5. Tenha um bom banho

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magnus

Jocelyn, a dona da loja, chegou e Magnus saiu quase correndo. Na sua cabeça ainda parecia um sonho estar vivendo aquilo. O universo realmente estava lhe dando uma ajudinha em relação a Alec. Claro que não tinha como calcular suas chances com ele, mas passar mais tempo perto era essencial para verificar isso.

Ele se aproximou da máquina de sorvete um pouco receoso. Mas, lá estavam mesmo, Alec e seu pai. Robert lambia um sorvete despreocupadamente e Alec estava rindo de alguma coisa que ele dissera, segurando o mundaréu de sacolas. Robert o viu e acenou. Depois disse algo ao rapaz que estava trabalhando na máquina. Quando Magnus chegou mais perto, Robert já lhe estendia o sorvete italiano misto, tal qual prometera.

- Tome aqui garoto - ele disse e Magnus pegou, agradecido. Não tinha almoçado e a fome lhe roía o estômago.

- Obrigado - ele disse, sorrindo e olhando de soslaio para Alec.

- Acho que podemos ir - Alec disse - Já está tarde. Vamos chegar atrasados.

- Claro, claro - Robert assentiu - Vamos indo.

- Deixa eu te ajudar, Alexander - Magnus disse para Alec, mas ele apenas sorriu.

- Termine seu sorvete.

E Robert desocupou Alec, para que ele pudesse estender a bengala e andar.

Claro que o carro deles eram um carro extremamente chique. Magnus não sabia qual a marca. Mas sabia que era chique. E que custava caro. Ele não pode deixar de observar o quanto Alec entrou graciosamente no carro. Bom, ele certamente tinha muito a desconstruir sobre pessoas cegas.

Sentado no banco de trás do carro, ele se permitiu olhar para Alexander, que ia no banco de passageiro. A cada vez que o via, Magnus ficava muito chocado com sua beleza calma e convencional. Eles estavam saindo do shopping e entrando na grande avenida e Magnus se sentiu observado. Ele girou o rosto e percebeu que Robert observava-o pelo espelho retrovisor. Bastante desconcertado por ser pego olhando para o filho dele, Magnus voltou a olhar para seu próprio sorvete que começava a derreter.

- Alec, não vou poder te buscar - Robert disse - Você quer que Hodge vá?

- Não se preocupe, posso voltar de ônibus - Alec disse, apressado.

- Claro - Robert manobrou e Magnus percebeu que estavam entrando em um bairro rico. - Magnus, vocês pegam a mesma linha? Pode acompanhá-lo até à última estação?

- Pai, eu consigo me virar sozinho - Alec disse, exasperado.

Magnus queria acompanhar Alec. Não porque achasse que ele era incapaz de se virar sozinho, mas porque queria passar mais tempo com ele. Mas sentiu-se inibido com a resposta dele.

- Claro que consegue... - Robert pareceu desconcertado.

O clima ficou um pouco desconfortável, então Magnus terminou seu sorvete e suspirou.

- Magnus - Alec se dirigiu diretamente a ele e o moreno ficou surpreso - Não estou dizendo que não quero que me acompanhe, mas meu pai sempre acha que ainda preciso de monitoramento...

- Ahn - Magnus sentiu-se um pouquinho mais animado - Tudo bem...

- Claro que acho que você precisa de monitoramento - Robert bufou - Você é meu filho. Até quando tiver quarenta anos eu ainda vou pensar a mesma coisa. E penso o mesmo de Izzy e Max.

Magnus olhou de um para o outro, enquanto Alec sacudia a cabeça tristemente. Então, provavelmente, Alec tinha dois irmãos, chamados Izzy e Max. Anotou isso no seu cantinho da memória já reservado para Alec. Ele costumava se dar bem com meninas. Esperava que ela realmente gostasse dele. Sentia-se um pouco nervoso de estar indo para a casa de Alec agora. Mesmo que ainda não tivessem nada além de uma relação de colegas, Magnus queria causar uma boa impressão.

Meu amor é cego || MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora