Eu já tive muitos momentos que me senti mal por coisas que fiz mas nenhum deles, se compara com o que estou sentindo agora. O pior da historia é saber que Chris está pensando que sou um tipo de pessoa que eu não era. Não o culpo, no lugar dele eu faria a mesma coisa. Eu culpava a mim mesma por ter omitido e a Casey por ser um idiota inconveniente, afinal o que ele quer de mim? Se era meu desprezo, ele acabou de conseguir.
- Pensando muito? - perguntou Tom.
- Que susto! - gritei.
- Desculpa! posso me sentar ? - perguntou.
- Tudo bem, claro! - falei sem olha-lo.
- Eu não vim aqui pra falar muita coisa... Só quero que saiba que o Chris é o cara mais gente boa que eu conheço, e não gosto de vê-lo triste e por isso vou fazer algo por ele, ou por vocês...
Tom conseguiu chamar minha atenção, o que ele quis dizer com "vou fazer algo por vocês" ?
- Então, use isso com sabedoria, - me disse entregando um papel pequeno. - e faça o que acha que é certo.
Ele se levantou e saiu, quando abri o papel tinha um nome de rua e um numero, será que era o endereço de Chris? Com certeza. No mesmo instante eu entendi o qual era a intenção de Tom, ele queria que eu fosse ver Chris... E eu também. Liguei e pedi um táxi, eu teria que entrar na casa de Casey pra pegar minha bolsa e ir. Reuni toda a minha paciência e força de vontade e entrei com o objetivo de pegar minha bolsa e sair de lá sem falar com ninguém.
- Sabrina, deixa eu me explicar, - Casey falou assim que eu entrei. - não tive a intenção de te causar nenhum mal...
É MUITA CARA DE PAU MESMO, CLARO QUE ELE TEVE.
Continuei a andar sem falar ou olhar pra ele.
- Por favor, fala comigo... Eu sinto muito - ele implorava.
NÃO! ACHO BOM ELE SAIR DE PERTO DE MIM OU NÃO RESPONDO PELOS MEUS ATOS.
[...]
Bati na porta algumas vezes e ninguém apareceu, resolvi mandar uma mensagem para Chris avisando que estava em frente a sua porta. Ele apareceu pouco tempo depois, tinha trocado de roupa, continuava lindo, mas ainda não sorria.
- Oi. - disse apenas.
- Oi... Chris me desculpa, eu não menti pra você, foi um grande mal entendido e... - comecei a falar sem parar.
- Calma, não quer entrar pra conversarmos melhor lá dentro? - perguntou.
Ele estava tão distante... Eu não o culpava, mas aquilo doía muito.
- Tudo bem.
Ele me levou ate a sala, que ainda estava cheia de caixas e moveis fora do lugar, sua família tinha se mudado da Irlanda para Londres dias atras e aparentemente estava sozinho. Apontou para que eu sentasse no sofá, porém não sentou ao meu lado, ao invés disso ficou em pé na minha frente me olhando. Ele deve estar com muita raiva de mim. Contei tudo a ele, sem rodeios sem omitir nada, cada detalhe, todos os acontecimentos.
- Fico feliz que tenha vindo ate aqui e esclarecido tudo, apesar de não precisar. - disse seco. - se queria um desencargo de consciência, fazia por mensagem.
- Chris... - comecei a sentir lagrimas nos olhos.
Eu não vou chorar, não posso.
- Por favor, não finja que se importa, vá e volte pra ele...