Capítulo 13 "Casa"

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Volteiii, depois de sumir por alguns meses. Eu sei, errei, me desculpem!

Culpa do capitalismo que me deixa sem tempo pra escrever, e quando tinha algum tempo, minha mente estava exausta de tanto pensar no trabalho.

Mas não se preocupem, apesar dos desafios da vida não desisti de escrever. Tenho um grande carinho por esta história, pois é a primeira que tive coragem de compartilhar com outras pessoas. Portanto, não a abandonarei. Estou de volta.

Boa leitura!

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Este capítulo contém descrições de violência que podem ser gatilhos para algumas pessoas. Leitura recomendada com cautela.

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                   Gulf

Após o caloroso reencontro com Lamai, subi as escadas direto para meu quarto, ou melhor, meu antigo quarto.

Estava quase totalmente vazio, as paredes limpas, uma cama arrumada e gavetas vazias. Nada que provasse que vivi uma vida toda naquele quarto.

O plano era me mudar em algumas semanas para o novo endereço junto com a Kai, onde seria nosso primeiro lar como casados. Tudo que fosse considerado útil foi empacotado e enviado para nova residência, e algumas memórias passadas, foram para o lixo.

O casamento não era mais uma certeza, eu estava perdido, sem rumo e sozinho dentro do meu próprio quarto.
Esfreguei minha bochecha, ainda estava ardendo e provavelmente com a marca da mão de Lamai.

— Maldito... — mordi meu inferior lábio, e fechei as mãos com força, tentando segurar tudo dentro de mim, mas era como tentar impedir que um vulcão entrasse em erupção.

Me sentei na cama, coberta por um lençol dourado, e suspirei profundamente, contendo o desejo de gritar igual um louco e colocar o quarto abaixo.

Deitei na cama, encarando o teto e lágrimas brotaram dos meus olhos. O celular largado ao meu lado acendeu a tela, notificando uma nova mensagem de Mew. 

Fechei meus olhos marejados, me recordando do conforto de seus braços, era tudo que eu desejava agora.
Isso me fez rir, não era uma risada feliz, era mais uma gargalhada, cheia de dor.

O destino me deu uma pequena amostra dele, mas foi o suficiente para me deixar desesperado.
Era assustador, principalmente ter que lutar com Lamai, para poder ter mais um pouco.
E no final valeria a pena?

Depois de um tempo, quando minhas lágrimas secaram, deixando um rastro salgado em meu rosto. Eu me levantei lentamente, por mais que meu corpo desejasse se manter ali.

Tomei um banho demorado, e
vesti roupas limpas.
Olhei para meu reflexo, ainda era possível ver perfeitamente as marcas das mãos de Lamai em meu rosto.

O que me fez desejar ainda mais me manter naquele quarto, mas isso seria uma vitória pra ele.

Entrei sorrateiramente no quarto de minha mãe — ela e Lamai, e dorme em quartos separados a alguns anos.

Ela não estava, assim pude me aproximar de sua penteadeira em um canto do quarto e vasculhar as gavetas, que tinham um cheiro nostálgico de perfume importado e batom de cereja.

Peguei "emprestado" alguns produtos de maquiagem e esconder as marcas em minhas bochechas.

Antes que eu deixasse o quarto, alguém abriu a porta. Era Mali, minha mãe.

I married a manOnde histórias criam vida. Descubra agora