JAMES
Elsie me arrastou por todo o apartamento e apresentou para todas pessoas aqui presentes, não levou muito tempo para que me desse conta de que minha vinda era uma novidade para todos ali. Principalmente por vir com Dina.
O olhar surpreso de Cheryl, prima de Dina e Elsie, realmente me mostra que algo pode estar errado com minha vinda.
Há alguns sussurros e risadas, talvez eu devesse ter escutado Dina, não havia sido uma boa ideia estar aqui.
Recosto na grade da varanda e bebo um pouco da cerveja que Elsie me deu, é um ambiente muito diferente com os quais estou acostumado. Em um canto o dono da casa está com os olhos bem vermelhos enquanto fuma um narguilé, o tal de Zamir está alto e chapado.
Busco Dina com os olhos e a encontro sentada na mesa de centro com uma garota de cabelos escuros e ondulados, elas conversam aos sussurros e rostos próximos, inclusive o braço de Dina está em torno dos ombros da morena e seu olhar é quase predatório.
Vi o mesmo no dia do casamento de Jody, Dina está flertando e isso me deixa desconfortável e atônito. Empurro a constatação para o fundo da cabeça, isso é impossível, devo estar imaginando coisas. Do jeito que fodemos é claro que Dina não gosta de garotas.
— Está gostando? — Elsie questiona sentando-se em um pufe ao meu lado.
Gostando é uma palavra muito forte.
— É sempre bom mudar de ares. — digo por fim.
Elsie solta uma risada alta.
— Soube que os preparativos para o hotel vão indo muito bem.
Enfim algo em que eu possa conversar.
— Verdade, já estamos contatando os donos do imóvel.
Um sorriso enigmático é trocado entre Elsie e Cheryl, que se encontra em outro pufe na varanda.
— Ele vai ficar bem rico. — Cheryl diz bebendo algo em um copo de plastico vermelho. — E bem mais insuportável!
— Insuportável ele é a oitenta e seis anos, Cheryl, e rico ele é por ser mão de vaca.
— Vocês sabem quem é o dono do terreno? — questiono curioso e me abaixo para sentar no mesmo pufe de Elsie. — Que eu me lembre são dois donos...
Há dessas coisas para todos os lados, Maya tentou por muitos anos enfiar vários em seu quarto, mas minha mãe sempre achou horroroso.
— Sim, sabemos e sabemos que não se trata de um único terreno. — Elsie fala me dando um pouco de espaço. — São dois separados.
Sim, isso eu sei, mas venho tratando como um único terreno porque no final vai virar só um mesmo com a construção do hotel. Tenho me distanciado destes detalhes nos últimos tempos, minha cabeça só consegue focar em Dina.
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Aos seus olhos
RomanceO que seria o amor? É um sentimento de liberdade ou de aprisionamento? Dina Woodring sabe que o amor existe, afinal ela ama o pai, o avô, os irmãos e os amigos, mas amar um homem ou mulher? Aconteceu uma vez, ou ela achou que fosse esse o caso. No e...