༆ XXV

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Não matem o mensageiro, já sabem

eu sou apenas o mensageiro

sem ameaças de morte, ok?

leiam ouvindo unsteady do X Ambassadors, vai fazer sentido depois

— Pelo visto não enterrou muito bem. — Disse o homem sarcasticamente. — Jurian, agora vai contar como sabe sobre Velliard?

— Desculpa, não tenho tempo, paciência e estômago para contar essa história novamente. Mas se estiver disposto a esperar te mando uma carta. — Respondi simples. Eu precisava ganhar tempo e vantagem até conseguir convencer Lucien. Encarei meu irmão que olhava para algum ponto atrás de mim. — Vai ajudar ou não? Tenho que saber se está disposto a ir até lá.

— Não vou voltar pra lá nunca mais. — Seu tom rude me fez ficar tensa.

— Não estou pedindo para esquecer tudo que fizeram, eu mesma não esqueci, mas é a nossa mãe. Aquela fêmea sofreu tudo o que nós sofremos e mais um pouco, então pare de pensar apenas em você uma vez na sua vida. — Jurian pareceu levemente curioso com minha mudança de humor repentina e deu um passo para dentro. Provavelmente não querendo ter que se envolver em uma luta contra dois Grão-Féericos.

— O que está querendo dizer?! Que não me importo com nossa mãe?! — Grunhiu irritado. Seus olhos me fitavam com ódio e rancor.

— Se a carapuça serviu. — Ironizei. — Não ficaria surpresa com isso.

— Não se ache no direito de me julgar, você não me conhece. — O ódio dirigido a mim foi como álcool no fogo.

— Desculpa, mas quando foi que eu tive a oportunidade de conhecer você?! Quando fui presa ou quando você fugiu sem nem tentar me salvar?! — Esbravejei mais irritada ainda. Lucien podia ao menos ter tentado se eu fosse um pouco mais importante.

— Então isso tudo é por isso? — A risada seca que ele soltou me fez estremecer e não foi de frio. — Alyn, eu não te tiraria de lá nem sob o cadáver de Beron. Estava mais segura presa do que agora.

— É isso que você pensa?! — A raiva dava lugar a mágoa e sabia que isso não iria acabar bem. — Eu estava segura sendo torturada? É isso que diz pra si mesmo quando quer aliviar sua consciência pesada?! — Gritei apontando o dedo para ele que segurou meu pulso. Puxei meu braço e dei um passo para trás. — É um covarde assim como Eris, mas ao menos aquele desgraçado assume as porras que faz.

— Quem você pensa que é para me julgar?! É uma criança! Não sabe de nada e ainda tenta ser melhor do que eu. — Suas palavras foram como um tapa. Era isso que sempre me considerariam a droga de uma criança.

— Eu nunca fui uma. — O murmúrio raivoso saiu acompanhado de um rosnado. — Te julgo porque eu posso. Você me abandonou quando mais precisei e nunca mexeu um dedo para me defender deles. Sei que estava destruído pelo que fizeram, mas isso não te dava o direito de decidir por mim se eu deveria ou não ficar lá. Você via eles me torturando! — Acusei sentido meu corpo trêmulo e meus olhos marejados. — Então vai se foder se acha que me deixando lá me fez um favor. — Não me importei com Jurian assistindo quando segurei em seus ombros e o puxei no mesmo momento que dei uma joelhada em seu estômago. — Mande lembranças ao diabo quando for pro inferno, seu filho da puta. — Rosnei próximo de seu rosto antes de deixar seu corpo cair. — Tira ele daqui e leva pro continente, se ele não vai se unir a causa ao menos se esconda antes que a merda exploda. Desde já obrigado, Jurian.

A Court Of Fire and Shadows [comeback]Onde histórias criam vida. Descubra agora