E agora?

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InuYasha POV

Quando cheguei em casa já era quase meia noite. Eu voltei andando do restaurante até lá por que precisava colocar os pensamentos em ordem.

Lembrei de uma frase que meu pai sempre me dizia:

"As coisas voltam. O mundo está girando, se movimentando..."

Recordo-me de vê-lo soltar a fumaça do charuto de seus lábios e dizer depois:

"Não faça nada irresponsável. Tudo na vida tem volta, meu filho."

Era uma merda admitir que o meu velho tinha razão.

- "Maldição..." – subi as escadas e fui até o meu quarto. Me joguei na cama. Sentia-me pesado e exausto. – Preciso tomar um banho e dormir. - Levantei-me depois de uns minutos, tomei um banho e ajeitei a cama para dormir. Deitei em baixo dos lençóis e me dei conta de alguém... – "Kikyou!" – Merda!

Peguei o meu celular e olhei o WhatsApp. Vinte e oito mensagens dela. Esfreguei os olhos com raiva de tudo e abri a conversa. A maioria eram pontos de interrogação.

"Amor, você vem aqui hoje?"

"Amor?"

"InuYasha, liguei para sua casa."

Engoli em seco e me preparei para ler o resto, passei o dedo na tela e fui avançando a leitura.

"Sua mãe disse que você saiu todo arrumado, você foi aonde?!"

Mais alguns pontos de interrogação e eu congelei.

...

"Estava bom o sushi?"

Ai que merda! Rolei na cama e afundei o rosto no travesseiro. Queria gritar. Como ela sabia disso? Será que ela presumiu, já que eu gostava de ir lá mesmo ou então... Ela me viu? Se tivesse visto tudo bem. Entretanto, se Kikyou tivesse escutado o que escutei... Aí eu estava ferrado!

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Kikyou POV

Eu não sabia o que estava acontecendo com o meu namorado! Isso era ridículo!

InuYasha sempre foi meio... Bom, inconsequente e às vezes me pede coisas que ele sabe que eu não posso dar ainda. Mas, eu sei que ele sempre foi fiel.

No entanto, eu sentia um amargor na boca toda vez que lembrava da forma que a dona Izayoi falava que ele era antes de começar a namorar comigo. Ela disse que eu sosseguei ele um pouco. O que ela queria dizer?

Será que ele sempre ficava com várias garotas e até tinha o que queria? Argh. Isso me irritava. Mas... Ele estava contido. Estava na palma da minha mão. Enquanto eu lhe desse umas migalhas, talvez ele segure mais um pouco.

- "Preciso fazê-lo me pedir logo em casamento..." – pensei enquanto me dava conta de que parei em uma das páginas do livro e não me recordava onde havia interrompido a leitura.

Resolvi usar um marcador de página e deixar para reler o capítulo amanhã com calma. Coloquei o livro em cima do criado mudo e alcancei o meu celular.

InuYasha visualizou as mensagens, mas não respondeu.

- "Quando foi a última vez que eu o fiz gozar?" – tentei me recordar, mas no mínimo faziam duas semanas. – "Acho que ele está de birra comigo..." – mordi o lábio e minhas bochechas queimaram. – InuYasha... – murmurei. – Se eu pudesse... Já teria feito, porém... – olhei um porta retrato que estava ao lado: nossa foto recém tirada na praia. – Preciso aguentar mais um pouco... Se você também aguentar, eu saberei que você me ama de verdade!

Apaguei a luz do abajur e me virei.

Tentava dormir e não pensar no real motivo de InuYasha não ter vindo aqui e nem de ter me respondido.

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Kagome POV

A raiva havia irradiado para todo o meu corpo. Estava tão raivosa, que fiz minha pequena chorar sem nem ao menos gritar! Acho que a energia ruim estava atingindo-a.

- Oh! Meu amor... – ninei-a. – Desculpe! – passei meu nariz em sua testa e depois a beijei sutilmente. Seus olhos castanhos e brilhantes me aqueceram e acalmaram. – Você é poderosa, viu? Moroha, você purifica o meu coração...

Balancei-a delicadamente em meus braços e assim que me acalmei, o sono dela veio mais fácil. A fiz dormir e coloque-a no berço. Alonguei meus braços e em silêncio peguei um conjunto de pijama verde clarinho. Peguei depois uma toalha de banho, uma calcinha e fui até o banheiro.

Enquanto tirava minhas roupas para tomar o banho, repassei novamente a imagem de InuYasha...

Agora em vez de lembrar o quanto ele era gostoso e da sua pegada, lembrava do jeito que ele virou a cara para a filha.

Suspirei e olhei para o teto. Isso era a prova de que Rin estava certa? Tentei me colocar no seu lugar.

- E se eu tivesse 26 anos como ele, dormisse com uma mulher de 24 anos em uma viagem e que depois de 9 meses descobre que ela engravidou e que tiveram uma filha? – disse sussurrando para não acordar os outros moradores daquele lar. – Ele também levou uma bomba daquelas...

Mordi o lábio e entrei no box, começando a molhar-me desde os ombros e todo o resto do corpo, evitando molhar os cabelos. Deixei a água cair por um tempo e lavar qualquer tensão do meu corpo ralo à baixo. Encostei a testa no piso da parede e respirei fundo.

Aqueles 15 minutos do lado dele me deixaram realmente nervosa.

O pior de tudo, foi sentir que apesar de toda a situação eu ainda o achava um cara irresistível. Um cara por quem eu iria facilmente acompanhar em um motel depois do jantar.

Ai que droga!

Peguei o sabonete e comecei a me lavar. Tentei recordar de qualquer vislumbre de anel de compromisso em seu dedo, mas nem uma marca de sol, de uma aliança usada antigamente estava lá. Acho que ainda era solteiro.

Meu rosto esquentou. Eu não podia pensar nele como um pretendente... Ou poderia?

Por que eu estou me perguntando isso? Droga Kagome!

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InuYasha POV

Olhei para o relógio do quarto, eram quase três da manhã e eu ainda não tive um sono contínuo. Só preguei o olho por instantes.

A imagem dela não saía da minha cabeça.

Os cabelos castanhos e curtinhos, as bochechas levemente rosadas, porém a sua derme era fina parecendo-se com uma pétala de rosa branca. O mantinho vermelho acentuava o tom de pele quase nevado.

Era uma pequena princesa, realmente.

Eu virei a cara por que não pude admitir o baque que senti no meu peito. Era mesmo minha filha? Aquilo não era pegadinha? Só podia ser! Logo alguém sairia atrás de uma porta saltando e jogando confetes na minha cara...

- Moroha...

Eu não sabia o que sentir.

Eu vivia farreando e transando... Agora, tenho uma filha que não é da minha namorada e sim de uma... Breve amante que tive ao final da temporada naquele iate de aluguel. Droga.

O que eu faria? Não posso ser pai agora!

MALDIÇÃO!

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Continua...

Tsuki no ShitaOnde histórias criam vida. Descubra agora