Runas do Tempo

Capítulo 2: Furacão Clary

"Esqueça o medo, ele é apenas uma muleta

Que tenta segurar você e transformar seus sonhos em poeira"

[Unbreakable - Fireflight]

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24 de abril de 2020, Nova York
16h30

Com uma cautela que parecia se assemelhar a de um guepardo, Magnus Bane adentrou no que restou do interior do café e restaurante Alcalin's, franzindo o cenho para o ambiente ao seu redor, se perguntando o porquê de ele ter sido convocado ali, naquele ambiente inóspito que parecia ter sido cena de um verdadeiro massacre. O alto feiticeiro de Manhattan caminhou por entre entulhos, corpos mutilados e caídos espalhados por todos os lados, embalagens e outros itens dos clientes e funcionários ali assassinados, sendo conduzido para dentro do local por Maxwell Lightwood, o irmão caçula de Alec, para irem de encontro a equipe Shadowhunter que investigavam o ocorrido.

Mesmo com o sol que fazia sobre a cidade naquela tarde, o interior daquele estabelecimento estava escuro, como parte do encantamento que lacrava o ambiente contra o mundo exterior. Havia uma luz que piscava no interior do estoque ao fundo, evidenciando que a falha na iluminação era causada por um curto circuito. Uma melodia vinha do fundo da loja, um jazz suave e ritmado, mas que deixava o ambiente ao seu redor com um aspecto muito mais sombrio.

- Espero que a razão de vocês terem me chamado aqui seja realmente importante, Maxwell. -Resmungou Magnus. O jovem nefilim, Max Lightwood, de apenas 22 anos, era a cópia quase que exata de seu irmão mais velho e com a mesma mania de Alec, Max franziu o cenho, ao passar com cuidado por cima de um corpo de um cadáver. Magnus prosseguiu: - Eu deixei de lado os preparativos da chegada de... hum, um casal de conhecidos ingleses importantes, lá em casa apenas para vir aqui.

- O ambiente ao nosso redor não é auto-explicativo? - Maxwell contestou, um momento antes de se dar conta de Magnus só poderia estar mentindo. Com o poder que Bane tinha, era só estalar os dedos e tudo ao redor dele se transforma.

- Se fosse por mim, eu já teria me livrado de todo esse lixo para saber o que aconteceu aqui. - Diz Magnus, entediado, como se ele mesmo já não tivesse seus próprios problemas para resolver, como alto feiticeiro, agora ele parecia o faz-tudo dos Shadowhunters. Você se relaciona com um deles e desde então eles te pedem todo tipo de favor. -Mas Jace deixou claro que não queria que eu mexesse em nada, porque um lobo da Polícia mundana ainda precisar fuçar por aqui.

- Não é a toa. - Max respondeu, apontando para uma vítima carbonizada caída sobre o caixa do café, possivelmente, uma funcionária do local. - Isso aqui, foi causado por algum ex-membro de seu clã, não sabemos quem ainda, mas a assinatura mágica deixada para trás é idêntica à sua. Quero dizer, não que você tenha alguma coisa a ver com isso, mas Jace disse que você precisaria vir de qualquer maneira.

-Por quê? -Magnus franze o cenho, ao mesmo tempo que ele e Lightwood entram num cômodo nos fundos, que parecia a sala da administração, exatamente onde os nefilins se encontravam, para buscar pistas.

-Por isso -Maxwell então apontou para a parede leste, onde havia uma frase e um desenho pichados. Os olhos de Magnus se estreitaram por um momento, antes de arregalaram em reconhecimento. Notando no olhar do feiticeiro, Maxwell comprime os lábios numa linha rígida, ao perceber que o palpite de Jace havia sido na mosca. -É terrível, mas para uma pichação, foi um trabalho muito bem feito, não acha?