Hora de ir

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HAILEE


— Você pode vê-lo. — o guarda apareceu minutos depois de ir até o quarto de Harry.

Eu caminhei pelos corredores tranquilamente ao lado do homem vestido de armadura que mantinha-se em silêncio, toquei a maçaneta da porta de carvalho e perguntei a mim mesma o que aconteceria quando entrasse.

Uma longa semana se passou desde que Harry quase perdeu a vida, outra vez. Os momentos que se seguiram após o resgate foram extremamente cruciais tanto para a sobrevivência do príncipe quanto recuperação do próprio reino como um todo. Querendo ou não, todos assustaram-se, até mesmo eu. Com toda certeza, uma semana não era o suficiente para que tudo aquilo fosse superado, mas esperei o tempo necessário até que Harry estivesse saudável para conversar e agora era o momento.

Não tinha alguma ideia de como ele reagiria, nem mesmo eu havia compreendido a maneira como aconteceu, mas o príncipe precisava de minha satisfação ainda que não houvesse pedido durante todos esses dias. Esperava que pudéssemos buscar entender juntos os espaços em branco quando esclarecesse minha parte da história, esperava que tudo se ajustasse em seu lugar depois de hoje, mas ainda sentia o coração duvidando do desfecho.

— Harry, — chamei quase de forma inaudível ao adentrar o cômodo e observá-lo sentado de frente para sua janela. O príncipe não virou-se para responder o chamado, mas continuei aproximando-me. — podemos falar um minuto?

— Estava esperando por você. — respondeu, entretido com a paisagem.

— Como se sente? — juntei minhas mãos à frente do corpo enquanto o maior levantava-se.

— Fisicamente? Sinto-me bem. — Eu assenti em sua direção, o que deu a ele espaço para continuar: — Por onde quer começar?

Subi o olhar de sua postura rígida até sua íris clara; seus olhos transbordavam curiosidade e, ao mesmo tempo, frieza. Olhando em seus olhos, podia rever o garotinho de minhas lembranças, a forma como tocava-me e sorria em minha direção; podia também compreender os sons marcados em meu interior, os sons daquele fatídico dia em que fui arrastada pelo meu pai para longe da minha verdadeira identidade. Queria despejar todas as informações sobre o garoto para que pudesse consertar a década que nos foi apagada, mas ele parecia retraído e indisposto à qualquer aproximação. Eu não esperava encontrá-lo dessa forma, mas continuaria falando ainda assim. Em minha mente surgiam diversos questionamentos sobre sua reação à minha presença, no entanto não tive tempo para especular, visto que o príncipe chamou minha atenção, limpando a garganta, na tentativa de devolver-me a realidade.

— Desculpe-me. — pisquei algumas vezes, tentando recobrar o foco. — No dia em que foi levado por Thomas, o castelo estava submerso em caos; eu e a guarda real tentávamos encontrar uma maneira segura de livra-lo deles, então, naquela tarde, Timothée veio até mim...

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