11 - Experiências

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Olha só, mais um! Estamos rendendo, não é? 

Vocês viram a nova capa? Eu não sou nenhuma especialista no assunto, mas achei muito fofinha 💙

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O som da respiração ruidosa do ômega estranho à sua frente, deixou Eijiro ainda mais ansioso. Nervoso e sem saber como reagir, ele engoliu em seco, sentindo-se dissecado pelos diversos pares de olhos que os cercavam.

Cada nervo de seu corpo estava trêmulo, os músculos tensos demais para poder se mover e a mente apitando em frenesi. O silêncio na sala era tamanho que podia jurar ser capaz de escutar as batidas aceleradas do próprio coração.

"Foi um erro, eu não devia estar aqui. É muito arriscado" repetia a si mesmo a cada segundo, tentando se obrigar a avisar o ômega sobre sua desistência. As palavras, no entanto, pareciam entaladas em algum lugar no fundo de sua garganta, sem chance de escapatória.

Ser analisado de maneira tão intensa o estava deixando ainda mais nervoso. No momento em que aceitou a proposta, sequer se atentou a possibilidade disso acontecer. Fazia sentido, porém. Como eles vão confiar em alguém que não conhecem?

"É, Eijiro, como vão?" o tom irônico da própria consciência o fez se sentir ainda mais burro "Você quem deveria estar se perguntando isso. Como vai confiar em desconhecidos?"

"Eu não tenho muitas opções no momento" tentou se convecer de alguma maneira, tentando se conformar com inevitabilidade daquela situação ao sentir o fundo dos olhos ardendo com o lacrimejar anunciado que lutava para conter.

Não podia transparecer desespero.

Os dedos longos do ômega mais velho engancharam ao redor de sua mandíbula, rígidos e frios. A respiração engatou quase em pânico por causa do movimento repentino. O avaliador simplesmente ignorou seu desconforto enquanto girava seu rosto de um lado a outro sem cuidado algum, quase brusco. Eijiro sentia que cada linha de expressão e poro de seu rosto estava sendo vistoriado.

— Realmente é um ômega muito bonito — disse por fim, após longos minutos em silêncio.

As mãos soltaram o queixo de Eijiro que suspirou tranquilo por dois segundos antes de sentir seus ombros, peitoral, cintura e abdômen apalpados sem nenhum aviso.

— Um tanto mais gordinho do que costumamos oferecer aos clientes, mas não tem problema, alguns até preferem.

O estômago de Eijiro revirou diante da afirmação, a ideia de ser servido tal qual um pedaço de carne era degradante e o fez repensar novamente.

"Apenas recuse a oferta e vá embora, não vale a pena" sua consciência gritou.

Ele adoraria fazer isso, mas não podia. Simplesmente não conseguiria uma oferta melhor e, caso conseguisse, ia demorar para se ajeitar. E tempo era um luxo que já não dispunha.

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