༆VI

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Eu não suportava mais. Velliard me foi apresentado e desde então só saiu do meu lado após Urie e Nyara me chamarem para me lembrar a ordem dos talheres para o café. Estávamos acordados desde as quatro da manhã e agora já era quase horário de almoço.

O macho mais novo de olhos verdes era igual a mim, e havia tentado quebrar meus escudos. Falhou, ao contrário de mim que não precisei nem ao menos tentar. Os escudos dele se abriram, provavelmente ele não sabe que eu entrei. Mas não vasculhei suas lembranças, apenas tentei ver o máximo do plano deles. E era exatamente como eu e Renard suspeitamos.

Uma criada me acompanhou até meu quarto quando pedi licença para descansar. Durante o almoço percebi o olhar de Eris, Urie, Nyara e a general Joen Barrwod em mim. A general por alguma razão simpatizou comigo, ao contrário dos irmãos que nem sequer me dirigiram o olhar. Mas é melhor que não me olhem, do que fiquem como Velliard. Ele parecia procurar algo em meu rosto, analisava o jeito que eu falava e até mesmo percebi seu olhar preso na gargantilha em meu pescoço. Renard continuava ao meu lado, discretamente.

A princesa Milliken chegou a questionar o porquê tenho uma raposa então expliquei a história por cima ocultando o fato de que ele é um dos únicos que se importam verdadeiramente comigo. A princesa foi a que de fato me surpreendeu, a imediata do príncipe e futuro Rei de Vallahan, ela ao contrário do irmão observava todos.

A dinâmica deles era interessante, todos pareciam ter uma função de fato, menos o próprio príncipe. Eu senti o poder emanando dele durante as horas que estávamos próximos, ele é a carta na manga deles. Os irmãos Barrwod usam uma estratégia para confundir, Joen é a general, mas parece que apenas eu e Eris percebemos já que Kol assumia o posto diante de todos. Era até que uma estratégia simples, Kol usava o posto da irmã para encobrir o seu como terceiro no comando, Joen se mistura para descobrir estratégias e Eridion pode vagar pelo palácio olhando a mente de cada guarda e sentinela e criada que encontrar, enquanto o príncipe e a princesa dão um show para entreter os Vanserra.

e você viu aquilo? A princesa estava claramente fingindo interesse no estúpido do Ignner. — Renard disse me trazendo de volta a realidade. Ele não havia falado praticamente nada comigo, apenas para me alertar algumas vezes quando eu acabava sendo muito gentil com os nossos convidados.

— me pergunto o que mais reparou além da princesa. — provoquei e se não fosse rápida teria sido acertada pela calda. Comecei a rir da defensiva de meu amigo.

— até parece que era eu quem estava babando no príncipe assim que ele entrou — retruca e eu fecho a cara. Não pode me julgar, ele foi o primeiro macho que não possui meu sangue que eu vi em toda a minha vida que não usa um elmo. — lembre-se que ele é nosso inimigo.

— não é como se eu não soubesse, foi um momento de fraqueza — me defendo — agora vamos ao que interessa, que tal você me ajudar com meus poderes, huh? Se conseguirmos ir embora eu vou precisar ter controle de cada partícula de poder em mim.

— se você insiste, tenho que ir na biblioteca espere aqui e não abra a porta para nenhum daqueles abutres — — avisa já ficando nas patas traseiras para abrir a porta. Franzi o cenho querendo perguntar como ele iria trazer o livro, mas dei de ombros. Estamos falando de Renard, mas fácil eu ser um animal do que ele.

Convenhamos aquela raposa fofoqueira é mestre em enrolar as sentinelas e despistar qualquer um. Agradeço a Mãe por ter ele comigo, caso contrário eu já teria feito alguma loucura maior. Se bem que minha vida seguir seus conselhos é tão perigoso quanto. Aproveitei que estava sozinha e sentei no sofá a frente da janela.

A Court Of Fire and Shadows [comeback]Onde histórias criam vida. Descubra agora