༆XV

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primeiro gostaria de pedir desculpas pela demora em atualizar, ultimamente eu tenho andado sem inspiração e meio pra baixo, não espero que entendam apenas que me desculpem mesmo por isso.

segundo,  o capítulo de hj é meio pesado, mas é importante, não tem gatilhos (eu espero).

boa leitura <3

D

ois dias.

Dois dias foi o prazo que Helion nos deu para provar a ameaça de guerra. Para provar que eu não estou enganando todos.

Darren havia nos convidado a permanecer no palácio, porém apenas Ystria aceitou. Eu, Renard e Fellius retornamos ao Talionis e desde então estamos procurando formas de projetar o que eu vi na mente de outras pessoas. Não consegui.

Não esperneei, não chorei, não queimei nada, não explodi ou me isolei. Eu simplesmente aceitei. Não é como se eu pudesse ter controle sobre algo que eu sequer entendo. Helion pode não acreditar em minha palavra, mas também não tenho nada a perder. Ele quer provas e eu não as tenho. Minha palavra vale o mesmo que meu nome. Nada.

Vesti a calça de couro, a camisa verde musgo velha e o espartilho marrom como sempre. Não me preocupei em me arrumar, colocar jóias e enfeites. Estou retornando para aquele palácio apenas e unicamente para me despedir de Darren e Ystria. O tempo não vai parar apenas porque Helion quer. E nosso tempo é contado, imagino o dia em que ele conseguir por as mãos nos objetos mágicos e enfim conseguir realizar seus objetivos. O calafrio é inevitável.

Não acreditar em mim é escolha dele, e se ele prefere arriscar a vida de seu povo a acreditar em uma fêmea que contou sua história de vida, mostrou suas cicatrizes e expôs sua maior fraqueza, que seja. Ele não é o único Grão-Senhor de Prythian, e com certeza não entendeu a gravidade da situação. Deveria ter contado sobre a personalidade dos Narttu, eu vi com meus olhos o quanto podem ser manipuladores. Enganaram e tomaram a corte em questão de semanas, é questão de dias até que todo o mundo saiba que invadiram Prythian e tomaram a corte Outonal.

Estamos tão fodidos.

Peguei a bota de cano curto e calcei. Prendi parte do meu cabelo. E saí da cabine. Renard e Fellius estavam discutindo por conta de uma camisa que pertencia a Fellius e Renard tomou para si. Pigarreei.

— Vamos, quanto mais rápido acabar, mais rápido posso bolar um segundo plano, que não envolva Grão-Senhores ou magia. — digo passando por eles e indo até a porta. Fellius suspirou e Renard apenas continuou sério. Estávamos tensos demais para tentar gracinhas.

Lancei um olhar para meu amigo que devolveu de forma cortante. Resisti a vontade de me encolher. Mantive a postura e ergui o queixo de leve. A mandíbula cerrada.

— Você faz parecer tão simples que nem parece que estamos falando sobre milhares de soldados contra apenas três Grãos-Féericos, um deles vivendo a maior parte do tempo como animal. — Renard zomba e tenho vontade de socá-lo. Respiro fundo e continuo andando. Sei que meu amigo está com tanto medo quanto eu, e que está difícil manter essa pose forte, mas que vai continuar assim, pois ele é o único que me mantém de pé.

Odeio deixar o meu destino nas mãos dos outros. Isso me torna fraca e vulnerável, como fui durante toda minha vida e agora quando finalmente eu estou aprendendo a sobreviver por mim mesma na maior parte do tempo, tenho que confiar em pessoas que não conheço e que não confiam em mim apenas para consertar as merdas que Beron, Velliard e o maldito Rei de Hybern começaram. Eu posso ter mais de um século de vida, mas isso não é nada além de um simples número. Não quando tudo que sei eu aprendi em dois meses. E o mais próximo de um campo de batalha que já passei foram as águas que os navios Nestha, Elain e Feyre trouxeram os soldados para a guerra em que Prythian ganhou, que a Mãe nos ajude.

A Court Of Fire and Shadows [comeback]Onde histórias criam vida. Descubra agora