70| Narração

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Lexie

Algumas semanas tinha se passado desde que houve o aborto espontâneo, eu estava tentando digerir tudo ainda, mas tentando levar a vida pra frente, sem descontar minhas frustrações em Mark como tinha feito algumas vezes. Ele também estava lidando do seu jeito, afinal ele sempre me pediu para termos outro bebê e acontece isso, mesmo que a gravidez não tivesse sido planejada.

Em poucos dia iríamos para Londres,o que estava me fazendo arrancar os cabelos. Estava gastando horas em lojas infantil do shopping para comprar roupas para Sofia, o clima de Londres é diferente daqui, e as crianças assim como eu e Mark não temos muitos agasalhos. Minha perna estava quase cem por cento, já tinha ne livrado do gesso, apenas mancando um pouco, mas a fisioterapia estava me ajudando com isso.

- Filha, escolhe meu amor, a mamãe precisa passar em outro lugar ainda. -disse pela milésima vez a minha cria que andava pela loja balançando seus cabelos. Yang inventou de passar chapinha no cabelo da Sofia, que achamos desnecessário, mas enfim a criança estava achando uma adulta.

- Eu quero levar um casaco de pelo, mas eu não acho. -explicou mexendo nos cabide. Moramos em um país quente, então agasalhos quase não tinham nas lojas.

- Provavelmente aqui não acharemos isso. Olha esse aqui que bonito. -lhe mostrei um moletom que parecia bem quentinho.

- Não quero esse não. -disse sem ao menos olhar para a roupa em minha mão. A mesma cruzou os braços fazendo um imenso bico.

- Meu Deus dai-me paciência. -respirei fundo procurando a coreana pela loja. Cristina era a minha companheira do dia, tinhamos entendido o convite para as outras meninas também, porém todas tinham compromisso. -Olha pra mamãe, vamos levar uma outra roupa, ai lá na sua avó a gente procura esse casaco de pelo que tanto quer.

- Não. Pede pro meu papai vir procurar. -Sofia começou a fazer birra, me fazendo pedir a deus paciência que já não existia dentro de mim mais.

- Sofia, que graça toda é essa?! Vai dar uma de criança mimada agora?! -disse firme, sem me importar se as pessoas estavam me olhando torto, eu que não iria deixar minha filha dar um show dentro da loja. -Eu rodei a loja toda atrás disso com você não rodei? -a mesma assentiu coçando os olhos. -então pronto, não tem não tem. Ou leva outro casaco, ou leva nada.

- Mas eu queria um casaco de pelo. -choramingou fazendo uma carinha triste, que era tão fofa que se fosse outro momento teria apertado.

- Já conversamos. Vai levar outra coisa ou podemos ir?-levanto uma de minhas sobrancelhas esperando a resposta da criança. -Eu vou passar essas coisas no caixa, depois não volto mais aqui.

- Ta bom, eu vou levar o conjunto do Bob esponja e o casaco grande.

- Ótimo! -murmurei indo atrás da roupa que tinha ficado pendurado nos araras. Dez minutos depois saímos da loja, e por pouco não fiquei careca.

Mandei uma mensagem para a Cristina, e a mesma avisou que estava no pátio de alimentação. De longe vi a coreana sentada em uma mesa sozinha já comendo.

- obrigada por nos esperar -falei irônica após fazer meu pedido e de Sofia.

- Não tem de que. Amigas são para isso. -a mesma sorriu fechado me fazendo revirar os olhos. -O que aconteceu com a mini-Mark? -perguntou de boca cheia.

- Ela quer um casaco de pelo, mas não achamos. -expliquei olhando para a minha cria bicuda.

- Aqueles casacos são horríveis Soso. -disse a Yang fazendo uma careta.

- A tia Smile disse que são chiques. -Sofia disse como se fosse o óbvio pegando uma batatinha do prato da coreana, que rapidamente puxou seu prato para longe do alcance da menina.

- Arizona é uma fresca, e não tem bom gosto para roupas. Vai por mim, aquele casaco penica todo o corpo. -torceu o nariz fazendo Sofia rir, eu apenas observava a conversa plena tomando a coca da minha amiga que nem notou.

- Então acho que não vou querer mais. -disse fazendo uma Hi-5 com a mais velha.

Nossos pedidos logo chegaram, e quando fui pegar minha coca, Cristina foi mais rápida pegando a latinha.

- Você tomou a minha, esta me devendo essa. -eu abri a boca incrédula diante da sua frase, a lata dela estava praticamente vazia.

- Injusto isso ai. -foi tudo que eu disse começando a ajudar Sofia a comer.




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