JAMES
Aprecio a visão de Dina andando até meu carro, engulo em seco com seu olhar malicioso quando ela se vira para mim e recosta o corpo na lataria. Eu poderia classificar nosso encontro como um sucesso, se aquele garçom atrevido não tivesse encarando minha garota de forma tão indevida.
Dina chama a atenção, é inevitável, eu sei. E Elsie Lagoon é uma cidade pequena que todos se conhecem. Reparei os cochichos daquele desgraçado com outro garçom, e a risadinha cínica, ambos olhavam para Dina.
Isso quase estragou minha noite, mas a voz de Jody surgiu em minha cabeça, me recriminando por destruir todos os meus relacionamentos devido ao meu ciúme. Meu amigo acabou se tornando algum tipo de anjo sobre meu ombro, uma voz da consciência.
Agora, com os olhos presos, a mulher à minha frente, vestindo uma calça jeans colada e uma jaqueta de couro perfeitamente moldada ao seu tronco. A gargantilha presa a sua garganta me parece um convite para aproximar meus lábios do local.
― Quer andar por aí? ― pergunta com aquele sorriso conspirador nos lábios avermelhados.
― Andar por aí? ― questiono achando graça. ― O que quer dizer?
Com uma das mãos Dina puxa o cós da minha calça e aproxima nossos corpos, a noite está fria pra cacete, mas seu toque me deixa quente.
― Você me mostrou sua versão de um encontro. ― murmura com o hálito quente batendo contra meu rosto. ― Quero te mostrar a minha versão.
Abro um sorriso sentindo que finalmente uma conexão nasceu entre nós, gostando dessa abertura que Dina está me dando.
― Me mostre então.
O sorriso que ela me devolve é o mais resplandecente que já vi.
***
― Isso é uma loja de conveniência? ― questiono achando graça.
Dina dá uma risadinha, puxando-me pela mão para dentro da pequena loja, a sigo até a área de bebidas.
― O que você prefere? ― pergunta avaliando as garrafas. ― Vinho barato ou vodka?
― Nós vamos encher a cara? ― devolvo surpreso.
― Claro que vamos. ― seu sorriso matreiro se abre, Dina fala como se minha pergunta fosse ridícula. ― Os dois então.
Dina pega as duas garrafas e vai em direção ao caixa, a sigo completamente descrente e ansioso para realizar seus planos.
A garota por trás da caixa registradora está lixando as unhas enquanto morde o piercing em seus lábios, quando nos aproximamos seus olhos sobem até nós e um sorriso se abre em seu rosto.
― Dina. ― murmura em tom empolgado. ― Faz tempo que não passa por aqui.
― Oi Betty. ― devolve sem esboçar uma reação de fato.
Aparentemente não é a reação esperada pela tal Betty, pois seu semblante se fecha de forma abrupta, os olhos sobem até meu rosto e estreitam-se em desagrado.
Com certa violência Betty passa nossas bebidas pelo bip e as coloca em sacos de papel pardo. Os olhos faiscando em nossa direção com um sentimento muito parecido com ciúmes.
― Vinte pratas.
Sem se abalar, Dina tira uma nota do bolso e joga no balcão.
― Pode ficar com o troco.
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Aos seus olhos
RomanceO que seria o amor? É um sentimento de liberdade ou de aprisionamento? Dina Woodring sabe que o amor existe, afinal ela ama o pai, o avô, os irmãos e os amigos, mas amar um homem ou mulher? Aconteceu uma vez, ou ela achou que fosse esse o caso. No e...