9

223 36 7
                                    

Após passar mais de cinquenta minutos decidindo entre tipos de papel e caligrafia, para ser a identidade visual do jornal da escola este ano, junto com a equipe do jornal e o grupo de escrita, o sinal do fim das aulas do dia finalmente toca e April recolhe suas coisas para ir embora.

A tão temida sexta-feira enfim chegou e com ela o desânimo de ir para a casa dos Wesley, como sua mãe não a deixou escolhas. Mas April vinha pensando que talvez não fosse um completo desastre, porque desde o dia do bazar da igreja, ainda nas férias, ela e as gêmeas não estavam mais implicando entre si como antes e Sterling foi bem legal com ela no dia do velório.

— Tem certeza de que vai sobreviver? — A voz de Ezequiel interrompe seus pensamentos — SEM matar ninguém? — ele acrescenta após uma pausa — Não quero ter que ir te visitar na prisão, sabe... Talvez seja igual a série Orange e você até goste de lá, mas sabe, aaarrgghh! — ele faz uma expressão de nojo — Deve ter até ratos lá.

April ri levemente, terminando de fechar a mochila e a colocando no ombro.

— Não se preocupe, vou tentar não matar a Sterling.

— Você promete?

Ambos se olham já prevendo a resposta de April.

— Não mesmo. — e compartilham uma gargalhada maldosa enquanto saem da sala, se dirigindo ao estacionamento.

No estacionamento, Sterling estava sentada no banco do passageiro, olhando para a janela aberta em direção as portas da escola e chacoalhando a perna sem parar em nervosismo. Ao seu lado, sua mãe lia um livro (só para passar uma boa impressão para a filha da senhora Stevens, caso ela depois comentasse algo com sua mãe ou com qualquer outra pessoa) e Blair mexia no celular, deitada no banco traseiro, com as pernas para fora da porta do carro, que estava aberta por causa do calor.

No momento em que Sterling vê April se despedindo de Ezequiel e caminhando em direção ao carro, parece que foi aberto um freezer em seu estômago. O sol cai sobre April, iluminando seu rosto levemente rosado, no que ela franzi os olhos contra a claridade repentina e uma mecha de seu cabelo flutua no ar com uma suave brisa que passa por ela. Blair está falando algo com sua mãe, mas Sterling não está ouvindo por estar sendo completamente puxada para a visão que tem de April. Até que a voz da garota soa estranhamente alta, perto e Sterling se dá conta de que ela havia chegado ao carro e que, provavelmente, ela estava a encarando sem perceber.

— ... Oi?

Sterling trava por um segundo e quando abre a boca para dizer alguma coisa sua mãe a interrompe.

— April! — ela diz, fechando seu livro — Tudo bem, querida? Entre. Blair se ajeite aí atrás.

Sem conseguir dizer nem um oi direito e sentindo suas bochechas esquentarem de vergonha por ter ficado encarando a garota, Sterling se afunda no banco, tentando ficar completamente imóvel no caminho até sua casa.

Ao entrarem, sua mãe pede para que elas mostrem a casa para April e o quarto de hóspedes onde ela vai ficar, mas sobra para Sterling porque Blair se joga no sofá, depois de deixar a mochila no chão, olhando para o celular sem nenhuma intenção de se levantar dali tão cedo.

Elas se entreolham depois observar Blair se jogar no sofá e Sterling decide ir logo com isso e começa a subir as escadas com April a seguindo.

— Bom, lá embaixo tem a sala e a cozinha e um banheiro, como você deve ter visto. Aqui — ela diz chegando ao topo da escada e apontando para o corredor à direita — fica meu quarto e o de Blair e, do outro lado, o quarto da mamãe e o de hospedes, onde você vai ficar.

Maybe SomedayOnde histórias criam vida. Descubra agora