capítulo 52

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Pov K.C

- posso entrar? - perguntou Lolo abrindo a porta do meu quarto.

- pode sim amor.- respondi.

- Alycia vem hoje a tarde.- falou Lo entrando no quarto e sentando atrás de mim.

- eu sei, até a tarde eu terei acabado aqui.- falei.

Eu estava editando o primeiro vídeo para o meu canal. Eu havia construído uma casa de campo com piscina e áreas para os animais. Eu iria tentar construir uma cidadezinha.

- já sabe o nome do seu canal?- perguntou Lo.

- estava pensando em colocar meu sobrenome, Cabello Estrabao. - respondi.

- por que não Karlos Cabello?- perguntou Lo.

- Porque Karlos é um nome masculino e quando as pessoas me olham acham que sou uma menina por minha aparência e minha voz. Eu não quero que as pessoas saibam sobre mim agora. - respondi sorrindo fraco.

- entendo, e o Camila, você numa pensou em usar como Camilo?- perguntou Lo começando a fazer um carinho no meu cabelo.

Eu estava ficando viciado nos carinhos dela, principalmente em minha cabeça, fazia eu me arrepiar.

- Camila é um nome bonito mas Camilo é feio.- fiz careta sorrindo.

- eu não acho.- falou lo.- você já leu os termos do YouTube pra saber o que pode ou não fazer?- perguntou Lo.

- siim, eu li tudinho, inclusive tem aulas lá para aprender a usar a plataforma. - respondi.

- interessante, amor.- respondeu Lo me abraçando pela cintura e apoiando o rosto em meu ombro.

- eu pesquiso muitas coisas, sabia?- perguntei desviando o olhar do notebook e olhando para a Lo que também me olhava.

Hoje é dia 28 e desde o dia 26 ela está com um semblante meio triste. Ela está bem mas tem horas que ela fica triste.

- sério? O que você pesquisa? - perguntou lo.

- quando eu usava seu notebook eu pesquisei sobre o infantilismo, ageplay, essas coisas, até ver a Alycia e ver que é meio diferente do que as pesquisas dizem. Eu pesquisei sobre sexologia depois que eu ganhei o meu celular. Eu não entendia algumas coisas sobre meu corpo e fui procurar. Claro que eu pesquisei outras coisas tambem mas esses foram os principais.- respondi.

- Agora você consegue entender melhor sobre essas coisas?- perguntou Lo.

- sim mas algumas coisas só aprendem na prática.- respondi fechando o notebook para dar atenção pra minha namorada.

- verdade.- respondeu Lo sorrindo fraco. - agora que você tem acesso a informações, você pesquisou sobre hormônios?- perguntou Lo.

- sim,pesquisei também sobre mastectomia. Eu não sei se terei coragem algum dia para tirar meus seios. E eu descobri que eu tenho pavor de injeção.- respondi e Lo sorriu pelo semblante de assustado que eu fiz.

- como você descobriu isso?- perguntou Lo.

- eu estava assistindo um vídeo de uma mulher e ela estava tomando uma injeção na coxa e eu senti pavor.- respondi fazendo careta ao lembrar.

- entendi, mas se você quiser fazer alguma mudança vai precisar ignorar esse medo.- respondeu Lo.

- eu acho que eu não quero passar por essa mudança. Eu to satisfeito quando me olho no espelho tirando esses hematomas.- respondi sorrindo fraco.

- isso que importa. Eu fico feliz por você.- respondeu Lo fazendo um carinho no meu rosto.

- Obrigado.- respondi sorrindo e me levantei virando de frente para Lo para então deitar abraçando ela.

- amor... sabe que Dinah é trans, né?- perguntou Lo e eu concordei. - ela não quis mudar o sexo. Normani foi a primeira mulher que olhou para Dinah sem preconceito e aceitou do jeito que ela é. Desde então Dinah move céus e terras para ver Mani feliz. Amor é isso. É aceitar, respeitar do jeito que é sem exigir mudanças físicas ou psicológica, é ficar, cuidar e amar.- falou Lo. - eu respeito e respeitarei você em todas suas decisões.- falou Lo e eu me senti tão bem e feliz.

- você é incrível demais.- falei sorrindo e dei um beijo nela.- Obrigado por tudo, de verdade.- disse fazendo um carinho no rosto dela.

- não agradeça, respeito é o mínimo que todos deveriam ter.- falou Lo. - dentro de nossa casa você sempre será respeitado. - falou Lo e eu sorri.

- sempre te respeitarei também.- disse sorrindo. - posso te fazer uma pergunta? Mudando completamente de assunto. - avisei e Lo concordou.

- pode sim amor.- falou ela.

- você já namorou mulheres?- perguntei.

- sim amor, a primeira pessoa que eu me apaixonei foi uma mulher e eu tinha 17 anos mas a gente não podia ficar juntas pois os pais dela eram da igreja e não respeitavam e não permitia.- respondeu Lo.

- posso fazer outra pergunta um tanto pessoal agora?- perguntei.

- não precisa nem perguntar amor.- falou lo.- apenas faça. - disse.

- qual é a diferença entre ficar com uma mulher e um homem na hora do sexo?- perguntei curioso.

- para mim não tem tanta diferença.- respondeu Lo.

- por que? - perguntei.

- porque eu gosto dos dois.- respondeu lo simples.

- eu sei mas tipo eu não tenho um, u-um, um... Eu não tenho u.um - tentei falar mas eu não conseguia. A palavra simplesmente não saia e eu estava com vergonha também. - eu não tenho um p-pe-pen-droga! Não saii.- resmunguei em espanhol e e Lo sorriu se divertindo com minha tentativa falha de falar pênis.

- eu sei que você não tem um pênis, esqueceu que eu já te dei banho inúmeras vezes? - perguntou lo sorrindo e eu escondi o rosto no pescoço dela.- fofo.- disse ela. - Não tem problema você não ter um pênis. Se você quiser podemos comprar um. - falou Lo e eu levantei a cabeça fazendo careta e negando.

- eu não quero um.- respondi. - eu gosto da sua florzinha e só ela tá ótimo.- respondi e então lo sorriu grande.

- florzinha Camz, florzinha? Você é fofo demais.- exclamou lo beijando meu rosto e eu sorri envergonhado.

- florzinha é bonitinho.- falei e Lo sorriu concordando.

- ninguém nunca usou florzinha para nomear minha intimidade mas eu gostei viu. É fofo.- falou Lo sorrindo ainda.

- eu tenho vergonha das outras palavras.- respondi dando de ombros.

- eu amo você fofinho desse jeito e com vergonha das coisas.- falou Lo e eu corei.- acho que vou me preocupar quando você perder a vergonha.- falou lo.

- por que?- perguntei.

- porque você faz muitas perguntas - disse sorrindo e beijou meu nariz.- que não pode na frente das pessoas.- concluiu ela.

- eu vou tentar lembrar que algumas coisas só posso perguntar quando estivermos sozinhos. - falei deitando a cabeça no peito dela.

- tá bem, Baby.- respondeu Lo passando a unha em meu pescoço. As unhas dela são grandes e é muito bom quando ela faz carinho com a ponta do dedo.

Nós ficamos juntos curtindo o tempo e ouvimos batidas na porta. Isso fez o coração da Lo acelerar. Sim eu estava ouvindo o coração dela.

- acho que Alycia chegou.- falou lo. Eu levantei a cabeça olhando a Lo e lá estava o semblante triste novamente.

- tá tudo bem, mommy?- perguntei baixo olhando pra ela e Lo concordou ficando com olhos cheio de lágrimas e sorriu me abraçando.

- sim e eu amo você, vida!- falou Lo. - eu nunca irei deixar você. Nunca irei partir.- garantiu lo me dando um beijo e sorriu fraco. - temos que descer para abrir a porta.- falou Lo.

E então nós nos levantamos e descemos.

><

Dividi o capítulo em doiis, atualizo o outro depois se vocês forem bonzinhos e comentarem tbm❤

TransBoy- CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora