01/05
~Emily~
- Minha filha... - começa mas a interrompo.
- Filha? - ri sarcástica. - Tu agora quer me chamar de filha? Vai contar outra Kátia. Tu deixou de ser mãe quando eu voltei da escola machucada, olhou pra mim e disse que eu merecia ter apanhado! Tu não tem coração de mãe! - grito sem paciência.
- Tu olha como fala comigo garota! Me respeita! - grito de volta.
- Respeitar? Respeitar? Você vai me falar de respeito agora? Se enxerga mulher, tu nunca respeitou nem meu pai e tu me pede respeito? - já sinto até minha garganta doendo.
- Sim por que eu sou sua mãe pirralha!
- Tô nem ai! Tu se fingiu de morta e agora tu aparece aqui, do nada, quer que eu pense o quê? Ah? Já não bastou você me torturar quando criança e quer me atormentar agora mais do que já estou? Hein? - eu estava com muita raiva, raiva de estar aqui, raiva dela estar aqui, raiva dela ter mentido, eu estava com raiva de tudo!
- Olha aqui garota. - ela puxa meu cabelo para o lado com muita força. - Eu tô nem ai pra você, seus pai ou que diabos te partam! Eu só estou interessada em sair daqui e pronto! Então trata de calar essa maldita boca antes que eu me descontrole com você. - me solta bruscamente.
Ela vai para um canto do lugar gigantesco e eu vou até ao colchão. Choro em silêncio, não quero que ela perceba que estou chorando.
Sei que deveria me manter forte mas essa merda toda esta me matando. Eu ja nem sei o que pensar, fui sequestrada, quase fui abusada e agora minha mãe está viva. A única opção é chorar, assim tiro todas as mágoas de mim, fico até imaginando se a Christie não tivesse aparecido o que teria acontecido. Fico o tempo ali até que meu choro cessa, vejo que o sol quase se põe.
Olho ao redor e vejo Kátia andado que nem uma doida. Apenas observo, não estou pra papo com ela.
Eu preciso de um banho, roupa nova, comida, mas o que eu realmente preciso é sair dessa desgraça de lugar. Eu só quero paz! Paz! Fico embrulhada em meus pensamentos quando a porta é aberta.
É o mesmo rapaz que me ajudou aquele dia, ele vem em nossa direção com o que parece ser comida. Caminha até mim e para a minha frente, ele me analisa por um tempo e para ser sincera me intimidou um pouco seu olhar.
- Toma. - fala ele com a sua voz rouca e melódica. Me entrega o que parece ser uma sanduíche e um suco de pacote. Seu olhar é recheado de doçura e ao mesmo tempo pena.
- Obrigada... - murmuro o bastante para que ele ouça. Levo a pequena refeição e ele se levanta e vai até Kátia.
- Leva. - ele estica a mão pra Kátia, para que ela leve a "refeição". E seu tom de voz mudou com ela, sinceramente senti ódio e frieza em seu tom de voz, o que me surpreende. Kátia em vez de levar o analisa de cima pra baixo. - Tá olhado o quê? Leva ou fica morrendo de fome! - desta vez ele grita.
- Prefiro morrer de fome ao em vez de comer lixo. - diz ela com desprezo. Vejo o rapaz cerrar o punho livre, ele respira fundo e sai sem proferir uma única palavra.
Cara, eu acho que se ela fosse mulher, teria socado a cara de Kátia, inclusive eu faria o mesmo se não fosse minha mãe. Apesar de tudo ela é minha mãe, fazer o quê. Mãe... Mãe... Sei la se essa mulher sabe significado disso, que ela tem coração de pedra, ela não tem coração de mãe. Não sente carinho por ninguém, não sei o que meu pai viu nela.
Ela pode ser linda, rosto bonito e delicado, corpo magrinho mas lindo, mas cara, ela não parece ser humana e isso realmente assusta. Eu nem sei se ela ao menos se importou com alguém.
Como a sanduíche e tomo o suco que parece ser de laranja. Término e continuo sentada no colchão. Até já me habituei a ele, faz quantos dias que estou aqui? Três? Acho que é isso, e nenhum sinal de Polícia ou meus amigos.
Eu eu confio neles, sei que procuram por mim, e é isso que me da esperanças de sair desse lugar. Do nada me sinto observada, olho para o lado e vejo que Kátia me encara, a encaro de volta com a mesma intensidade.
Não sei o que ela fez para estar aqui mas confesso que estou curiosa, o que ela fez? Mas o principal, por que estou aqui? E ainda por cima com ela! Isso não faz sentido nenhum, e isso me tira do sério.
- Tá olhando o quê pirralha? - pergunta.
- Eu que te pergunto, você me encara descaradamente e pergunta por que eu estou te olhando? Fala sério... - digo.
- Olha aqui. - a encaro com uma sobracelha arqueada. - Por você está aqui? - pergunta de braços cruzados.
- Também queria saber. - sorri sarcástica. - E você? Que merda tu fez?
- Não é da tua conta. - diz rispida. Depois disso ficamos um tempo em silêncio. Eu quero fazer-lhe uma pergunta mas de acordo com a nossa "proximidade" agora, sei la, talvez ela me chingue mas dane-se.
- Por que você fingiu estar morta? - a encaro.
- Por que você se importa? Afinal você não me odeia? - pergunta.
- Por que independentemente de tudo, você é minha mãe, eu pensei que você estivesse morta, que eu te enterrei ao meus 14 anos. E não sei se você sabe mas eu mereço uma explicação de por exemplo... TODA ESSA MERDA QUE ESTA ACOTECENDO! - digo.
- Sabe que mais, dane-se! Eu não mereço te explicar NADA da minha porra se vida ok!? - diz ela fria.
- Vem cá, o que tu tem na cabeça hã? Tu não racosina não? Tu não percebe que essa merda toda me machuca? Poxa, num dia eu estou enterrando minha mãe e noutro ela está aqui! Sendo uma completa desconhecida! Você pode ser tudo nesse mundo mas eu sou sua filha ok!? Sabe, me dói eu ter sido traída, iludida, ter caído numa porra de mentira que minha própria mãe inventou! E sabe que mais? Dane-se! Dane-se tudo, dane-se essa merda de lugar, dane-se a merda toda que está acontecendo comigo! DANE-SE TUDO! - tá, eu me exaltei, perdi a cabeça mas você não ficaria diferente se soubesse que sua mãe está forjou a própria morte e do nada aparece para você como se fosse outra pessoa...
Continua...
Amores, mudança de ideia. Sairão 5 caps hehe!! Boa maratona!!
Get ready♡ E PREPAREM ESSES CORAÇÕES!
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We Turned It Possible
Novela JuvenilNos seus 16 anos de idade, nas férias de verão, Emily Walmor, passou os melhores momentos da sua vida. Ela tinha tudo que uma garota adolescente poderia sonhar. Ela era feliz, brilhante como uma estrela. Mas nem tudo é um mar de rosas, após o amor...