Cap. 29 - A Corrida

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Olá meus amores! Sentiram minha falta? Eu senti a de vocês!
E é com muito prazer que eu venho aqui, lançar os últimos capítulos dessa história linda que me salvou em diversos sentidos.

Apenas sintam essa música e esse capítulo. 


Agora, que faço eu da vida sem você

Você não me ensinou a te esquecer

Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar


-  Fernando Mendes/ Lucas/ José Wilson na voz de Caetano Velozo  


MICHELE


Laís.
Ela era namorada, amiga, estudante e filha de alguém.

Eu não a conheci.

E nunca vou conhecer.

O luto é como o oceano. É profundo, escuro, desconhecido. E maior que todos nós.

E a dor, é como um ladrão na noite. Silencioso, persistente e injusto, sempre rouba algo de nós. As vezes alguém, as vezes nós mesmos.

Eu não conheci Laís, mas posso sentir o quão importante e amada ela era, pois sua ausência ainda é sentida. A ausência na morte é a dor persistente, ela fica quando nos resta a culpa.

A culpa resta quando esquecemos o amor. Quando esquecemos o amor em vida, quando achamos que não fomos o suficiente.

Sentimos culpa num processo de luto quando não dissemos ao outro o quanto o amávamos, quando não o visitámos tantas vezes quanto desejámos ou quando proferimos uma "má resposta" numa determinada ocasião e nos arrependemos depois, em um depois tarde demais. Sentimos culpa pelo que deixamos de fazer e ser para o outro...

Sentimos culpa por sentir falta, a nossa própria falta, pelas nossas falhas.

A culpa leva ao medo. Ele vem como defesa da realidade. Acreditamos na nossa culpa e responsabilidade por coisas que vão além de nossas capacidades. Nos protegemos da verdade, da nossa insignificância e impotência.

Lidar com a perda não é tarefa fácil, eu nunca conheci alguém que conseguisse passar por algo assim e ficar bem, luto também é cicatriz. Entretanto, o luto é um processo pelo qual todas as pessoas deverão passar em algum momento da vida.

Elisabeth Kubler-Ross teorizou sobre as cinco fases do luto.

O Primeiro estágio é a negação. A gente tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade, é nessa fase que não queremos falar sobre o assunto, negamos a realidade dos fatos para o outro ou a nós mesmos. Evitamos a todo custo.

O Segundo estágio é a raiva. Comumente nessa fase nós culpamos algo, alguém ou nós mesmos...

O Terceiro estágio é a de negociação ou barganha. Tenta negociar a situação, nos sentimos em dívida e tentamos compensar ou cumpri promessas para mudar o quadro.

O Quarto estágio é a depressão. Nos retiramos para um mundo interno, isolado, melancólico. Nos sentimos impotentes diante da situação.

O Quinto e último estágio é a aceitação. Não há mais dor, raiva, tristeza ou promessas, somente a realidade como realmente é. E a gente fica pronto para seguir.

Depois da CurvaOnde histórias criam vida. Descubra agora