A construção de um amor

Capitulo 15

Coloquei Cristina para fora da minha casa a pontapé, não conseguia entender minha atitude, bebi tudo o que aguentava e tomei um banho e cai na cama.

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*

Meu celular tocava sem parar, olhei a tela e era um número desconhecido, atendi.

- Alô.

- Senhor Daves? - Uma voz masculina ecoou na minha cabeça.

- Sim

- Aqui é Samuel, sou enfermeiro do Hospital San German e sua esposa deu entrada após um acidente envolvendo uma carreta. - Aquelas palavras me deram um baque. - Ela está em cirurgia e logo será encaminhada a UTI. Poderia vir ao hospital assinar sua cirurgia por favor?

Aquilo era muito pra minha cabeça, meu coração batia descompassado, minhas mãos tremia e eu prendia o ar sem perceber, aquela merda de pânico voltou, levantei correndo e tropecei em uma bola de pelo, Mike estava choroso desde que Angel saiu de casa e não voltou, eu tentei brincar mas ele nem me dá trela.

- Eu estou indo! - Joguei o celular na cama e pus a primeira roupa que achei, escovei os dentes antes de tomar um banho rápido e corri para o carro, acelerei ao máximo e assim que estacionei à frente do hospital, eu respirei fundo, tenho que encarar isso de novo, não por Angel, por Mim que amo ela. Entrei no hospital e fui a recepção, logo um enfermeiro loiro veio até mim.

- Olá, sou Samuel - Sorriu - Venha comigo - A cada passo rumo à sala onde ela estava era agonizante, meu corpo estava no automático, onde fui meter?!

Puta merda.

- Como ela está? - Minha voz conseguiu sair.

- Ela teve um traumatismo craniano, única parte de seu corpo afetado, ocorreu coágulos e com essa cirurgia pode ficar com sequela. - Ele me entregou um papel e eu assinei - Só peço, que se ela ficar com alguma sequela, ela não merece ser largada por isso. O caminho vinha fazendo quebra de asa e nisso ele perdeu o controle e capotou, pegou em cheio o carro dela, com a pancada a cabeça dela acertou em cheio o vidro e logo bateu contra o banco, não sei ela como ela está viva, ela é um verdadeiro anjo. - Meu anjo! Meu! Ele se foi e era muita coisa para assimilar. E nas próximas quarenta e oito hora eu fiquei ali naquele hospital, sentado, não sentia fome, frio, calor ou o diabo que fosse, só queria saber se ela estava viva. Eu roía minha unha até Samuel reaparecer.

- A cirurgia foi um sucesso, ela encontra-se em repouso, não viemos avisar antes porque estávamos observando - Eu assenti - Não poderá vê-lá até amanhã.

- Ok - Não iria contrariar um médico mesmo querendo mandar ele ir a merda.

- Doutor Leandro que a operou foi se limpar e logo vira falar com você. - Ele saiu e meu coração doía a cada batida.

- Senhor Daves? - Um ruivo alto me chamou, ergui meu olhar para ele ficando logo de pé.

- Eu, como ela está? - Ele dá um sorriso de leve.

- ela está em coma, a batida em sua cabeça foi forte, mas ela está reagindo bem a cirurgia, não teve hemorragia ou qualquer outra complicação - Ele olhou o prontuário - Vá para casa, descanse.

- Tudo bem - Sai dali derrotado, e ao passar pela porta senti um alívio de sair dali. Fui direto para casa de meu pai. Assim que entrei o encontrei na sala bebendo e vendo futebol, ele ainda não sabia. - Pai.. - Sussurrei, Meus olhos estavam cheios de lágrimas, ele levantou-se para gritar gol e virou-se para mim, seus olhos mostraram amor e termina, aproximei e abracei ele - Pai se você soubesse toda a verdade - Murmurei perdido em pensamentos, pensamentos dela.

- Então me conte - Ele mexia em meu cabelo e eu olhava, respirei fundo.

- A um ano e meio atrás descobrimos um pedaço de terra onde era boa o suficiente para montar a nova sede da empresa, a terra era grande, dava para abrigar tudo mesmo, não como aqui na cidade quê o escritório em um canto e a obra em outra, eu poderia ficar melhor de olhos nos funcionários. - Respirei fundo passando a mão no rosto - Essa terra era a pequena cidade onde Angel morava, eu mais Cristina bolamos um plano: Investigamos a cidade de longe, e vimos quê todos rodeavam menina alegre e ruiva. Eu a achei linda. - Sorri relembrando dos momentos que a observava tão de longe - Se ela estivesse na cidade, nunca abririam mão de lá, porque foi onde sua mãe nasceu e seu pai criou tudo aquilo. Eu me aproximei, a fiz se apaixonar comigo e aproveitei a tradição que homens que conquistassem os pais casariam com suas filhas, me aproximei do pastor, em um mês a pedi em casamento. - Ele me olhava atencioso e tinha largado sua cerveja - O que eu fiz foi errado! Eu sei! Merda! Mas, quando a beijei pela primeira vez um sentimento louco de posse tomou conta de mim, eu a queria, só para mim. Quando dormimos pela primeira vez eu não me segurei, porra - Ri relembrando - Ela era apertada pra caralho, quente, e eu acabei indo muito bruto. A partir da segunda vez em diante foi perfeito pai, todos os lugares eh a fazia minha, nunca me cansava. Parei de encontrar Cristina cinco meses e pouco depois de casar, não via mais graça nela, tinha olhos só para Angel, e eu percebi quê a amava, que Cristina era costume. Foi quando tudo aconteceu - Senti as lágrimas rolarem, limpei-as - Eu cheguei em casa do serviço e Angel sorria Boba, ela tinha pegado a poucas horas o resultado do exame; Ela estava grávida! Sabe? Grávida, um filho meu em seu ventre - Bati em minha barriga - Grávida merda! Eu fiquei choque, porque Cristina chegou lá descontrolada, gritando, e foi quando ela despejou tudo em Angel, eu vi minha mulher sair pela porta e não fiz nada para impedir, eu disse que não a amava, sabe o quanto fui cretino? Daqui a alguns meses é meu aniversário de trinta anos e agi como a porra de um adolescente de treze! - Ele me encarava, absorvendo tudo - Eu bati em Cristina, a raiva em mim Er tanta que a pus para fora a pontapé. E Angel está lá - O choro foi inevitável, e não tinha vergonha de chorar na frente do homem que me deu a vida - Ela sofreu um acidente, uma carreta capotou e acertou ela, está em coma agora, teve uma cirurgia, um traumatismo craniano. É hoje - Aponto para o chão - Me lembro do que Gina disse "perceberá que ela é a mulher da sua vida quando a grande tragédia acontecer" - Passei a mão no rosto - A tragédia era essa pai!

Ele respirou fundo levantando-se e vindo até mim.