Hailee e Harry sempre viveram juntos as aventuras que a infância no reino de Avalon ofereceu. Por muito tempo, ele foi a única morada e família que ela um dia conheceu, entretanto, certa noite, a genealogia que lhe sobrara retornou para ajustar a su...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
GWEN
Crápula! Crápula! Patife!
Qualquer mísero sentimento de misericórdia para com a vida do príncipe foi-se agora mesmo. E espero que para sempre!
Os utensílios de beleza que todas as damas de companhia têm postos na pequena prateleira marrom próxima à minha janela foram todos para o chão em um único movimento de meus braços. O suporte agora estava limpo, mas não era o suficiente para mim. Os estilhaços dos vidros de creme pelo chão ainda não me satisfaziam e logo a cama estava completamente desforrada e os travesseiros espalhados pelo quarto.
Minha cabeça doía como resultado da raiva e do esforço que eu estava fazendo para segurar as malditas lágrimas. Eu não ia chorar, não ia permitir que isso acontecesse apenas porque ele elevou seu tom de voz comigo, porque foi grosseiro, porque foi injusto. Eu não me permito. Essa não sou eu.
Marlee abriu a porta de meu quarto visivelmente assustada com os estrondos a essa hora da noite. Presumo que todos no andar podiam ouvir, e eu realmente não me importava sobre isso.
— Gwen, o que é isso? O que você fez?
Meu pai colocou-me aqui porque sou forte o suficiente para conseguir chegar ao final disso tudo.
Pai.
Onde é que ele está agora?
Ele sumiu. Dominic sumiu. Estou aqui sozinha, incomunicável e, caso não consiga completar o plano que ele mesmo idealizou, seu pescoço ainda continua intacto e eu morro sozinha. Onde ele está? Para onde ele foi? Por que ele deixou-me só no meio disso tudo?
— Gwen? Gwen! Onde você vai, criança? — a Marlee gritou por mim pelos corredores assim que passei pela porta, deixando-a falar com as paredes. — Guardas! Guardas, por favor!
Desci os degraus em disparada, escutando a armadura dos soldados que logo começariam a perseguir-me. Felizmente, eu conhecia um caminho mais curto até o estábulo e, em pouco tempo, eles já não saberiam onde eu estava e perderiam-me de vista. Corri até chegar à baia de Maximus. O ambiente dentro do castelo já agitava-se, porém os soldados do lado de fora não tentaram parar-me por não entenderem ainda o que de fato estava acontecendo.
Eu não tinha muito tempo. Precisava sair daqui agora.
— Oi, Max. Sou eu. — sorri levemente, passando a mão por meu cavalo enquanto tirava-o do cercado. Não me importei em ajeitar uma cela, apenas montei-o. — Vamos dar uma volta.
É verdade que ainda não tinha a experiência necessária com ele, mas esperava que meus pés descalços não o machucassem novamente e conseguíssemos sair do castelo ilesos. A água da chuva, que ainda caía, batia contra mim e meu cavalo, ensopando ainda mais minhas roupas antes já molhadas. Maximus correu em direção à saída, eu apoiava-me as mãos na região de sua crina para não despencar; quando estávamos quase passando pelos portões, observei os soldados da guarda real montarem posição para neutralização do alvo. Eles iam atirar para que eu parasse.