DINA
Hoje o dia está bem quente, sinto com alegria a baforada do ar-condicionado bem na minha cara assim que entro no hall do GP de motos da cidade.
Coloco o envelope pardo e bem grosso em cima da bancada das recepcionistas e Carly me olha risonha.
— Olá, Dina. — seu sotaque australiano é tão sexy que me sinto ficar ligeiramente rubra.
Ela é tão bonita que me deixa tonta sempre que estou aqui.
Está sempre tão bem arrumada e maquiada que fico me perguntando como seria sua aparência na manhã seguinte de uma noite de sexo. Só consigo pensar em como essa imagem me atrai e de como Carly deve ser sexy acordando.
Me sinto uma adolescente cheia de hormônios quando a vejo.
— Hey, Carly, ouvi dizer que ficou solteira.
Seu sorriso é sempre resplandecente, puta que pariu.
— Ouviu errado.
— Não pode me culpar por sonhar.
Suas bochechas coram lindamente quando ela pega o pacote que eu trouxe e o guarda embaixo da bancada.
— Sua irmã está treinando, pode ir lá atrás vê-la. — murmura apoiando a bochecha na mão.
Abro meu melhor sorriso e me inclino contra bancada, mais perto de seu rosto.
— Obrigada pela informação, mas não posso ir sem dizer que seu cabelo está lindo nesse lenço azul.
Carly pisca várias vezes, e seu rosto fica mais vermelho, é fofo.
Lhe dou uma piscadela e sigo para fora do hall, voltando para o calor insuportável, há poucas pessoas aqui, mas vejo Kiff, preparador físico de Elsie e Trent, o mecânico responsável por sua moto.
Ambos estão parados, encarando a pista vazia do GP, ouço o cantar de pneus e a roupa preta e rosa florescente de Elsie surge, parecendo um flash de tão rápido.
Kiff tem o cronômetro nas em mãos e o aperta como se fosse uma tábua salva-vidas.
Me sento em um banco afastado, encarando a velocidade em que minha irmã corre, me sinto nostálgica, lembrando de Elsie correndo nos rachas da cidade. Algo com que Sara não pode nem sonhar.
Uma vez a infernizei para me levar, Elsie odiava colocar a vida em risco, mas a grana era boa e June havia ficado doente.
Elsie descobriu que amava correr e que era boa nisso, revezava nos rachas e em uma loja de roupas, juntando o suficiente para comprar a moto de corrida.
Ela chegou a correr em ralis também, mas gostava mesmo era das pistas.
Depois da quarta volta minha irmã finalmente para na frente dos homens de sua equipe, ao arrancar o capacete seu cabelo desceu ondulado até um pouco abaixo dos ombros. Elsie alonga o tronco e entrega a moto para Trent, ouço Kiff reclamar de seu tempo, de que ela ainda está atrasada.
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Aos seus olhos
RomanceO que seria o amor? É um sentimento de liberdade ou de aprisionamento? Dina Woodring sabe que o amor existe, afinal ela ama o pai, o avô, os irmãos e os amigos, mas amar um homem ou mulher? Aconteceu uma vez, ou ela achou que fosse esse o caso. No e...