trinta e sete

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É estranho lidar com a ausência de Teri no apartamento

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É estranho lidar com a ausência de Teri no apartamento. Faz quase duas semanas que ela foi embora, que não restou nem mesmo uma blusa sua jogada por aí, e sinto como se estivesse com esse vazio no peito há uma eternidade. Está tudo tão silencioso… Eu nunca pensei que sentiria tanta falta da sua música de manhã cedo ou até mesmo da sua voz cantarolando alguma melodia tosca pelo corredor. 

É cômico pensar no quanto podemos nos acostumar com a mania de uma pessoa totalmente diferente de nós mesmos. Agora eu percebo que a frase “os opostos se atraem” faz mesmo sentido. Sinto-me até idiota admitindo uma coisa dessas depois do início turbulento da nossa relação, mas eu seria um idiota se negasse que a presença da Teri não fez uma grande diferença na minha vida. 

Eu tive alguns relacionamentos duradouros durante a minha vida. Passei bons anos ao lado de Olivia; eu estava apaixonado, eu a amava, mas faltava algo… Um relacionamento não se sustenta apenas com paixão e amor. Mas então a minha mãe me disse algo que eu nunca tinha percebido antes: todas as mulheres com quem eu me relacionei eram completamente parecidas comigo: sérias demais, discretas demais… e essas características em comum tornava tudo muito morno. A verdade é que eu sempre gostei de estar no controle; de planejar as coisas. Manter-se seguro era uma espécie de regra tosca que eu coloquei no topo da minha lista, pois estar seguro significa não se machucar… Mas então Teri Grace apareceu na minha vida.

Um furacão nível 5. Assim ela é. Teri é diferente de qualquer mulher que eu tenha encontrado ao longo da minha vida: espontânea, tagarela, original… Quando ela entra em um cômodo, tudo se ilumina, e eu costumava a achar isso incômodo, mas agora os meus dias têm sido sombrios sem essa luz. Eu seria estúpido se dissesse que me apaixonei por ela no primeiro instante. Foi um processo lento e trabalhoso, algo que levou bastante tempo para se desenvolver, e por essa razão, talvez, tenha se tornado algo tão verdadeiro. 

Depois do ocorrido em Londres, quando ela presenciou aquele beijo que nem pode ser considerado como um beijo, eu entrei em desespero. Estávamos tão próximos, tão envolvidos, e eu não queria perdê-la antes mesmo de ganhá-la. Eu me senti o pior canalha do mundo por tirar aquele sorriso que vivia em seu rosto, justamente quando prometi não magoá-la. Eu não tive culpa, mas também não a culpava por estar brava. Acho que também ficaria chateado e confuso se a visse beijando outro cara. 

Então cá estou eu sobrevivendo a mais um dia de silêncio. Sei que ela pediu para irmos com calma, que ela precisa de um tempo para si mesma, e por mais que eu esteja tentando ser sensato, toda vez que adentro a porta do nosso apartamento… bom, agora apenas meu apartamento, e não sinto o cheiro do seu perfume de flores, a solidão me envolve e a saudade aperta no peito. Não quero parecer obsessivo, não quero encher o celular dela de mensagens e cobrar um posicionamento, mas todo esse silêncio está me matando. 

A boa notícia é que posso vê-la de vez em quando sempre que vou visitá-la na galeria. Uso a desculpa de só estar lá a trabalho para ver como as coisas estão indo, mas na verdade, tudo o que eu quero é ver o seu rosto. Eu me sinto tão feliz sempre quando a vejo falar sobre a nova fase da sua vida, como ela está adorando passar todo o seu tempo pintando… De alguma forma, sinto-me especial de ter ajudado nesse quesito. Não se trata apenas de negócios: Teri se tornou especial para mim e farei tudo o que estiver ao meu alcance para colocar um sorriso em seu rosto. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora