Prólogo

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Prólogo

-Escritório do Senhor Lan? -Perguntou Wuxian na recepção da empresa Gusu entretenimento.

- E o senhor quem é? – indagou a recepcionista o olhando com cara de desprezo por causa do cheiro de gordura. Não só ela como todos os outros 6 atendentes ali.

O que queria que fizesse? A culpa não era dele que seja quem fosse o Senhor Lan, tivesse pedido um especial de hambúrguer com bacon engordurado com maminha e batatas fritas.

- Entrega. – levantou a caixa com a comida.

- Só um momento, por favor. – ela faltava entortar o nariz com o cheiro. Se afastou pegando um aparelho de telefone mais distante.

Wuxian revirou os olhos. Não suportava essas pessoas que se achavam superiores, só porque trabalhavam no ar condicionado. Se encostou no balcão e olhou ao redor. O cliente que pediu a refeição trabalhava numa empresa gigantesca. Todos conheciam a Gusu Entretenimento. Responsável por quase 75 % de toda a mídia da China. Os grandes artistas e músicos tinham contrato com eles. Sem contar os contratos com os produtos dos idols que iam desde maquiagem, perfumes comidas e roupas.

Olhou os elevadores e a fileira de roletas que os separavam. Muitos seguranças no salão. Para passar a roleta, além do crachá, passavam por uma inspeção detalhada dos guardas.

- Ele já está vindo. – a recepcionista avisou com um sorriso falso para ele.

Continuou observando o lugar até que um tumulto nas roletas chamou sua atenção.

-Onde esta? Onde está? – um homem baixinho veio correndo em direção ao balcão. Junto dele mais três pessoas. Por onde ele passava, todos se afastavam fazendo reverência. Ele estava tão apressado que por pouco não trombou no balcão de granito. – Onde está? – perguntou com cara de choro.

- Ali Senhor. – a recepcionista apontou para o entregador. Wuxian se assustou quando viu os quatro homens correndo até ele. Levantou os braços carregando a comida e o capacete da moto, imaginando o que podia ter feito de errado.

- Ah..você me salvou. – disse o tal homem aliviado. Ele devia estar muito nervoso, já que deixou seu aroma em torno dele. Baunilha e rosas. Um ômega. Wuxian continuou o encarando, imaginando se seria seguro se mover – O hambúrguer. – o baixinho disse quando viu que o entregador não se mexia. Wuxian suspirou. Lugar de artista só tinha maluco. Passou a encomenda para ele. No crachá pendurado no pescoço do homem estava escrito "Nie Huaisan - Assistente de Direção" – Quanto lhe devo? – perguntou abrindo a carteira.

- São 35 renminbi. – quando foi lhe pagar, deixou que uma nota caísse no chão. Os dois se abaixaram para pegar e com a proximidade Huaisan sentiu um leve aroma.

- Esse...esse cheiro...Você é um alfa? – perguntou para o entregador.

Wuxian o encarou desconfiado. Que pergunta era essa? O que importava para ele isso? Olhou para o pescoço do homem e relaxou um pouco ao ver a marca.

- Sim. Sou. – tentou pegar as notas querendo dar logo o fora dali. Só que por algum motivo, o tal diretor não largava o dinheiro. Ao contrário, aproximou mais dele, cheirando e cheirando. Agora até os três homens que o acompanhavam também o estavam "olfateando".

– Estranho. Não estou sentindo. – o assistente negou com a cabeça sendo seguido pelos demais. Wuxian usava inibidores quando estava trabalhando ou estudando, para evitar problemas. – Tem certeza?

Wuxian entortou a boca diante daquela pergunta. Era só o que faltava. Tratou de soltar mais feromônios para tirar aqueles malucos de cima dele.

Um leve aroma de folhas de orvalho com menta preencheu o ambiente.

- É um alfa!

- Sim, é um alfa!

- Alfa! –

Os malucos concordaram em uníssono. Finalmente o assistente soltou as notas e ele pode guardar em sua carteira.

- Não vá embora. – o assistente tinha um sorriso enorme agora. Puxou seu braço. – O meu amigo vai querer falar com você.

- Eu não quero ser grosseiro, senhor. – soltou a mão do seu braço e fez uma reverência -Preciso voltar ao trabalho.

- Não se preocupe. Meu amigo é influente. Ele liga pra seu chefe e...

Não esperou o baixinho terminar de falar. Virou de costas andando a passos largos até a porta.

- Espera...Espera... – escutou o assistente o chamando.

Quando chegou do lado de fora, já estava correndo em direção a moto estacionada. Colocou o capacete e deu partida.

" Que tipo de loucos trabalham ali?"

A Rosa dos LanOnde histórias criam vida. Descubra agora