3 - Permissões

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Olá, amores. Eu sei, o coração está machucado, mas não se preocupem, ele vai sarar antes de se machucar de novo. Não pretendo pegar pesado no angst como foi em Insuficiente.

O tempo que Katsuki passou longe de Eijiro poderia ser descrito como um intervalo vazio e perturbador

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O tempo que Katsuki passou longe de Eijiro poderia ser descrito como um intervalo vazio e perturbador. A sensação de incompletude o estava deixando angustiado, roubando-lhe o sono e a fome. Já não havia atividade capaz de distrair sua atenção ou fazê-lo se sentir melhor e ele se pegou tentado a simplesmente correr para junto dele, mesmo que fosse escorraçado. 

Durante esse período ele refletiu sobre o que havia acontecido. Não se martirizava por ter feito o que era certo, mas se sentia tolo por acreditar que haveria justiça. Logo ele que sempre fora maduro tinha sido ingênuo ao não cogitar que algo maior que pudesse impedir o ômega de se libertar daquela situação. 

Eijiro não era estúpido, droga. Tampouco passivo, apenas aceitara a inevitabilidade da situação por saber que a rá inútil protestar.

E agora não queria Katsuki por perto e apenas lembrar de seu semblante revoltado fazia o coração do alfa queimar.

A saudade estava deixando-o maluco e ele não conseguia se concentrar em mais nada que não fosse se culpar por sua atitude e lamentar a falta que a presença de Eijiro lhe fazia. A miséria que sentia era quase palpável de tão incômoda e angustiante. 

Depois de três dias, não foi mais capaz de conter o desejo de estar com ele e resolveu voltar a sorveteria. Não era certo que o ômega estaria lá depois de tudo o que aconteceu, mesmo assim era melhor do que continuar a não fazer nada sobre aquilo. Katsuki se contentaria apenas de vê-lo de longe se isso acalmasse seu coração. 

Se arrumou, garantindo que estaria em sua melhor aparência. Até mesmo tentou disfarçar as olheiras e palidez da pele com um pouco de maquiagem, assombrado pelo receio do que aconteceria quando se reencontrassem. A ideia de ser rejeitado por Eijiro fazia seu estômago revirar de nervosismo, ao mesmo tempo a possibilidade de ouvir sua voz ou presenciar aquele sorriso o fez seguir em frente. 

Chegou ao local e, um tanto robótico por causa da tensão nos nervos, empurrou a porta. O coração quase parou ao ver o sorriso amplo de Eijiro enquanto servia um cliente com aquele avental estampado de margaridas simplesmente pavoroso que era de sua tia avó. 

Tudo parecia comum, como antes, exceto o fato de ele estar usando um boné vermelho sobre a cabeça. Durante as conversas ele sempre deixou claro que não gostava de usar nada que cobrisse a cabeça por não querer amassar o cabelo.

Ao perceber as laterais da cabeça dele exibindo um corte de cabelo mais curto, o coração de Katsuki caiu. Eijiro amava manter os cabelos longos, presos em um rabo de cavalo ou soltos sobre os ombros, sempre bonitos e em vermelho, orgulhoso de o manter sempre hidratado. Os fios pareciam ter sido reduzidos a poucos milímetros e estavam pretos. As marcas da pintura recente ainda eram visíveis em sua nuca. 

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