Treze

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Depois de ter se vestido novamente buscaram em meio aquele monte de mato algo que pudessem comer. Já que ir até a cidade no momento apenas os traria riscos, decidiram continuar ali até que Sakura pegasse o minimo de treinamento para que pudesse se defender.
Shikamaru a olhava desinteressado esperando que ela avançasse em sua direção, Sakura correu e mirou seu rosto e rapido ele desviou a derrubando no chão.

-Você é fraca Sakura, não espere que lhe darão trégua por ser mulher.

Sakura o empurrou e se levantou, enquanto tentava lhe acertar qualquer um dos golpes que havia visto em sua tv, Shikamaru apenas ria e a derrubava todas as vezes que se aproximava.
Com raiva, decidiu mudar um pouco sua abordagem e ao ser derrubada no chão ela passou as pernas em seu pescoço. O prendeu com as coxas e surpreso não conseguiu mexer os braços, Sakura puxou suas mãos e o virou com o peso de seu corpo.

-Você é fraco, Shikamaru. -Disse o provocando. -Sua guarda é baixa assim mesmo ou apenas comigo?

Ele sorriu e mordeu a parte interna de sua coxa, Sakura gritou e afrouxou seu aperto. Shikamaru se desvencilhou e a jogou ao chão novamente.

-Isso é o que você acha. -Disse. -Use suas curvas Sakura, deixe seu oponente imaginar que é fraca e suscetível as vontades dele. Ganhe vantagem e o neutralize sem esforço.

Sakura arregalou os olhos com a informação e sua mente perversa lhe deu alguma ideia, Puxou por baixo de sua regata seu sutiã. Com seus mamilos levemente enrijecidos sorriu colocando os cabelos curtos para o lado, andou em direção a Shikamaru que a olhava estatico e sem que ele pudesse evitar, Sakura pulou em seu colo e roubou seus labios com vontade. Segurou em seu pescoço e se jogou para trás, preso por suas pernas e com o cotovelo apoiado em seu pescoço ria da sua cara de espantado.

-Muito bem, acho que começou a pegar o jeito. -Disse enquanto Sakura saia de cima de seu corpo. -A ensinarei a atirar.

Sakura vibrou internamente e aumentou sua lista de possiveis mortes por arma de fogo, ser morta pela propria arma era um de seus medos. Shikamaru saiu de seu lado e juntando algumas folhas grandes que tinham perto do lago as apoiou numa das raizes das arvores que tinham por ali.
O sol já estava passando do meio do céu e depois de tirar o cartucho de sua pistola, a destravou e entregou em sua mão. O peso dela era grande e mal cabia em sua mão, Sakura mirou e apertou o gatilho. O coice a empurrou para trás e a fez cambalear, Shikamaru a segurou firme e a apertou.

-Não seja burra, Sakura. -Disse rindo, quase o coice fez com que acertasse a coronha em sua cabeça.- Não é só o peso que precisa balancear, o vento, o coice e o tipo de arma fazem diferença.

Sakura bufou, se ele tivesse lhe dito antes de atirar, não teria quase ganhado um grande galo em sua cabeça. Mirou novamente se soltando dos braços de seu guarda-poste, as folhas que ele havia posto para que treinasse balançava levemente com o vento. Ela respirou fundo, e o apertou o gatilho usando sua força para manter a arma em seu lugar.
A bala acertou a raiz da arvore que segurava as folhas, Sakura bufou e mirou novamente, sem vento respirou fundo e prendeu sua respiração. O coice fez sua mão doer e a bala acertou a parte da raiz onde afolha estava presa, sorriu orgulhosa enquanto Shikamaru sorriu minimamente acenando com a cabeça.

-Agora tem o minimo para conseguir se defender, não tenha medo, não hesite. -Disse segurando sua cintura por trás colando em seu corpo. -Não de ao inimigo a chance de se aproximar.

Sakura sorriu perversa enquanto ele beijava a ponta de seu ombro, travou a arma e a jogou no chão. Impulsionou seu corpo para frente e puxou Shikamaru com os pés, no chão ele ofegou e Sakura riu montando em seu corpo.

-Quis dizer assim?

Shikamaru segurou em seu pescoço e girou seu corpo ficando por cima. -Quase assim. -Disse roubando um beijo de seus lábios. -Vamos, precisamos sair daqui, logo mandarão uma equipe de buscas e precisamos encontrar o pendrive que está em seu corpo.

Sakura tremeu com a sensação, não se lembrava de acontecer qualquer coisa que fosse e nunca se sentiu entranha. Ele se levantou e a puxou com firmeza, ajuntaram as pequenas coisas que ainda conseguiam carregar e subiram a pequena ladeira em direção a avenida. O medo já havia diminuido no corpo de Sakura consideravelmente, mesmo que tivesse certeza de que morreria em alguns minutos, encararia a sua morte de frente.

Caminharam pelo acostamento quase camuflados entres as arvores, Sakura não sabia o quanto Shikamaru era conhecido ou tinha seus meios de fuga. Mas naquele momento confiava nele com sua vida, não o conhecia mas o seguiria até onde pudesse e permitisse. Andando em sua frente, ele esbanjava certeza e seus riscos calculados. Tudo parecia estar como ele previa dentro de seus limites, era comum para ele viver nesse meio cheio de riscos e reviravoltas emocionantes.
Sakura não entendia ainda como não tinha morrido por ataque cardiaco ou apenas ter a sorte de ser premiada com uma bala perdida, já que esteve em mais tiroteios esses poucos dias de fuga que os filmes de ação que um dia assistiu em meio ao seu tedio.

De longe, via as luzes da cidade. A noite começou a cair e com ela o frio, o meio da estrada permanecia tão vazio. Seu medo de ser abduzida era muito maior que levar um grande tiro no meio de sua testa.
Desceram um pouco mais a rua vazia e Shikamaru lhe entregou a mão para que tivesse apoio, brigavam tanto que parecia dois idosos. Mas se sentia bem com isso, mesmo em meio aos berros e palavrões que costumavam dizer acabavam sempre gemendo colados em algum canto. Poderia ate ser o momento e depois que tudo isso acabasse essa atração também acabaria, mas a aproveitaria com todas as forças.

Na rua pavimentada, Shikamaru aproveitou o silencio e o vazio. Quebrou a janela de um dos carros, agil, abriu a porta e a ligou o carro. O alivio de quem não precisaria mais andar tomou conta do corpo de Sakura, entrou no lado do passageiro e se deixou cair no banco.
Torcendo para que o homem ao seu lado, que dirigia rapido demais a levasse para algum hotel de beira de estrada, pois em qualquer um ela tomaria um longo banho e hibernaria para o resto da vida.

Seu desejo foi atendido tão rapido que mal podia conter a felicidade ao entrar naquele lugar, Sakura saiu do carro rapido como uma criança e deixou que Shikamaru fizesse o maldito do check-in. A balconista o media descaradamente e enrolava para poder fazer a droga da abertura de conta.
Aborrecida por seu banho estar sendo atrasado por uma caipira de interior, abraçou a cintura de Shikamaru, surpreso, ele descansou o braço em seus ombros. A balconista mal se dava conta de que Sakura estava ali.

-Não tem como ir mais rapido, querida? -Perguntou com ironia. -Estamos com pressa e preciso do meu namorado logo.

Shikamaru riu e se aproveitando da situação, passou a mão por cima de sua bunda e a apertou fazendo com que soltasse um grito surpreso. -Se puder terminar logo, preciso ter uma conversa coma minha "namorada".

A moça entregou a chave de mal gosto e Sakura pegou antes que seu guarda-poste a pegasse. Se virou e antes que seguisse para as escadas ele lhe deu um forte tapa em sua bunda.

-Faça isso novamente e eu juro dar na mesma intensidade nessa sua cara de poste.

Shikamaru riu e deixou com que entrasse primeiro, Sakura tomou seu sofrido banho por causa de seus machucados e enrolada na toalha limpa e macia do hotel, se deixou desmaiar naquela enorme cama.

Na Sua Mira - ShikaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora