༆II

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Azriel P.o.v

Estava perdido nos meus pensamentos enquanto Mor e Feyre bebiam mais um dos vinhos de Rhys. Esse estava em algum lugar da casa resolvendo algumas pendências. Eu teria lhe acompanhado, se as fêmeas não tivessem decidido que eu sou um ótimo "amigo de copo".

Agora estou sentado com uma taça na mão. As duas estão igualmente submersas em seus pensamentos, nenhuma palavra é necessária para preencher o silêncio confortável entre nós. Nos últimos dias todos estão preocupados. Rhys, Cassian e eu estamos tentando lidar com a ameaça dos illyrianos. As famílias estão cada vez mais revoltadas e algumas até partiram dos acampamentos, as tropas tiveram muitas baixas. Keir exige vir para a cidade trazendo consigo dor de cabeça para Mor. Velaris é o ponto de paz de todos nós, e foi mantida em segredo por séculos para evitar que pessoas como Keir viessem.

É de conhecimento de todos que ele não tem interesse na cidade e sim em perturbar sua filha. Feyre tem se empenhado em distrair Mor e não lhe deixar pensar muito sobre isso. Keir mesmo depois de séculos ainda é um assunto delicado.

Elain apareceu na porta da sala com uma bandeja de biscoitos e uma chaleira fumegante. Me perguntei se ela sabe que estamos praticamente imersos no álcool e nas lembranças de nossos respectivos passados. Se aproximou da mesinha de centro e colocou tudo sobre a mesma. Feyre sorriu para a irmã.

- vocês parecem cansados - o som da doce voz de Elain não soou mais do que um sussurro. O cabelo preso em uma trança com alguns fios soltos lhe caindo no rosto. Provavelmente estava na cozinha com Nuala e Cerridwen. As gêmeas espectros são companhias constantes para a fêmea.

- não é nada, apenas um dia mais longo que os outros - é Mor quem fala, seu olhar caindo sob a taça em sua mão direita. As longas unhas batendo levemente no cristal e fazendo um tilintar leve zoar quase imperceptível. Menos para mim, ou melhor, para minhas sombras. As mesmas serpenteam nas pontas das garras de minhas asas.

- e coloque longo nisso - Feyre diz em tom de brincadeira. O clima tenso que se estendeu após foi suficiente para que Elain se servisse e começasse a comer em silêncio, sentada em uma poltrona a nossa frente.

Mor, Feyre e eu estavamos sentados em um único sofá, que graças ao exagero de Rhys, era enorme e acomodava asas perfeitamente. A casa do rio é a completa junção de Rhys e Feyre, os detalhes principalmente, o jeito como as pinturas parecem ter brilho próprio, e se Feyre as pintou eu não tenho dúvidas que realmente tenham. Cassian brinca dizendo que Amren um dia vai rouba-las e guardar em seu tesouro.

- bom, se as senhoritas me dão licença, tenho que cuidar dos meus afazeres - digo me levantando. Feyre me olha emburrada, já estava meio alterada pelo vinho. Rhys que lute para lidar com a parceira.

Mor me olhou e desviou o olhar rapidamente, como se me olhar machucasse. Eu só queria saber o que se passa em sua mente, os 500 anos sendo amigos nunca me deu abertura para me aproximar e parece repelir qualquer tentativa. Não é que seja cega ao ponto de não perceber o modo como lhe olho. Só que já aceitei que não sou digno dela e de seu amor, preferiu Cassian, depois preferiu muitos outros amantes, e nunca sequer me deu uma chance.

Antes que começasse mais uma sessão de autopiedade atravessei para a sacada e me lancei aos ares com um impulso das asas.

Não posso me dar o luxo de ficar em casa enquanto mais uma vez estamos sob ameaça.

[...]

Já era noite e eu estava retornando para a Casa do Vento quando as sombras se agitaram em direção ao sul. Os sussuros contando que uma ameaça esvata a caminho de Prythian. Rapidamente atravessei até a Casa do rio e assim que cheguei encontrei Rhys, Feyre e Elain na sala. As irmãs conversavam sobre algum quitute que Elain havia feito com as gêmeas. Uma troca de olhares com Rhys e ele percebeu que algo estava errado.

As sombras ao meu redor estavam agitadas demais, como se quisessem correr para algum lugar, correr para alguém. Isso nunca havia acontecido, nem mesmo quando Hybern atacou Velaris, ou quando atacou Adriata, na Estival. Nunca haviam se agitado nem mesmo na presença do Caldeirão.

Seja lá o que esteja acontecem ao sul de Prythian não é coisa boa. Um estalo em minha mente me lembrou das rainhas humanas.

- Rhysand... - digo ofegante. Parecia que o ar havia sido arrancado de meus pulmões e várias agulhas perfuracem minhas costas. As sombras se agitaram ainda mais. Meu irmão se levantou e fez sinal para o escritório dele. Não me importei em cumprimentar as duas fêmeas que vi mais cedo, não quando eu sinto que algo está errado. Mor deve ter ido para a Casa do Vento.

Entramos e ele foi direto para sua cadeira. Não me dei o trabalho de sentar, não conseguiria ficar parado. Essa situação está me deixando inquieto, é como se eu sentisse medo e angústia pertencentes a outra pessoa. Assim que olhei para Rhys foi como se tudo parasse e eu visse por outros olhos.

Um quarto adornado por verde, dourado e vermelho, tudo continha uma delicadeza. Eu sentia a decepção da pessoa, era como se estivesse desabando. Os olhos miraram em uma grande raposa que repousava sobre a cama, os olhos do animal tinham um brilho semelhante a cobre derretido.

Lindo.

Ela encarava a pessoa como se quisesse lhe dizer algo, confortar a pessoa da aflição que está sentindo. A pessoa começou a falar algo, mas não parecia ter som para mim. A pessoa se virou rapidamente para o que parecia a porta do quarto, onde ninguém mais, ninguém menos que Eris estava. O olhar em seu rosto expressava nojo e repulsa, me perguntei quem era a pessoa que esse olhar era direcionado.

Ele começou a falar algo e vi o momento em que chamas brilharam em seus olhos, senti quando começou a esquentar, não sabia se era meu corpo ou o corpo da pessoa. Eris dizia algo, tentei ler seus lábios.

"vadia"

"a vadia de..."

Não consegui decifrar o resto pois minha mente retornou ao meu corpo, encontrando os olhos violetas brilhantes de meu irmão.

- o que está acontecendo, Azriel?!

Desculpa o cap ruim,
eu não sei mesmo escrever pov masculino.

bom, eu não queria ter que fazer isso, mas vou excluir alguns comentários dessa capítulo, por causa do hate q eu msm causei pra Mor, qnd eu escrevi esse pov Azriel a intenção era mostrar como ele vê as coisas, mas muitos aqui tomaram as dores dele e começaram a atacar ela, a mor errou sim, mas enquanto a Sarah que é a autora do livro e "dona" da personagem não resolver isso, não cabe a nenhum de nós julgar, ok? Mor é uma mulher forte que representa muitas pessoas e eu posso não concordar com algumas ações dela, mas não cabe a mim mexer na história de um personagem que não me pertence.

a verdadeira vilã não é a Morrigan. Respeitem ela por favor.

See u later
xx

A Court Of Fire and Shadows [comeback]Onde histórias criam vida. Descubra agora