Cap. 13 - Queimar a largada

291 50 347
                                    

Olá meus telespectadores! Olha eu aqui, no dia errado... Não é sexta-feira em nenhum lugar do mundo hahaha

Mas eu quero saber, vocês estão curtindo a corrida?

Bora lá, que hoje eu queimei a largada! 

Dessa vez a música que deixei no início do capítulo não possuí relação direta com os acontecimentos, mas Skank é uma banda que eu amo com todo meu coração e por acaso, estava ouvindo essa música (mil vezes seguidas) enquanto revisava o capítulo.
E ela casou tão lindamente com tudo aqui escrito... Deixo então um pouco de poesia musical para vocês curtirem lendo <3 


Não sei por que você

Insiste em demorar

Eu quero que você

Diga já

- Samuel Rosa 

CHEED

Desembarco em Nova York no sábado pela manhã bem cedo.  Bastante cansado, não consegui repousar durante o voo. E nem preciso dizer que passei a maior parte do tempo revivendo na minha cabeça o quase beijo e os momentos com Michele. Assim que pisei em terra firme, meu primeiro desejo foi ligar para ela, mas logo descartei a ideia, pois não fazia ideia de que horas seriam no Brasil. Além disso, considerando a sua fuga imediata, não sei se ela atenderia uma ligação minha. 

É incrível como uma pessoa chega do nada, vira a cabeça e a vida da gente ao contrário! Eu saí do Brasil há menos de um dia, vi Michele não fazem nem 24 horas e já estou pensando em liga-la. Definitivamente estou perdido nela! Mas não me importo, por que sinceramente? É um bom sinal, eu não estou completamente quebrado, afinal. 

Com ela, parece que eu estou na pista, à 230 km/h, prestes a cruzar a linha de chegada sem nenhum piloto à frente, é como se estivesse prestes a ser campeão. Deve ser melhor ainda cruzar a linha de chegada e ter ela no pódio comigo. Mas eu não cheguei nessa sensação ainda, também não sei se vou chegar. Com ela é tudo bom, mas também é tudo incerto. Assim como uma corrida, Michele é imprevisível. Eu não sabia o que esperar depois da curva. 

— Chegamos, senhor. — Passei tanto tempo divagando sobre os últimos acontecimentos, que nem percebi o percurso até West Village, bairro residencial de Manhattan onde fico boa parte do ano com meu pai, aqui em Nova York.

— Obrigado. — Agradeço ao motorista enquanto pago a corrida de táxi. Olho para o casarão à frente e sorrio, é uma sensação boa estar de volta, em casa.  

Não tinha me tocado em como eu fui atípico nesta viagem. Geralmente, eu vinha para casa logo após a corrida e passava algum tempo aqui. Desta vez, eu fiquei um pouco mais em São Paulo, meu pai certamente teria algo a dizer sobre isso. 

Observo a paisagem, as ruas tranquilas e arborizadas daqui, dão um ar "europeu". Se você olhar além da aparência, consegue ver um bairro dinâmico, inovador para os padrões da Big Apple. É movimentado, mas sem um sentimento de pressa. Essa é uma das razões pelas quais meu pai gosta de morar aqui, mas a outra razão é que esse também é um bairro de "celebridades", como  ele gosta de se considerar. Rio com o pensamento enquanto caminho, contornando a lateral da casa e o amplo jardim, me dirigindo até a porta dos fundos. Pretendo fazer uma entrada pela cozinha e comer antes que o meu pai acorde e me dê um sermão, que provavelmente ele tem pronto e afiado na língua, estou faminto. 

Depois da CurvaOnde histórias criam vida. Descubra agora