VII

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E Louis corre.

Seus sapatos sociais ensopam pela grama molhada e ele sabe que seu blazer está arruinado e seu cabelo um caos, a chuva tem pingos enormes e eles parecem cair com raiva sobre ele, a mesma raiva que sente em seu peito.

Ele está com raiva, pura raiva. Seu orgulho está ferido, está chateado por Liam, por Zayn, e está com raiva de Styles. Está decepcionado com Styles, ele logo nota, e isso é ainda pior.

Louis corre até uma antiga construção de pedra, se escora nas paredes sob o parapeito, ele pode ver o rio por entre os vales no horizonte e está todo molhado, e com frio.

— Tomlinson. — Ele se assusta, saindo da parede e dando passos para trás.

Harry. Harry está em sua frente. As ondas em seus cabelos estão encharcadas e seu conjunto caro pinga pelas bordas. Há fios colados em seu rosto e Louis nota que não se importaria em passar os dedos levemente pela pele clara e tirá-los de lá.

Então lembra do que o maior fez, como se a voz deste chamando seu nome o fizesse esquecer que existia algo além deles, e sua expressão se fecha.

— Eu tenho lutado contra isso, e foi em vão. Não posso mais aguentar. — Ele diz rapidamente, o cenho de Louis se franze. — Os últimos meses tem sido um pesadelo, voltei para as redondezas de Hill Lake apenas na esperança de vê-lo, lutei contra meu bom senso, às expectativas da minha família e à sua classe social. E estou disposto a pôr todas as circunstâncias de lado e pedir à você para que acabe com meu sofrimento.

Ele falava rápido e nervosamente, e Styles não costumava ficar assim, isso deixava Louis receoso. Tentava ouvir as palavras do outro, mas seus olhos estavam nas gotas de água que desciam por seu maxilar e iam até o pescoço e ele estava discutindo sobre beijar o lugar ou estrangulá-lo.

— E-Eu não estou entendendo-

— Eu estou apaixonado por você.

E isso cala Louis. Tira todo ar de seus pulmões e os pensamentos de seu cérebro, e ele não tem certeza se um dia poderá falar novamente.

— O amo ardentemente. — Coloca a mão cheia de anéis sobre o peito, a voz quebrada. Não parece nada com o que Louis sempre vira, e isso o desespera. Styles o ama. — Por favor, deixe-me mostrar isso à você.

Louis abre a boca, a fecha novamente, respira fundo. Os olhos do outro parecem analisar cada músculo seu que se move. E seu peito dispara, mas ele não pode, não depois de tudo, não depois de hoje.

Ele pigarreia. — Styles, eu entendo a batalha que você têm tramado, sinto muito por tê-lo feito passar por isso, nunca foi minha intenção.

O outro fica em silêncio por alguns segundos, o cenho franzido. — O quê? Essa é sua resposta?

— Sim.

Sua expressão está confusa e ofendida. — Está brincando comigo?

— Não.

— Está me rejeitando então.

— Estou certo que seus sentimentos sobre as circunstâncias vão lhe ajudar a superar isso. — Diz com certa raiva, mas ainda calmo.

— Pode me explicar porque está me negando com essa indiferença? — O outro pergunta ofendido, mas orgulhoso demais para deixar transparecer.

— E você poderia me explicar porque, da forma mais ofensiva que já vi, decidiu se declarar deixando claro que isso vai contra o seu bom senso?

— Mas, Tomlins-

— Se eu tivesse sido apenas indiferente, então seria uma desculpa, mas eu tenho várias razões para negá-lo e você sabe disso!

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