༆XVI

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tá na mão é só ação.

mais um capítulo pra vcs raposinhas, Tchau.

Meus músculos doíam e minha cabeça poderia muito bem explodir a qualquer momento. Não consegui abrir os olhos, não por falta de querer, apenas de força. Tudo doía, respirar parecia uma tarefa horrível enquanto meus pulmões queimavam a cada vez que o ar circulava o órgão.

Sabia que estava sendo observada, sabia que alguém segurava minha mão e outro estava ao meu lado acariciando meus cabelos. Sentia a magia de cada um ao meu redor, não reconhecia também. Isso exigiria mais do que estou disposta a fazer por agora, sequer consigo ouvir direito. Minha garganta arde como um inferno e minha língua parece ter gosto de cinzas. Meus dedos pareciam dormentes e o poço de magia que havia permanecido fechado durante semanas estava escancarado e pronto para ser usado, parecendo intocado.

Isso me fez perguntar por quanto tempo estive presa dentro de mim mesma e quanto poder usei durante a explosão de descontrole. Fiz esforço para abrir os olhos, inútil. É essa a sensação de estar morta? Espera, eu estou morta?

Tentei focar nas vozes ao meu redor, mas parecia impossível. Cada tentativa era como um ser atingida por disparos de mil direções diretamente em minha mente. Procurei pelo elo que me unia a Renard, encontrando apenas um caminho rachado e destruído. Pelo Caldeirão.

Tentei rastejar até meu amigo, precisava dele. As imagens do corpo sendo arremessado pelo ar inundaram minha mente e uma dor aguda me fez querer encolher. Eu havia feito aquilo. Havia ferido a única pessoa que ficou ao meu lado quando ninguém nem ao menos suspeitava de minha existência. Não sei de onde reuni forças, mas gritei. Um grito de dor, de angústia. Não queria ter feito aquilo.

Meu corpo foi balançado e mais me seguraram, as dores aumentaram e gemi de dor, conseguindo me contorcer em agonia na tentativa de me livrar das mãos que me seguram. Minha pele estava sensível demais, parecia em carne viva sob cada toque.

E então, como em um passe de mágica, toda dor sumiu. Dessa vez, consegui abrir os olhos. Senti o ardor como se estivessem cheios de areia. Pisquei repetidas vezes na tentativa de aliviar.

— Pela Mãe, Darren, ela acordou! — o grito vindo do meu lado fez com que a dor de cabeça voltasse. Levei minha mão até a testa, pressionando minhas têmporas. Tudo ao meu redor rodou e tive que fechar os olhos quando senti mais uma vez.

— aí minha nossa, ajudem ela, seus idiotas! — reconheci a voz de Ystria se aproximando e logo meu corpo estava sendo aconchegado ao peito de alguém. — respire devagar, calma, tá tudo bem, querida.

Fiz o que a fêmea dizia e continuei agarrada a ela. Senti uma mão em minhas costas fazendo carinho. Aos poucos fui recuperando os sentidos e me afastei aos poucos de Ystria.

Engoli em seco ao perceber que todos estavam ali, incluindo o irmão de Darren e sua mãe. Encolhi os ombros.

— Quer explicar o que foi aquilo? — Fellius perguntou sério. O mesmo estava sentado em uma cadeira ao lado da cama, os longos cabelos brancos presos em um coque desleixado com algumas mechas soltas. O rosto sério assim como no dia em que nos conhecemos. Os olhos azuis gélidos demais para que eu sustentasse o contato visual, logo desviando o olhar.

— eu... — minha voz saiu quebrada e vacilante. — não sei.

— saiam. — Olhei para o dono da voz. Helion. O mesmo estava parado com os braços cruzados perto de Manch, irmão de Darren. O olhar sério e a mandíbula tensa.

A Court Of Fire and Shadows [comeback]Onde histórias criam vida. Descubra agora