Capítulo 8: O Medo Que Você Esconde

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“Atiramos o passado no abismo, mas não nos inclinamos para ver se está bem morto”

[ William Shakespeare ]

§


Instituto de Nova York, 21h50

— O que aconteceu? O que houve com Max? — Perguntou Clary, após seguir Jace para dentro da sala de enfermaria, com Alec logo atrás. — Pensei que vocês iam tentar apenas um feitiço de rastreamento na casa de Magnus!

Cerrando os dentes, Jace colocou Maxwell sobre a maca livre mais próxima, pegando uma tesoura numa mesinha próxima, Jace pediu que Alec segurasse as bordas da camisa que Max usava, para facilitar o corte do tecido.

Alec sentiu seu sangue gelar nas veias ao ver a mancha de sangue que crescia cada vez mais no peito de seu irmão.

— Jace — o tom de Alec foi mais duro e mais exigente do que o de Clary —, diga o que aconteceu.

— Deu tudo errado — Jace diz entredentes, cuidadosamente descolando a camisa do sangue no tronco de Maxwell, era tanto sangue que fez os três arfarem de pavor —, Clary, pega bandagens, antisséptico e tudo mais, Alec me ajuda aqui a tirar a jaqueta e a camisa de Max... 

Assim que Clary trouxe o que ele pediu, Jace e Alec trabalharam em conjunto com rapidez. Um limpava, outro pressionava um pano esterilizado para absorver o sangue. Enquanto mantinha as mãos ocupadas, Jace prosseguiu:

— Não sabemos o que atingiu o ombro de Max, Magnus não conseguiu reverter, a iratze de cura não fez o menor efeito!

Quando boa parte do sangue foi limpo e o tronco pálido de Maxwell ficará à mostra, foi que eles tiveram uma noção maior do que estava acontecendo. O ferimento na altura do ombro direito de Maxwell era idêntico ao de um tiro, a ferida era escura e tinha formato de um buraco com extremidades inclinadas para dentro da ferida. Era por ali que Max estava sangrando, mas não era isso o que preocupava aos três caçadores de sombras inclinados sobre o catre.

Eram as linhas tênues e escuras que serpenteavam pelo ombro e parte do peito de Maxwell. Alec e Jace jamais viram coisa parecida, mas Clary já, e por incrível que parece, quando era uma adolescente vivendo entre mundanos. Franzindo o cenho, ela murmurou, como se pensasse em voz alta:

— Parece septicemia. Mas está se espalhando muito mais rápido do que eu acho que seria normal.

— O que seria isso? — Perguntou Jace, Clary o encarou por um breve momento, confusa.

— Ora, vocês sabem — Clary revidou — infecção sanguínea. Quando eu tinha quatorze anos, vi isso acontecer com uma menina no acampamento. Ela se cortou durante uma atividade na lama, ninguém deu muita bola para isso até que ela começou a passar mal. As linhas de infecção que saíam da ferida dela eram idênticas a essas que Maxwell tem agora.

— E esse negócio tem cura? — Perguntou Alec.

Clary hesitou. É impossível que antibióticos humanos fariam efeito em um nefilim.

— Tem, quando se é tratado a tempo com antibióticos, antitérmicos e a medicação correta.

— Mas isso aqui é uma infecção de cunho mágico, Clary, causado por um efeito colateral de uma conjuração que deu errado. Aposto que não é uma coisa que acontece a qualquer mundano por aí — relembrou Jace, irritado —, então isso não ajuda muito.

— Espera Jace — Alec interviu, pensando furiosamente no que fazer. Se inclinando sobre Max, ele olhou atentamente para a ferida e as linhas que surgiam a partir dela. — Talvez seja parecido. Veja bem, são as veias que estão sobressalentes, não a carne em si.

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⏰ Última atualização: Feb 05, 2021 ⏰

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