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Oi gente :)
Esse é mais um daqueles capítulos que conta sobre o passado e no meio do capítulo elas lembram de algo que aconteceu ainda antes. Eu tentei dividir bem para não ficar confuso, mas qualquer dúvida podem me falar s2

A música eu indico que ouçam uma vez antes e uma depois pra conversar com a história.

Boa leitura!

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[Sterling e April com 10 anos]

- Sterling! Sterling! - uma April com dez anos de idade diz, em uma espécie de grito sussurrado, chamando pela janela da casa de Sterling.

Era sábado, com uma tarde ensolarada e Sterling estava olhando seus cadernos da escola quando a ouviu e foi correndo pela porta da frente para ver April.

- Oi. – a garota diz e cumprimenta April com um sorriso.

- Você pode sair? – April está com os dois braços para trás, segurando as mãos e gira levemente seu corpo de um lado para o outro, visivelmente ansiosa.

Sterling, antes de responder, olha para trás e, não vendo ali nem Blair nem sua mãe, fecha a porta rapidamente, mas com cuidado para não fazer barulho e sai.

Isso já era um hábito das duas, desde que se conheceram e que April descobriu que a garota das flores/casas de fadas morava há algumas casas da sua, ela passou a chamá-la para brincar quase todos os dias, antes ou depois da escola. Às vezes Blair brincava junto, mas só quando elas brincavam de brincadeiras mais animadas, como pega-pega, pique-esconde e casa de bruxa, no parquinho da praça, que havia ali perto. Mas na maioria das vezes April e Sterling gostavam de brincar de boneca; de casinha – onde inventavam seu mundo, fingiam ser adultas e ter uma vida de gente grande, ainda amigas até lá; de sala de aula – onde April era a professora brava e Sterling a professora de artes que levava a turma para passeios. Conforme os anos foram passando e elas crescendo, as brincadeiras foram ficando de lado e dando lugar às conversas, acompanhadas de doces, sorvetes ou uma bola de vôlei, que servia mais para sentar em cima do que para realmente jogar.

Elas caminham até uma grande árvore, próxima á calçada e se sentam na grama macia e alta, perto da ciclovia.

- Eu estava te esperando. – comenta Sterling – Vi que seu pai chegou de viagem... Não sabia se você me chamaria hoje.

A luz do sol passa por entre as folhas da árvore que balançam com a brisa quente de verão. April mantém seu olhar na grama, observando algumas formiguinhas seguirem seu caminho por entre as pequenas folhas verdes. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo e ela usava um vestido azul claro, um tom quase pastel, que, percebeu Sterling, parecia contrastar perfeitamente com o verde escuro intenso da grama e o marrom do tronco da árvore. Se essa cena, de April ali naquele lugar, fosse uma fotografia ou um quadro, seria o mais bonito de todos.

- Ele chegou. – a garota responde em tom baixo, arrancando um tufo de grama.

O pai de April vivia mais em viagens á trabalho do que em casa, por muitas vezes a saudade dele foi assunto de conversa entre ela e Sterling. April sempre procurava ser simplesmente esplendida em tudo que fazia para orgulhar seu pai quando ele voltasse para casa. Ela sempre sentia muita falta dele e sempre que ele aparecia, ela passava o tempo todo atrás dele.

- Você está triste? – Sterling observa atentamente o rosto de April, ela parecia triste... ou com raiva, Sterling nunca sabia distinguir entre essas duas emoções em April, parecia que a forma que April lidava com a tristeza era sentindo raiva. April sentia raiva de estar triste porque achava que isso a tornava fraca, vulnerável. A raiva age, a raiva movimenta, a raiva impulsiona, a raiva te torna temível, te faz parecer forte, já a tristeza não. A tristeza te paralisa, te expõem. Não há o que fazer com a tristeza. Foi isso que April sempre aprendeu.

Maybe SomedayOnde histórias criam vida. Descubra agora