Capítulo 10 " Uma noite"

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Mew

Ao despertar pela manhã, busquei Gulf ao meu lado na cama, ansiando por tê-lo em meus braços e passar nossa manhã inteira assim. E para minha surpresa, tudo que encontrei foi o vazio de seu travesseiro.

Olhei ao redor do quarto, as cortinas ainda estavam fechadas, permitindo apenas uma suave claridade a penetrar e nada da presença dele.

Achei estranho ele ter acordado cedo, dado que nos dias anteriores que passamos juntos, Gulf sempre acordava horas depois de mim.

Levantei-me, abri as cortinas e acendi as luzes e o procurei no banheiro e na sacada, mas ele não estava em lugar algum, o que começou a me preocupar.

Peguei meu celular, que estava esquecido sob o travesseiro e me atirei no sofá, procurando alguma mensagem ou sinal que me explicasse seu sumiço, mas nada.

Por outro lado, havia várias mensagens da minha família, e a maioria era da minha mãe, ela parecia ter urgência em falar comigo naquele momento.

Respirei fundo, toquei no número dela e, com uma ponta de aflição, ouvi chamar. Ela não demorou para atender.

─ Mew? ─ sua voz carregada de preocupação, ecoou do outro lado da linha ─ Que alívio que você finalmente ligou! Tenho tentado falar contigo desde ontem à noite.

─ Desculpe, mãe, meu celular estava no silencioso ─ respondi, buscando rapidamente uma desculpa ─ O que está acontecendo?

Ela hesitou um momento, ficando alguns longos segundos em silêncio.

─ É a sua avó ─ respondeu finalmente, fazendo com que todo o meu corpo se arrepiasse e travasse de repente, em completo silêncio enquanto minha mente começa a divagar por cenários sombrios.

─ O que houve com ela? ─ perguntei, uma preocupação em minha voz.

─ Ela teve uma recaída e precisou passar por uma cirurgia de emergência ontem à noite ─ informou, sua voz carregada de cansaço ─ Ela está instável no momento, mas terá que ficar alguns dias internada para se recuperar.

Recebi a notícia com um suspiro de alívio misturado com apreensão. Pelo menos ela estava viva e havia passado pela cirurgia. Mas não podia ignorar a sensação de impotência que se instalou em mim.

─ Tentamos te ligar ontem, várias vezes.

Um sentimento de culpa se espalhou por meu peito, sufocando minha respiração e aperto em meu coração. Minha mente começou a girar em círculos, revivendo os momentos da noite anterior. Eu fiquei bêbado, me perdendo em um emaranhado de distrações enquanto minha avó enfrentava uma cirurgia de vida ou morte.

Não consigo nem pensar no que aconteceria, se ela não tivesse sobrevivido a essa cirurgia.

─ Volto para a Tailândia o mais rápido que conseguir ─ declarei, tomando uma repentina decisão.

A ideia de continuar a viagem e aproveitar as férias não fazia mais sentido, não conseguiria ficar relaxado enquanto ela enfrentava um quadro crítico no hospital.

Antes de desligar, pedi à minha mãe que continuasse me dando notícias constantes sobre o estado dela. Nesse momento, tudo o que eu queria era voltar para o meu país, estar ao lado da minha avó e apoiar minha família.

Não sabia por onde começar, comprando passagens, arrumando as malas ou procurando Gulf.

Ainda precisava resolver algumas coisas com ele, sobre nossa situação. Não queria que as coisas fossem desse jeito, queria ter tempo e conversar sobre a gente, o que seria de nós dois daqui pra frente, e agora tudo que tenho que focar, é em como voltar pra casa.

I married a manOnde histórias criam vida. Descubra agora