« Episódio Dois »

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Pov. Tharn‹

Tirei a mala do carro. Retirei o óculos escuros sentindo o sol no rosto.

—É triste saber que um lugar tão bonito tá tendo assassinatos tão cruéis... Estraga o lugar. —Olho em volta vendo todos me olhando. —Por que tão me olhando?

Olhei para minha roupa e vejo que estava com o distintivo da Interpol. Porra! Coloquei dentro da camisa e sorri para todos.

—Vamos vê onde vou ficar... —Procurei o local no GPS e dava exatamente em um prédio. —Okay! Depois desse caso quero férias urgente! —Chamei o táxi e esperei ansioso até o lugar.

Recapitulando tudo que vive até aqui: após terminar um caso de terrorismo, voltei ao país e logo recebi um novo trabalho. Apelidado de "O Culto" ou "Culto" entre os tailandeses. Foi uma série de assassinatos em períodos curtos dentro de 2 meses. Mesmo investigando nunca dava em nada. Ainda não sei ao certo o que isso tem a ver com a Interpol, mas dizem que tem suspeitas com a política do país (tomara que não seja!). Só de pensar que política pode estar envolvida uma dor de cabeça vem na hora! Nós não lidamos com isso de jeito nenhum.

Me mandaram para um prédio simples, nada luxuoso, civis estão cientes sobre o assassino e as mortes já que foram mortes de pessoas com muito dinheiro e influenciadores, porém civis não sabem sobre a Interpol envolvida. Imagina o "caos" que vai ser?.

"A organização da Interpol está aqui? Oh meu Deus!."

Tá ok, não foi lá verídico. Mas, saber que no seu país a merda foi tão grande que chamaram a "polícia internacional dos caçadores de merda" é complicado, além de ter a ideia de que a polícia do seu país é inútil.

—Hum... É aqui?. Quando disseram um lugar pra não chamar atenção foi sério... Pelo menos não vou tá só!. —Soube que um policial mora aqui.

Saí do carro após estacionar e fui entrar. Avisei ao porteiro que era novo morador, mostrei identidade e ele me direcionou até o meu apartamento. Parei na frente da porta e vi a hora no relógio se pulso, 12:33. Estou faminto.

—Huf. Vou sair- Ah!. —Me assusto com a porta abrindo atrás de mim. —Mas que-

Me virei para trás vendo um rapaz, talvez tenha minha idade, é bonito, mas a beleza fica tão pequena com essa cara rabugenta.

—O quê? Tá me olhando por quê? Perdeu algo?! —Suspirei. Ele vai ser meu vizinho? Desse jeito grosseiro não vamos nos dar bem, melhor eu manter maior espaço que eu puder.

—Err... Prazer em conhecê-lo. Sou Tharn, vou ser seu vizinho temporário. —Estendi a mão amigavelmente.

—Uhum. Type. —Apertou fraco.

—Antes de ir queria dizer que, se caso pelo turno da noite escutar barulhos. Me perdoe, eu troco o dia pela noite.

—Não tem problema. Eu não fico muito em casa mesmo. —Falou trancando a porta.

—Humm vida ativa né garotão? —Ri.

—Ha. Ha. —Me olhou por um tempo. —Até. —Frio.

Quando virou de costas dei língua. Poderia pelo menos dá um sorriso, chato! Puxei a chave do bolso e escutei um celular tocar, olhei para o corredor e vi o Type atendendo.

—Quê?!... Porra! Por quê?!!... Avisem pra não chamarem ainda eu quero resolver essa merda!!

Desligou o celular e saiu correndo.

—Credo... Que cara mais agressivo.

Entrei no apartamento vendo que não era tão ruim. Era bonitinho até. Larguei a mala na entrada e fui vê o resto do apartamento, depois de um tempo analisando e colocando câmeras em pontos específicos da sala, cozinha e quarto (para o caso de alguém entrar aqui) me joguei no colchão.

—Pelo menos eles me escutaram quando disse que queria pelo menos um colchão e ventilador.

Normalmente eles só me mandam pro lugar e vivo do meu salário junto  com a equipe para sobreviver até o final da investigação. Triste, não é?. As vezes acham que tão de mal comigo.

—Aaaah! Que calor. —Sinto meu celular vibrar e atendo. —Número 27, Tharn na linha.

A-Alô? É do Departamento de Crimes Violentos de Bangkok. Poderia vir até a delegacia como estava previsto para hoje?... Agora. Por favor.

—Ah, claro. —Desligo. Parecia nervosa a pessoa.

Cheguei na delegacia. Troquei rápido de roupa para ir até aqui, coloquei algo casual deixei minhas coisas em casa. Assim que entrei vi a confusão que estava, e em pé no meio de todos Type.

—Você?

—ENTÃO É VOCÊ?! —Puxou minha gola aproximando nossos rostos. —Por quê teve que vir!? Hein!! Porra!

—T-Type!

Um rapaz mais baixo que ele o separa de mim. Vejo um homem me chamar ao longe e saio da sala ainda meio sem entender a agressividade.

—Tharn, senhor. É um prazer trabalhar aqui.

—Agradeço a presença. Sou o Delegado daqui. Aqui é a delegacia que recebe mais casos então é a central de Bangkok.

—Pode me dizer o que está acontecendo?... Por favor senhor.

—Bom... O rapaz lá fora está entre os meus cinco melhores detetives e policiais. Ele é agressivo, explosivo, impulsivo, teimoso e grosseiro. Esse é o rapaz que irá trabalhar com você.

—....C-Como?

—Ele vai trabalhar com você no caso. Para ser sincero, pois sei que ele não vai explicar nada pra você... —Cruzo os braços ainda não acreditando. —Ele está tentando achar provas concretas já faz 6 meses. Ele ultrapassou o limite de investigação de um caso, ou ele arquiva, ou ele passa pra frente para alguém de outra equipe.

—E por que não passou?

—Ele acha tem a ver com tráfico de drogas e ele não confia muito em alguns colegas... Longa história... Foi errado, mas eu solicitei para a Interpol entrar no caso.

—Sabe que se não for tráfico de drogas em nível internacional... O senhor vai está bem ferrado por nós chamar "à toa". —Faço aspas.

—Eu sei... Mas estou cansado de vê-lo dormir aqui, se estressar e criar expectativas de algo que... Que não é nada e não tem nada de mais. —Vi seu olhar preocupado.

—Huf! Tá. Eu vou dar meu jeito de ajudar ele. Mas já digo, se não ter provas em 4 semanas, eu vou embora. O caso vai ter que ser fechado, soube que ele está aberto há 8 meses, ele pegou o caso em aberto quando estava com dois meses de investigação né?

—Sim...

—Então, vou fazer o triplo que ele fez nesses meses a partir de amanhã. Peço que tudo seja confidencial. Nada sai dessa delegacia para mídia, só vai complicar mais.

—Entendo. —Sorriu torto.

—E ah! Não tem nada em jogo aqui não né?

—Ahn... Não. —Disse fraco. Deve ter sim.

—Aham... Ok. Eu já estou indo. Obrigado pelo tempo senhor. —Juntou as mãos em orações me inclinando levemente e saio.

Vi todos me olhando. Senti alguém me puxar para uma sala.

—Vamos sair agora. —Type disse com os olhos cheios de ira.

—Osh... Pra quê isso?

—Vamos agora! —Puxou o casaco da mesa e saiu.

—Mas que cacete... Isso vai ser um saco. Não suporto gente de cabeça quente no trabalho.

Saí e alguém cutuca minhas costas.

—Err... Cuidado tá?

—Eh?

—Escuta o Khuil, o cara que você vai trabalhar já mandou cinco bandidos pro hospital em estado grave. —Arregalo os olhos.

Puta que pariu, tô tão fudido. Me assusto com Type batendo na porta de vidro.

—RÁPIDO CARALHO.

Engulo seco e confirmo. Meu Deus isso vai ser tão difícil. Eu vou trabalhar com um agressor de primeira.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐔𝐋𝐓, TharnType × BLOnde histórias criam vida. Descubra agora