The Aftermath

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Washington - Atualmente

Daryl Dixon:

Daryl rosnou uma série de profanidades quando Beth saiu do quarto, batendo a porta com força e causando um som oco agudo, que retumbou dentro da peça como se caçoasse da estupidez do homem por ter dito aquelas coisas pra ela.

Havia bagagem demais entre os dois, coisas não ditas e sub entendimentos. Apesar disso, o caçador percebeu que era incapaz de se ressentir da garota, e como poderia?. Os últimos cinco anos haviam sido um inferno, sua própria mente torturando-o de formas cruelmente criativas com todos os possíveis e monstruosos destinos que pudessem ter recaído sobre a menina enquanto durante todo esse tempo, ela estivera segura - ou tão segura quanto poderia estar - isso por si só era capaz de fazê-lo esquecer qualquer rancor, até porquê ele não era perfeito, tinha juntado-se aqueles bandoleiros na estrada, após perdê-la - após perder tudo - não tinha ?.

Grunhindo, Daryl rolou na cama - que era confortável demais e cheirava a algodão limpo e shampoo de maçã, o cheiro dela - tentando não pensar em nada do que Beth tinha dito, os policiais do maldito hospital, que, apesar de mortos há muito tempo, ainda provocavam em Dixon uma fúria cegante. Tudo o que ele queria era dirigir até atlanta e acabar com o que restava dos cadáveres dos filhos da puta.

Quando a sua contemplação inicial teve fim, o caçador foi deixado pensando sobre aqueles que tinham perdido a vida no círculo de execução. Abraham, Glenn. No momento em que Daryl se permitiu deslizar, a exaustão e a dor da perda lhe dominaram. A culpa era demais, estava esmagando-o pouco a pouco.

Tinha recebido tratamento médico - graças a ela, do contrário, não haviam dúvidas de que ele teria sido jogado em alguma cela imunda - e o tiro que levara não era nada, Daryl recebera pior antes e depois do fim do mundo. Pensar em Beth, com seus sorrisos iluminados e suas palavras gentis, tão próxima de Negan, com aquele monstro filho da puta chamando ela de querida lhe deixava doente e depois, com raiva de si mesmo por estar se preocupando com isso em primeiro lugar. O que ele era? a droga de um adolescente?. Merle estaria chorando de rir se pudesse vê-lo agora.

Após tanto tempo carregando um vazio no peito, aquela súbita avalanche de emoções que Elizabeth lhe fizera sentir em minutos, estava exaurindo o que ainda restava de suas forças.

Seus devaneios acabam quando uma mulher entra de súbito no quarto trazendo uma bandeja com comida e o que parece ser medicamento em um copo ao lado. Um dos Salvadores está na porta, carregando um fuzil e mantendo os olhos em cada movimento de Daryl.

'' Espero que consiga comer sozinho, porque eu não levo jeito pra ser babá de ninguém, só vim aqui como um favor pra Elizabeth ''. Ela diz, sem rodeios, encarando Daryl como se ele fosse uma sujeira particularmente grudenta debaixo de seu sapato.

Dixon já tinha recebido aquele olhar muitas vezes na vida e foi fácil ignorá-lo, de qualquer modo, não era como se precissasse falar com a mulher, mas ela claramente tinha uma idéia diferente, porque virou-se com as mãos nos quadris.

'' E honestamente, não entendo o porquê de ela se da o trabalho, não é como se nenhum de vocês valesse o esforço ''. Disse, largando a bandeja sobre o móvel ao lado da cama de um jeito irritadiço.

'' Sherry... ''. O Salvador na porta murmurou, em tom de aviso, movendo-se minimanete com um visível desconforto.

'' Você não sabe de merda nenhuma ''. Daryl grunhiu, através de dentes cerrados. Ele sabia o que aquelas pessoas pensavam mas não importava pois não tinha deixado Beth pra trás, nunca deixou de procurar por ela e por mais que não tivesse sido o suficiente, ainda era a verdade.

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