Conto 11: Despedidas a Rosa Vermelha: Você Ainda Ouvirá Falar de Nós

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🌹 11. Você ainda ouvirá Falar de Nós 

O som do fogo crepitando,

Da Madeira em brasa estalando,

Tudo aquilo era tão terrível 

Que eu garanto que não sei como sobrevivi.

Seis meses antes os homens do Rei vieram 

Falar com Dona Rosa Vermelha.

Sei bem pois eu, que era a mais jovem das moças 

Da casa e uma das poucas letradas 

A acompanhei durante o encontro com eles no salão.

Os homens eram da parte do 

Administrador de São Paulo 

Que queria o terreno do casarão 

Para fazer a estrada que ligaria 

A cidade deles com as minas de ouro no norte

E o porto no sul.

Rosa pensou muito, eles voltaram mais duas vezes 

E no fim ela aceitou vender.

Confesso que não fiquei surpresa,

Rosa já tinha pra lá de oitenta anos,

Isso se já não tivesse seus noventa,

Até para descer as escadas ela precisava de ajuda.

Logo o contrato de venda foi lavrado 

E o prazo para a desocupação do imóvel 

Era de sessenta dias.

Uma a uma as moças foram indo,

A maioria implorando a Rosa 

Que não fechasse a casa,

Que mesmo vendendo aquele imóvel 

Comprasse outro e continuasse,

Mas ela foi irredutível em dizer não.

Então todas se foram

Mas não foram de mãos abanando,

Rosa deu a cada uma parte do dinheiro 

Da venda da casa e sendo assim 

Todas partiram satisfeitas.

Mas eu fiquei até o último dia

A pedido dela.

Foi então que aquela noite pavorosa aconteceu,

A última noite do Cabaré.

A lua chegou cheia, era sábado 

De grande calor no mês de Janeiro.

Ela me pediu um favor,

Que eu fosse com ela até o quintal dos fundos 

E que levasse uma pá.

Lá no meio do terreiro 

Ela me pediu para cavar.

Sinceramente achei uma maluquice,

Mas Rosa estava pagando pela minha ajuda

Então fiz o que pediu.

Após alguns golpes na terra 

Ouvi o som ouco de madeira,

Era sem dúvida um baú.

Rosa me observou sentada em 

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