Forget Her

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Autora "pov"

- Vocês sabem o quanto vocês estão complicando as coisas para mim?

- Mas Senhor Veríssimo...

- Sem "mas", Charlotte.

A cena seria icônica se as meninas não estivessem praticamente tremendo de medo do mais velho.

Liz descontente com a situação e com o escândalo que havia feito, chamou atenção de seu superior que não ficou muito feliz em saber que duas adolescentes estavam trocando afeto no ambiente de trabalho. Talvez até mais descontente em saber que eram duas jovens menores de idade.

Agatha mais que ninguém achava aquilo uma piada. Sim, considerava o Senhor Verissimo um pai, mas não aceitaria que ele se intrometesse no seu relacionamento já que não achava que sua vida amorosa era da conta do mesmo.

- Velhote, você não pode proibir o nosso namoro! Não estamos na Era Medieval! - Sobrepondo sua mão sobre a da namorada gritou de nervosismo em pensar dele querer as afastar.

Charlotte que não tinha voz para retrucar seu padrinho e chefe apenas entrelaçou seus dedos aos de Agatha como um apoio silencioso. A ex-ocultista podia sentir os lábios secos e a cada minuto de silêncio ou discussão passava sua língua para molhá-los.

- Eu não sou um vilão, Agatha. - Veríssimo respondeu ignorando o tom e os insultos de Agatha. - Mas não posso deixar que isso aconteça no horário de trabalho.

Ambas caladas viram o homem passar a mão no rosto como se buscasse uma solução, se arrependendo de deixar duas garotas com os hormônios a flor da pele juntas, no que mais isso iria acabar?

- Charlotte vai ficar um tempo com Marcela até eu decidir o que fazer com vocês.

Os gritos de desaprovação vieram de ambos instantaneamente, o homem apenas desistiu erguendo a mão em pedido de silêncio que foi ignorado, cansando daquilo e vendo que só acabaria se estressando fez um sinal para as meninas saírem da sala.

Notando que não havia o que fazer, Charlotte puxou a namorada para fora da sala a força, antes que a situação saísse do controle e ambas fossem punidas mais severamente.

A semana que se seguiu foi a mais estranha para todos que viram a situação das garotas e as conheciam. Charlotte que sempre se mostrou organizada e centrada no trabalho, na enfermaria era um desastre. Guardava os remédios na prateleira errada, derrubava a papelada e parecia mais anti-social do que nunca. Jhonny pôde jurar ver a menina se escondendo dele quando entrou na enfermaria em busca de Marcela.

Agatha por outro lado estava um poço de grosseria, Deus abençoe quem fosse atrás dela para transcender. A sala de rituais estava mais assustadora do que nunca, o sangue de animais no chão aumentava a névoa e a Volkmmen era o próprio demônio de lá, Joui que já odiava o lugar agora se recusava a entrar na sala sem Arthur ou Kaiser ao seu lado para o protegerem.

Arthur foi um dos únicos que tentou conversar com Agatha.

Era madrugada quando o homem entrou na sala de rituais, estava escuro e a névoa densa,  apenas o som de fungadas eram ouvidas em meio a névoa, o que arrepiou o baixinho receoso de ouvir uma criança o chamando de mamãe, ainda tinha pesadelos com Santo Berço e aquele hotel macabro.

- Agatha? - Chamou alto, se aproximando do barulho.

A ex-ocultista estava no canto do balcão sentada com o celular em mãos, fungando e segurando o choro ao trocar mensagens com Charlotte dizendo o quanto sentiam saudades uma da outra mesmo estando a poucos metros de distância.

All the Things She SaidOnde histórias criam vida. Descubra agora