No dia seguinte, Mary finalmente foi falar com Francis. Ele estava perto do lago, sozinho, exatamente como ela queria, assim poderia conversar com calma.
- Francis ! - ela o chamou - Posso falar com você ?
- Majestade, é claro. - ele não pôde evitar o sorrir, estar na companhia da Mary sempre o agradava
- Eu lamento muitíssimo pelo que aconteceu, irei me certificar de que isso não volte a acontecer, principalmente quando vocês retornarem para a França.
- Está tudo bem, não foi culpa sua. Mas, obrigado por tudo, todo apoio e ajuda quando nos recebeu.
- Era o mínimo que podia fazer. Eles o machucaram ? - Mary colocou sua mão no braço de Francis, não deveria mas o fez mesmo assim, por impulso, e então sua respiração pesou quando finalmente percebeu, o mesmo aconteceu com Francis ao receber o toque inesperado, mas claramente agradável, que recebeu.
- Eu estou bem, obrigado. - ele colocou a mão dele sobre a dela - Graças a você.
Eles ficaram assim por alguns segundos, alguns longos segundos. Até que Mary lembrou que tinha algo a mais para ser dito, então recolheu sua mão.
- Francis, hoje haverá uma execução pública, será do mercenário que o sequestrou. Achei que merecia saber, contarei aos seus pais quando os encontrar. Vocês têm total liberdade se quiserem assistir ou não.
Francis refletiu por um tempo.
- Obrigado por me contar, eu irei, e aposto que meus pais também irão.
- Imagino que sim.
- Mas e quanto a Philip, ele é sempre tão ausente ? Com todo respeito, é claro.
- Ele, bem, nós nos entendemos. - Mary não sabia como reagir àquela pergunta, principalmente vinda de Francis - Ele irá comparecer à execução.
- Entendo, nem tudo são flores, não é ? - ele ofereceu um sorriso tímido mas compreensivo.
Francis era alguém do qual Mary gostava de passar o tempo, mais até do que deveria.
- Bom, se me dá licença, ainda preciso falar com os seus pais. Nos vemos mais tarde. - ela sorriu e ele retribuiu sem hesitar
- É claro, a vejo mais tarde então. - ele a referenciou brevemente e ela saiu de volta para o castelo a procura de Catherine e Henri.
~
Antes de finalmente ir para o local da execução, Mary estava em seus aposentos se preparando quando Philip entrou.
- Está pronta ? - ele perguntou ao entrar - Irei acompanhá-la até lá.
- Quase. Você está bem ?
- É claro, por que não estaria ?
- Você está com uma cara diferente, parece irritado mas também preocupado.
- Não querendo ser intrometido, mas você e Francis já se conheciam, certo ?
- Éramos muito novos, por que a pergunta ?
- Vocês parecem gostar da companhia um do outro, ao menos você fica mais alegre quando ele aparece.
- Ora, não é para tanto. Francis é um bom amigo, nada demais. E por que toda essa preocupação ? É você com quem eu sou casada. - Mary se levantou da penteadeira e ficou de frente para Philip
- Exatamente, você é casada comigo mas não me trata como um marido, não se abre comigo. Aposto que conta várias coisas para o seu amiguinho Francis.
- Cuidado com o seu tom, eu posso ser sua esposa, mas acima de tudo sou sua rainha, não vou tolerar ser tratada como se tivesse cometido um crime. Aliás, você mesmo disse que amor não importa quando se tem a vida que temos.
Philip ficou em silêncio, e assim permaneceu durante todo o tempo em que a conduziu até a área externa do castelo.
Em um palco onde o povo poderia assistir, havia um encaixe para o pescoço daquele que for executado, neste caso, Louis Condé.
O povo já aguardava pelo momento tão esperado, a família francesa já havia assumido seu lugar. E então, Mary e Philip apareceram no palco e esperaram até Condé aparecer.Os guarda então o trouxeram, acorrentado com as mãos para trás. Ele ajoelhou perante o bloco de execução, olho para Mary uma última vez e então abaixou sua cabeça, apenas esperando para ela ser cortada.
O executor que até então estava esperando, ergueu o machado para depois então, forçá-lo em direção ao pescoço de Condé. Sua cabeça caiu no mesmo instante, rolando pelo chão e deixando um rastro de sangue por onde passou, até parar.
Era isso, acabou. Mary talvez devesse se sentir mais leve, mas ela não sentiu.
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Que Seja Longo o Seu Reinado
Romance"Seja uma verdadeira rainha. Seja a rainha que por você qualquer homem morreria. Sinta medo como qualquer pessoa, mas como rainha, não pode deixar isso te controlar." Mary é rainha desde muito nova. Sua mãe, Marie de Guise, reinava enquanto prepara...