Capítulo 5 - Velhos amigos

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— Onde estamos? — perguntou Sabrina.

— É um antigo esconderijo, o único que as autoridades não conhecem — Giovanni respondeu.

O grupo já andava por aquele túnel estreito nas montanhas há quase uma hora.

— Quem, exatamente, você veio encontrar?

— Dois amigos.

— Você já disse, mas quem são eles?

— Já vão ver.

Logo à frente, havia uma porta de metal, e ao lado um sensor ocular. Giovanni aproximou o olho do sensor e a porta se abriu para uma câmara. Não era muito grande, mas o suficiente para caber...

— Então é isso que você veio buscar?

Todos, exceto Giovanni, pareciam impressionados.

Havia dois tanques cilíndricos contendo um líquido verde. Em um, havia um Nidoking e no outro um Rhydon. Os equipamentos estavam conectados a uma máquina que continuava executando sua tarefa sozinho.

Giovanni suspirou.

— Eles estão aqui há anos, em hibernação. Quando soube que não conseguiria escapar da polícia por muito tempo, eu os trouxe para cá, pensando que logo sairia da prisão. Foi o maior erro que cometi.

O homem andou até a máquina e apanhou duas Pokébolas bem empoeiradas e soprou a poeira. Apertou alguns botões nos equipamentos e um pi-pi-pi soou pela câmara. O líquido verde começou a ser sugado por um ralo e os tanques se abriram.

— Nidoking? Rhydon?

— Tem certeza que isso é uma boa ideia? — perguntou Joel.

— Acordem. — Giovanni ignorou a pergunta.

Os Pokémon abriram os olhos lentamente e começaram a mover braços e pernas. Foi então que viram os recém-chegados e rugiram, partindo para o ataque e destruindo a máquina em seu caminho.

— Retornem! — Giovanni estendeu as Pokébolas, mas elas falharam. Depois de tanto tempo sem uso, os circuitos deviam ter apagado de vez.

— Cuidado! — Daniel se jogou para o lado com Giovanni, escapando da investida de Rhydon.

— Eles só estão confusos. Mas precisam ser parados.

— Deixa com a gente. — Daniel se levantou e olhou para Joel, que assentiu.

Os dois jogaram suas Pokébolas.

— Vai, Kingler!

— Vamos lá, Starmie!

— Tomem cuidado — Giovanni alertou. — Mesmo depois de todo esse tempo, eles continuam poderosos.

— Pode deixar. — Daniel se voltou para Joel. — Kingler e eu pegamos o Rhydon.

— Não vamos perder mais tempo aqui. Starmie, use Raio de Gelo no Nidoking!

Nidoking contra-atacou com Lança-Chamas. Starmie foi atingida pelo fogo, mas sem danos graves. Nidoking avançou para o ataque.

— Starmie, Hidro-Canhão!

Mesmo com toda a potência do turbilhão de água, Nidoking continuou a investida. O chifre brilhava.

— Cuidado! — Giovanni avisou. — Ele vai usar o...

Starmie foi atingida em cheio pelo Mega Chifre, um ataque do tipo Inseto.

— Starmie, Recuperar!

A energia do Pokémon de Água começou a se restaurar parcialmente, mas Nidoking já avançou para outro ataque. Mas antes que chegasse mais perto...

— Kingler, Martelo Caranguejo!

Nidoking foi atingido pela poderosa garra de Kingler, sendo jogado para o lado.

— Você não ia cuidar do Rhydon? — perguntou Joel.

— Ah, juntos a gente vai acabar com isso mais rápido.

— Beleza.

Faíscas começaram a estalar ao redor de Nidoking e Rhydon. Daniel e Joel arregalaram os olhos e olharam para Giovanni.

— Sério? — Daniel levantou as mãos.

— Ataques elétricos também?! — Joel também parecia inconformado.

Então se voltaram para a batalha e sorriram. Nada como uma desvantagem pra animar uma batalha. Os oponentes descarregaram seus ataques.

— Starmie, Tela de Luz!

O ataque elétrico foi detido, mas foi arrastando Starmie e sua defesa para trás.

— Kingler, Hidro-Canhão!

— Starmie, Ataque Psíquico!

Dessa vez, por mais ferozes que Rhydon e Nidoking fossem, eles caíram. Ainda tentavam se levantar, mas não lhes restavam mais forças.

Daniel estendeu duas Pokébolas para Giovanni.

— Você precisa pegá-los de novo.

Ele apanhou as Pokébolas e as jogou, recapturando seus antigos companheiros.

— Agradeço pela ajuda.

— Era parte do acordo — disse Joel. — Mas deram um trabalhinho.

— Não fui líder de ginásio e da Equipe Rocket à toa, pirralhos.

O pior líder de todos, se me permite dizer!

— Quem disse isso? — Daniel olhou para os lados.

Um holograma de uma mulher, quase tão velha quanto Giovanni, apareceu à frente deles.

Eu mesma.

— Kaira? — Giovanni se aproximou do holograma.

Surpreso em me ver, ex-patrão?

— Você é a sujeita que está sequestrando Pokémon?! — Joel apontou o dedo para o holograma.

Sequestrar é uma palavra muito forte.

— Onde eles estão? Cadê o Alakazam?!

Está sendo melhor utilizado. Bom, não posso conversar muito, tenho coisas a fazer. Já vocês, não precisam se preocupar. Sentem-se e apenas esperem pelo fim.

A porta de metal se fechou com um estrondo e algo começou a apitar na sala, como uma contagem regressiva.

Adeus, chefe.

O holograma de Kaira sumiu.

— Kingler, use Martelo Caranguejo na porta!

Mesmo com o ataque de Kingler, a porta não cedia. Alguns arranhões, mas nenhum amassado. Daniel se virou para Sabrina.

— O Kadabra não consegue nos teleportar para fora daqui?

Sabrina apertou os lábios.

— Não todos de uma vez.

A bomba continuava apitando.

— E se tentarmos derrubar a porta, a câmara também pode cair sobre nós — falou Giovanni, sentando no chão. — Acho que estamos condenados de qualquer forma.

Foi então que todos sentiram um tipo de presença, daquele arrepio que percorre o corpo, como uma sensação de estar sendo observado. Em um instante, um brilho os envolveu e todos foram teleportados para fora do túnel.

Então ouviram a bomba explodindo no subterrâneo. 

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Se você gostou desse capítulo, deixe aí seu voto e acompanhe a jornada do grupo de treinadores Pokémon.

E, se quiser, comentários também são bem-vindos. Essa será uma história contada, a princípio, em 10 capítulos.

Dedicado a Sabrina, Joel e Renato, três grandes treinadores Pokémon.

Um abraço,

Daniel

Pokémon - Caminho da ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora