de Agatha, e quando ergueu os olhos para ver se a garota estava bem, pôde jurar que ela havia sentido o seu coração bater mais rápido. A mais alta não sabia dizer se foi a proximidade ou a correria de antes, mas se sentia quente.

Charlotte a todo momento não conseguia manter os olhos fixados no de Agatha que a encarava sem pudor, seu olhar alternava dos olhos para a boca da menina a sua frente, a vendo mais uma vez lamber os lábios, ato que nunca ligou até o momento, agora aqueles lábios estranhamente lhe pareciam... atraentes.

Ficando na ponta dos pés, Charlotte seguia seus instintos, não desviando os olhos dos lábios de Agatha, que por sua vez percebendo a aproximação não podia esperar e simultaneamente cortava a distância entre as duas.

Quando os lábios se roçaram e ambas sentiam suas respirações, a porta ao lado das duas adolescentes se abriu.

Continua...

All the Things She SaidOnde histórias criam vida. Descubra agora