epílogo

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Louis concluiu que, se fosse poder apreciar aquele nascer de sol detrás dos vales, onde o céu se iluminava, as árvores se deitavam com o vento e ele ouvia os pássaros cantarem, se mudaria para a casa de Styles o mais cedo possível.

Os dedos do maior enrolavam entre seus cabelos bagunçados, as unhas arranhavam suas costas em um carinho leve e ele se sentia quente.

Estava em cima dele, a cabeça apoiada em seu ombro, a testa tocando o maxilar de Harry e ele respirava calmo, brando. Estava em paz. Se sentia protegido e inalcançável.

Suas peles pareciam ter virado uma só, suas tatuagens se juntavam em um mapa de tesouro e suas respirações soavam juntas, o chacoalhar dos galhos lá fora sendo sua sinfonia.

Estavam enrolados nos lençóis brancos e macios de Styles, em sua cama, atirados naquela tarde preguiçosa de domingo, suor sobre a pele, assim como algumas manchas roxas por seus pescoços e virilhas, os lábios vermelhos e sorrisos bobos.

Harry apertava-o contra si, como se temesse deixá-lo ir. Sentia-se o dono do mundo ao notar a gelada sensação dos anéis de Styles em seu quadril e cintura, sendo abraçado e segurado por ele.

Eles eram invencíveis juntos, e naquela tarde, com os raios banhando a lateral de seus corpos, Louis percebe quer aquela visão como algo recorrente. E ele estava ansioso por isso.

— Você poderia ter sido mais aberto comigo. — Tomlinson diz de repente, quebrando o silêncio glorioso naquele quarto.

Louis tem o costume de construir diálogos inteiros em sua cabeça e quando chega à uma conclusão, a diz em voz alta. A maioria das pessoas ficariam confusas, alegando que ele estava em silêncio o tempo inteiro. Harry não. Harry o conhece. Por isso responde:

— Um homem que sentisse menos, poderia. Além disso, você sempre parecia defensivo.

— Porque eu estava confuso! Primeiro você me fazia querer matá-lo, e então algo em seus olhos ou atitude fazia com que eu quase me jogasse à seus pés! — Styles ri e Louis sorri em cima de seu peito.

— Você me desafia, Louis. Sabia que seria minha perdição no momento em que trocamos as primeiras palavras. — Harry beija o topo de seus cabelos.

— Você disse que eu não era atraente o suficiente.

— Oh não. — Styles resmunga, abraçando-o mais forte, Louis ri. Ele não estava citando aquilo de maneira rancorosa, já se passavam mais de dois anos desde o evento citado. — Esqueça todas as besteiras que uma vez já saíram de minha boca, fui um tolo orgulhoso. Tudo em você é e sempre foi atraente, até demais.

Louis cora. — Você também sempre foi atraente, odiava admitir que você era. Tinha algo em seus olhos quando falava comigo...

— Era amor. Por trás de todo o preconceito, teimosia e idiotice. Anos passarão e nunca esquecerei dos males que causei por causa das coisas negativas que amar você me faziam falar e fazer.

— Oh, amor, não se culpe assim. Ambos fomos preconceituosos, teimosos e idiotas. Mas acima de tudo, orgulhosos. — Tomlinson diz. — Nossos defeitos me fazem concluir que apenas você poderia me aguentar.

Styles ri. — É verdade. — Louis estapeia seu braço, ele ri mais. — Só você consegue me aturar, também. Por isso sou e sempre serei seu.

— Eu amo você, Harry. — Ele diz. — Ardentemente.

Eventualmente, eles caíram no sono novamente. Apenas a companhia do outro bastava, então eles acordavam, faziam novas marcas em suas peles e novas sinfonias com suas vozes e comiam algo, apenas para voltarem à cama novamente.
As horas passaram e, com o pôr do sol laranja, veio o fim do dia.

Louis estava em seu ano de formando, haviam muitos projetos, seu TCC, trabalhos, pressão da família, a responsabilidade de manter tudo em ordem com a falta de Selena e Niall no campus, a falta do próprio Harry. Estava estressado e cansado. Nos sábados, os amigos e ele, às vezes Styles, saíam até um bar no vilarejo e bebiam um pouco, lembravam que havia mundo além dos vales, a neblina e o lago. Nos domingos, Harry o sequestrava para si e o levava para a casa da família em New Castle, onde estava morando e fazendo sua extensão de promotoria, mimava e obrigava Louis à descansar pelo dia inteiro.

Eles planejavam se mudar para Londres assim que possível, onde Harry de fato exerciria a profissão, não seria difícil, por seu nome, e Louis começaria deu internato, de preferência no hopsital que crescera.

Bom, obviamente, eles morariam juntos em Londres, e apesar de dever, isso não assustava nenhum dos dois. Há dois anos atrás, depois de serem deixados sozinhos no apartamento e terem finalmente feito o que estava em suas mentes há tempo, eles tiveram uma longa conversa, sobre si mesmos, sobre os outros, sobre como seria seu futuro.

Tomlinson sorri com a lembrança, pois se apaixoxonou mais mil vezes por Harry desde então.

O maior se remexe em seu abraço, esfregando o rosto em seu peito e Louis ri baixinho, beijando seu cabelos castanhos. Styles apoia a bochecha no peito de Louis, o olhando.

O menor leva alguns fios para trás de sua orelha e este inclina o rosto contra sua palma, os olhos verdes e brilhantes parecem conhecer todos os centímetros de Louis e isso já não o assusta mais. Ele sorri.

A covinha esquerda de Styles salta. Seu coração dispara no peito como um trem à carvão e ele se sente sem trilhos. — Como está se sentindo nesta tarde, meu querido?

— Magnífico. Mas não me chame de "meu querido", eu peço.

— E por quê? — Levanta uma sobrancelha.

— Selena chama Niall assim quando quer acalmá-lo, criei aversão. — Ele revira os olhos, Styles ri calmamente.

— Bom, e de quê devo chamá-lo?

— Hm, deixe-me pensar... — Franze o cenho, fazendo o outro bufar e revirar os olhos carinhosamente. Louis sorri e volta seus olhos azuis para os verdes, ainda com as ponta dos longos fios entre os dedos, começa tranquilo: — Louis, para o dia-a-dia; William, aos domingos; Tomlinson nas eventuais discussões; e Meu Sol, mas este apenas para ocasiões nada menos que especiais.

— E como devo chamá-lo quiser acalmá-lo? — Levanta novamente sua sobrancelha em dúvida. — Lou?

— Oh não, não. — Louis sorri grande, respirando fundo. — Deve me chamar de Lou apenas quando estiver completamente e brilhantemente feliz.

Harry morde o lábio inferior em um sorriso que parecia iluminar todo o quarto, pega a mão de Louis, e a beija, entrelaçando seus dedos com os próprios.

— Então, novamente: Como se sente nesta tarde, Lou?

E beija o alto de sua tatuagem. — Lou. — Beija seu maxilar. — Lou... — A parte acentuada de sua bochecha. — Lou, Lou. — Sua testa e nariz. Ele chega perto de seu rosto, olha em seus olhos, e sussura. — Lou.

Louis conclui que, segundos antes de Harry tocar seus lábios, ele pode escutar violinos e piano suave.

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