Hailee e Harry sempre viveram juntos as aventuras que a infância no reino de Avalon ofereceu. Por muito tempo, ele foi a única morada e família que ela um dia conheceu, entretanto, certa noite, a genealogia que lhe sobrara retornou para ajustar a su...
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GWEN
— Então você está metida com essa gangue?
Coloquei as mãos no rosto, soltando todo o ar dos meus pulmões e puxando novamente a fim de manter a sanidade. Eu ainda estava tentando aceitar o fato de que Thomas havia ressurgido do inferno para mandar a minha conta justo agora.
— Não estou metida com nada e nem ninguém. O que ele quer é vingança, e achou no Harry a oportunidade perfeita. — respondi ao rei.
— Vingança de quê, Guinevere? O que você fez contra eles? — Niall questionou. Voltei a sentar-me enquanto eles esperavam ansiosamente que eu contasse o motivo do sequestro de Harry.
— Não conte ao papai, certo? Eu volto logo.
Dominic segurou a porta para que eu saísse e voltou a fechá-la assim que eu estava do lado de fora. Seus olhos expressavam preocupação, ele sabia que Joseph nunca aprovaria o que eu estava fazendo, no entanto concordou em não me delatar depois que prometi chegar em casa antes do nosso pai. Eu caminhei, com a cabeça coberta pelo capuz da blusa de frio, por alguns minutos até chegar ao pub recém-inaugurado do bairro, o Orpheum. Todos estavam comentando sobre aquele bar e eu queria conhecê-lo, mas Joseph não permitiria, nem mesmo em meus sonhos, que eu saísse de casa para ir até lá, então eu fui escondida. Desde que retornasse antes do meu pai, ficaria tudo bem.
Era tudo deslumbrante. Para uma garota de dezessete anos que raramente podia divertir-se por aí, o estabelecimento colorido por luzes piscantes, preenchido por música e lotado de pessoas mais velhas parecia o mais belo dos paraísos. Tudo o que eu queria era diversão, só por algumas horas, esquecer da rotina estressante de casa e ser uma menina normal mesmo que por pouco tempo, entretanto aquela noite tinha planos bem diferentes para mim. O pub estava sendo visitado, coincidentemente no mesmo dia, por Thomas Gilbert, o líder de um dos maiores grupos de resistência ao poderio que já existiu. Ele sempre andava acompanhado por sua família que, aos poucos, tornou-se seu legado; ficaram conhecidos por obterem sucesso em quase todos os ataques contra a realeza, com direito a barricadas e muitas armas, dando a quem os enfrentava, até mesmo à guarda real, extrema dificuldade para detê-los devido ao seu preparo. Por onde quer que eles passavam, todo mundo podia reconhecer. Minha intenção, pelo menos naquela noite, nunca foi arrumar problemas, especialmente com aquela família.
— Está olhando para você. — a mulher do meu lado no balcão cutucou o meu braço e apontou na direção à qual referia-se. Virei a cabeça para saber do que se tratava e avistei o homem de quem falava: Thomas.
— Não estou interessada. — respondi após voltar à posição anterior e esperar pacientemente pela bebida que havia pedido.
