« Episódio Onze: A Carta»

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Serve como uma explicação, então: leiam por favor. Não esqueçam de votar glr ;)
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›Pov's. Type‹

Um calor estranho. Um mero calor era sentindo por mim, abri os olhos e vi Tharn perto, perto demais! Por um momento pensei em joga-lo da cama, sim, eu faria isso se não tivesse querendo abraça-lo.

Inferno.

Me desvencilho de seu braço e corpo mornos e me sento na cama. Ontem a noite fiquei doido, doido ao ponto de pedir um abraço.

Se bem que eu necessitava de um.

Respiro fundo e olho novamente seu corpo, ele é bonito quando não tá sorrindo de forma marota e nem com aquele sorrisinho irritante de quem sabe de tudo. Os lábios entre-abertos e o cabelo bagunçado são pequenos detalhes atraentes...

—Você é maluco Type. —Sussurro.

Levantei da cama ainda sentindo-me fraco e a barriga roncando repedidas vezes. Pego minha carteira e vou no banheiro, molhei o rosto e desci para comprar algo.

Apesar da péssima noite, consegui dormir depois de muito tempo chorando. Não sei se ficou claro, mas amizade para mim é tão importante quanto uma família. E saber que ele estava fazendo aquilo tudo pela família dele me dá uma certa angústia e culpa. Culpa essa que sei que vou conviver por um longo tempo...

Após comprar uma sopa, um mingau e duas caixas de suco subo para o quarto. Entro calmo quando me deparo com Tharn de costas para a porta. A linha mas costa funda, os ombros largos...

Engulo seco e desviou o olhar para qualquer canto do quarto. Estou realmente doido.

—Voltei. Pega um dos dois pra comer, só deu pra comprar isso.

Ele se virou e senti a boca secar ao vê seu corpo tão definido, a pele clara e a respiração regular me fazia ter nós estranhos no estômago. Tentei não olhar e fixei em seus olhos.

—Acordou a quanto tempo?

—Sei lá. Só acordei e fui comprar comida. —Sentei na cama e peguei mingau e as colheres de plástico.

—Eu... Eu só queria conversar com você sobre ontem.

Ah... Ontem. Claro. Depois do abraço, do choro horrível eu caí no sono com ele me acariciando já cabeça.
É isso. Eu só me sentia frágil, só isso. Não é amor. Não é uma queda. É apenas constrangimento agora.

—Ah... Ontem. Ontem foi ontem, segue em frente. Me sinto melhor, vamos comer e voltar ao-

—Precisa ler uma coisa.

Sem tom saiu baixo e com certa preocupação. Ele puxou de dentro do bolso dele um envelope, arqueei a sombrancelha e inclinei a cabeça para o lado perdido.

—Techno achou com o seu amigo na hora da morte. —Meu cérebro pareceu parar de processar, mas assim que voltou puxei com força e sua mão. —Eu li e... Sinto muito, eu... Eu só-

—Shhh. —Abri aquilo e puxei um papel sem pauta mostrando apenas uma letra curvada e pequena que continha no final dela uma frase que Sunan vivia falando para mim bêbado.

Mordi os lábios ao vê a primeira linha. Comecei a ler o respectivo texto:

“Para Type, o Estressado
De seu amigo (mentiroso)...

Sei que passando anos juntos, afinal, conheço você desde de a academia e sei de seu senso de justiça. Sei de tudo sobre você e sei o quanto se preocupa com os seus amigos e familiares. Mesmo que sejam poucos...

Type, sei que não fui o melhor amigo do mundo me afastando de você nesses últimos meses, eu sei disso. Eu escrevo isso como um pedido de desculpas e minha cooperação com "O Culto", soube que é importante para você pois eu meio que escutei sua conversa com o Delgado (foi mal amigão). E você está certo, Champ esconde coisas, coisas essas que eu também passei a esconder na medida que necessitava de ajuda, ajuda que eu não tive coragem de pedir. Eu sinto tanto... Tanto! Você não sabe o quanto eu sinto.

Após oito meses vendo esse caso e seis meses seu e esforço nele, e ainda o triplo de esforço com o novo agente ao seu lado. Senti que estava na hora de fazer algo. Talvez por cargo na consciência ou porque já estava cansado de sujar minhas mãos.

Sabe a sua reunião na delegacia? Fui eu. Eu escutei. Eu desliguei e "falhei" a câmera. Eu alterava a cena do crime uma hora depois ou 30 min depois do acontecido, eu disse a você não é? Que antes de ser detetive queria ser da perícia, até comecei a estudar mas desisti, e o pouco que sei usei. Mas! Não! Não fui eu que matei pessoas inocentes que tentavam parar o que está por vir e nem torturei elas por se intrometer demais. Eu só precisava de dinheiro... E foi isso com desgosto.

Amigo você é tão bom no que faz! Sinceramente, eu invejo isso. Tudo que descobriu agora com Agente Tharn é admirável, eu e Champ vigiamos você de perto nos últimos meses, talvez seja por isso que não estava progredindo... Champ nunca foi a pessoa mais correta, mas confie quando eu digo que tudo que ele faz é por um motivo específico, não posso dizer que é bom, pois não é!

Eu tenho coisas que queria que soubesse. Mas não tenho tempo mais para escrever, bem provável que após eu sair dessa cabine de banheiro e ir para casa eu seja morto. Até porquê... Eu pedi para não me procurarem.

Queria me entregar.

Só tem uma coisa que precisa saber: existe um grupo por trás disso tudo, realmente tem algo muito importante que vai acontecer então faça de tudo para que não ocorra! Se o narcótico ir para outros países é possível que um novo auge de compra de drogas aconteça como nos anos 70, aquela droga que eu falei a você que meu avô conseguiu apreender e acabar com uma gang. (Saudades daquela época rs)

Enfim, vai saber mais se ir no porto de comércio externo. Preciso encerrar a carta. Quero que chegue em suas mãos o quanto antes!

Type eu só queria que soubesse que é um ótimo policial e detetive, conheço você o suficiente pra dizer que está se sentindo culpado por não ter me ajudado, não se culpe por algo que claramente não tem culpa. Eu escolhi isso e agora pelo menos com esse papel de merda eu consiga uns 30% de perdão por trair sua confiança.

É uma pena que você não vai vê meus filhos, apesar de que nem tenho um. Mas saiba que se eu tivesse você seria padrinho, nem que fosse a força!
Confio em você pra fazer o certo e ir até o final.

Com pesar, olhos marejados e carinhosamente...
Sunan, seu amigo de barra, e ah!
Eu amo você”

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐔𝐋𝐓, TharnType × BLOnde histórias criam vida. Descubra agora