Capítulo 5

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Minha intuição dizia: "Não entre ai, você vai se dar mal" , mesmo assim entrei.

O quarto de Casey parecia com aqueles dos catálogos de revistas, filmes... Parecia o quarto de qualquer um, menos o dele. Totalmente branco com detalhes cinza, sem cor e sem personalidade.

- Por favor, fique à vontade. - disse fechando a porta atrás de si.

- Eu não estou à vontade. - acabei dizendo. - Então sem rodeios, diga o que tanto quer conversar comigo.

Já não aguentava mais esperar.

- Olha, eu tinha preparado um longo discurso, mas depois do que presenciei lá na sala, acho que não será mais necessário. - disse sem deixar transparecer nenhuma emoção.

- Em que parte o que aconteceu entre mim e o Chris lá na sala tem a ver com o que você ia me dizer? - perguntei confusa.

- Em tudo. Tem tudo a ver com o que ia dizer. - disse olhando pra mim.

- Seja mais claro nas coisas que fala por favor,  não estou entendendo.

- Quer que eu fale mais devagar? Faça mimica? - disse debochando.

- Não! Entendo tudo o que diz. - eu disse alterando o nível da voz, já estava começando a ficar irritada. - Quero que me explique o porquê estou aqui pra "conversar" algo que não tem mais valor pra você.

Ele pensou um pouco no que ia responder.

- Bem, vou contar desde o começo, presta atenção porque não vou repetir. Eu estava tranquilo na minha casa acordando depois de uma noite não muito boa, quando dou de cara com Amanda que ao me ver começou a falar sem parar, falando que eu tinha feito uma das melhores amigas dela chorar, que a tal me amava bastante e que eu a magoei porque a tratei mal quando tinham vindo de  tão longe pra nos ver... e no caso a amiga era você. - disse ele me encarando.

EU NÃO ACREDITO QUE A AMANDA FEZ ISSO, QUERO MATA-LA AGORA!

Então ele continuou:

- Ela me chamou de coisas não muito agradáveis. Eu realmente me senti culpado, por saber que fiz uma pessoa que me ama chorar, odeio ver as pessoas tristes por algo que fiz. Então eu ia me desculpar.

- E não vai mais? - perguntei.

- Não. - ele respondeu secamente. - Pelo o que vi você está muito bem, até achou um babaca pra te consolar.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Se for um pesadelo eu gostaria de acordar antes que fique pior.

- Aliás, pra quem estava "sofrendo" você se recuperou rápido. Mais pra pessoas como você, que não perdem uma oportunidade de aparecer, esse tipo de coisa deve ser fácil. - completou.

- Pessoas como eu? Eu não estou entendendo. - disse amedrontada com todo aquele discurso.

- Você entendeu, fui bem claro. -disse.

SIM, EU ENTENDI. SÓ NÃO QUERIA ACREDITAR.

- Você está me chamando de vagabunda oportunista? - perguntei.

- Entenda como quiser.

Aquilo foi a gota d'água.

- Escuta aqui seu merda. - gritei. - Você não me conhece pra sair dizendo esse tipo de coisa, então me respeite pois não sou dessas vagabundas que você conhece por ai.

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