Maybe Someday

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Algumas semanas se passaram depois que a equipe de April ganhou triunfantemente da equipe rival no evento do bazar. Blair ainda estava enfrentando as fases do luto de seu relacionamento enquanto se perdia nas contas de quantas vezes reassistiu os filmes UP- Altas Aventuras, A Culpa É das Estrelas e Ponte Para Terabítia. Sterling passou a evitar constantemente qualquer lugar em que pudesse encontrar com April, porém fez um curso intensivo de stalker, passando horas nas redes sociais da garota (e fechando o notebook toda vez que alguém passava por ela). April, para não pensar nos últimos acontecimentos ("acontecimentos" é uma palavra forte, afinal, o que foi aquilo mesmo?), decidiu focar sua mente em planejar todas as etapas de seu último ano, o que incluía os estudos para o tão esperado vestibular para Ciências Biológicas e o baile de formatura, que, sem dúvidas, ela estará a frente da organização.

Mas tudo tem que ser deixado de lado quando as aulas retornam no início de fevereiro.

No primeiro dia de aula, Blair, com seu moletom com capuz e seu óculos de sol, seguem, desanimadamente, sua irmã pelos corredores, em direção a secretaria, para entregar alguns formulários das disciplinas.

— Anda Blair! Eu não tenho o dia todo. — Sterling olha ao redor procurando por um rosto em específico, ela só não sabe se é para admirar ou fugir dele.

— "Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tenho mais o tempo que passou. Mas tenho muito tempo. Temos todo o tempo do mundo." — Blair canta, em uma melancolia exagerada.

— Eu gostei... — Sterling diz enquanto pensa — É de uma dessas bandas novas que você escuta?

Blair apenas a encara, incrédula, e passa por ela sem dizer nada seguindo para a secretaria.

Entrando em uma sala iluminada com um barulho incessante de um telefone fixo tocando, Blair imediatamente se senta em uma das cadeiras que estão encostadas em fila na parede ao lado do balcão, fingindo não existir, deixando que Sterling tome a frente e resolva as coisas.

Sterling vasculha várias folhas que estão em seus braços a procura do que precisa, quando ouve uma voz vinda do corredor e paralisa. É April, ela está conversando do lado de fora da porta da secretaria mas segura no trinco da porta de vidro, o que sugere que ela vai entrar. O que significa que Sterling precisa sair. Imediatamente ela joga os papéis no colo de Blair e se abaixa.

— Ei! — reclama Blair.

— Você faz isso. Eu preciso sair. Por favor. Obrigada. — ela sussurra apressadamente e sai engatinhando por trás do balcão, cruzando por dentro da secretaria para sair pelo outro lado, levando olhares confusos e furiosos no caminho.

— Mas que porr... — Blair deixa a o fim da frase suspenso no ar, olhando indignada para uma Sterling rastejante na secretaria.

— Ela está...? — pergunta uma voz suave atrás do balcão, apontando para Sterling.

— Com pressa... ou contando quantos quadradinhos tem no chão... — Blair olha de Sterling para a garota na recepção e termina com um sorriso educado. — É difícil dizer.

A garota ri, soltando o ar e Blair se levanta, indo até o balcão e espalhando os papéis, para que possa pegar quais precisar com mais facilidade.

A garota a observa com atenção.

— Dia ruim? — ela pergunta, com um levantar de sobrancelhas, sua boca pressionada em uma linha fina.

Ela aparentava ter por volta de 17 anos; cabelo com tranças box braids, preso em um coque solto, no alto da cabeça; em seu rosto havia um óculos redondo, de armação fina e prateada. E ela usava, como uniforme, um colete azul com o crachá,com seu nome, pendurado no bolso, do lado esquerdo, por cima de uma camiseta preta, cuja estampa o colete cobria.